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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

O psicopata corporativo - ele existe, fuja dele...


Escrever sobre a figura do psicopata corporativo com a abordagem rasa que um blog exige é um desafio. O tema exige a profundidade de um abismo oceânico. Para o leitor ter ideia, a consulta que fiz no Google sobre o tema Psicopata indicou 4.360.000 resultados. Dessa forma terei muito cuidado para não entrar em detalhes técnicos que dizem respeito à ciência da psicologia e psiquiatria

“Em geral as pessoas sabem quem é o psicopata. É o serial killer, o estuprador, o bandido que mata, mas as pessoas não sabem que os psicopatas incidem de 1 a 3% da população, ou seja, nasce em qualquer lugar do mundo 1 a 3 % de pessoas que são psicopatas. Isso é muito? Ou seja, no mundo onde hoje vivem 7,2 bilhões de pessoas temos pelo menos 70 milhões de psicopatas entre nós. No Brasil onde somos 207.516.998 temos, entre nós 207.517 mil psicopatas.” (extraído de site citado nas fontes ao final do texto).

Certamente muitos de nós, humanos que somos, já devemos ter convivido com psicopatas sem o perceber. É uma característica deles. Passam desapercebidos se nada os ameaça no círculo social ou corporativo onde convivem. Esse post se propõe a tratar do tema “psicopata corporativo. Quem desejar ir mais fundo, aconselho ler o livro “Psicopata Corporativo” de Amália Sina que é considerado referência no tema.

Confesso que já trabalhei com pessoas – subordinados, colegas, conhecidos e superiores hierárquicos – que identifiquei com características de sociopatas ou psicopatas. Quanto aos subordinados foi perfeitamente viável administrar seus comportamentos e interesses. Nunca tive problemas, mas os mantinha sob observação permanente. São competentes e dedicados ao trabalho que lhes agrada e onde esperam obter dividendos.

Na convivência com colegas e conhecidos tive a preocupação de não me colocar “na linha de tiro” deles, mas os vi “em ação” algumas vezes. Quanto aos superiores hierárquicos, foram poucos e foi mais difícil. Tive alguns entreveros onde um deles me custou uma exoneração.

Mas não quero falar sobre minha experiência com os tipos em questão. O objetivo do post é alertar, a quem interessar, sobre o risco da convivência com os psicopatas corporativos que podem estar aí mesmo, ao seu lado ou participando de reuniões e grupos de trabalho.

Em primeiro lugar precisam ser identificados. E é muito difícil se o observador não tiver atenção em fazê-lo. Para obter essa “competência” deve se aprofundar em leituras e observações sobre o tema e sobre as pessoas nos seus círculos de convivência. Observar, comparar e analisar. Se chegar à conclusão de que nenhum dos seus pares se enquadra no gênero, ótimo para você.

O psicopata não se deixa descobrir com facilidade. É sua habilidade mais predominante saber transitar no seu meio com elegância, cordialidade, solicitude e presteza enquanto seus interesses estejam protegidos, ocultos.

Uma vez atingido o objetivo ele descarta, sem explicações, as pessoas que o ajudaram ou com quem ele estivesse comprometido. Não terá o menor constrangimento em fazê-lo. É um mestre em manipular as pessoas conforme seu interesse.


Da mesma forma se precisar novamente dessas “amizades vai procurá-las e se aproximar com todo encanto que puder produzir para fisgá-las. Essas pessoas são perigosas e tóxicas e não têm amizade genuína por ninguém; e não fazem nada que não esteja vinculado aos objetivos que queira atingir.

Vou parar por aqui nessa breve apresentação ao texto que escolhi para ilustrar o post. O título – não poderia ser diferente – é “Psicopata Corporativo”. O autor é o consagrado jornalista, palestrante e com livros publicados, Fábio Steinberg.

Ao final do post coloquei uma série de links que serviram de fontes para meu texto. Para quem tenha curiosidade sobre o tema, que considero fascinante, recomendo que visite todos. 


O psicopata corporativo


Charmoso, mas sádico. Carismático, mas sem conteúdo. Impulsivo, mas sem remorsos. Sofisticado, mas manipulador. Inteligente, mas incapaz de conviver em harmonia. Jovem e sarado, mas desalmado. Bem vestido, mas sem ética. Predador social sem escrúpulos, busca poder e dinheiro para atender sua insaciável escalada hierárquica. Você trabalha com alguém assim? Cuidado: mais que cascavel de terno, você pode estar ao lado de um psicopata corporativo.

Um especialista no assunto, o professor Robert Hare, da Universidade de British Columbia, Canadá, se debruçou sobre o universo executivo. Para ele, 1% dos executivos é psicopata. Não o tipo violento como Jack o estripador ou Charles Manson. Ao contrário, o seu correspondente nas empresas é educado e refinado. Mas os seus desvios de caráter, frieza e agressividade, são confundidos como atributos positivos e pré-requisitos para atuar no competitivo mundo dos negócios.

Quem leu o livro Psicopata Americano – ou assistiu ao filme baseado na obra de Brett Easton Ellis – lembra o anti-herói, o cruel e endinheirado garanhão yuppie Patrick  Bateman, que trabalha em Wall Street e adora Donald Trump. Graduado em Harvard, gasta dinheiro em restaurantes caros, boates da moda, roupas e academias. Ele consome com a mesma avidez perfumes, mulheres, produtos de beleza, equipamentos de última geração e drogas. Faz das grifes moeda de relacionamento, e do sucesso material uma meta da sua existência vazia.

Como pode alguém desequilibrado e destrutivo conviver com pares brilhantes sem que eles notem que existe algo de errado? É que ao adotar símbolos e hábitos de sucesso, como marcas famosas, lugares de status, e cartão de crédito multifuncional – que serve tanto para pagar como administrar cocaína – Bateman está dentro dos padrões de aceitação social. Torturar e matar suas vítimas, que somem despercebidas na cidade violenta, é um mero acessório.

Fora da ficção, um psicopata corporativo, ao invés de grifes, só precisa ter um bom domínio de procedimentos, protocolos e rituais internos para garantir sua sobrevivência e ascensão. Ele também sabe torturar e assassinar, mas de forma mais sutil, como humilhar subordinados, não assumir erros e atribuí-los a outros,  submeter colegas a acessos de fúria, ou, ato extremo, promover demissões. O comportamento, por mais bizarro, é percebido como excêntrico – desde que devidamente compensado por suas contribuições aos resultados do negócio.

Não é tão difícil identificar um em seu caminho. Fique longe dele é meu conselho básico. Mas, antes, olhe para o espelho com honestidade e reflita se você mesmo  não é um psicopata corporativo.  Se você concluir que sim, não se desespere: suas chances de avançar na corporação são enormes.

Fábio Steinberg (clique no link e conheça o autor)

Apresento cinco links que tratam do tema desse post e que serviram de fontes de consulta para o texto. Recomendo a quem queira pesquisar mais a fundo o assunto que abra os links e conheça melhor essa figura do psicopata que pode estar presente em nossos círculos pessoais:


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