A frase acima, de La Rochefoucauld, é um dos pensamentos mais profundos que conheço. Eu o adotei, como um mantra, em minha vida; e definitivamente o incorporei em minha forma de ser e pensar.
Interessante que até este momento nunca havia pensado em escrever sobre o tema. Outro dia me deparei ocasionalmente com a frase e percebi que havia espaço para comentar sobre a citação na Oficina de Gerência.
A verdade que está oculta na sentença do pensador é que o tom de nossa voz tem uma relação direta e profunda com nossos sentimentos. Até aí, nenhuma novidade... É de se esperar que quem esteja irritado fale com menos suavidade do que aquele que esteja calmo.
Os pequenos demônios
Ocorre que na maior parte de nossas
falas não controlamos essas nuances, de nossa entonação de voz, das inflexões e da suavidade com que nos expressamos. É aí, nesses momentos, normalmente fora
de nosso controle, que a sabedoria de La Rochefoucauld se faz presente:
- "Cada um dos sentimentos tem um tom de
voz, gestos e rostos que lhe são próprios. E essa relação, boa ou má,
agradável ou desagradável, é que faz que as pessoas agradem ou
desagradem.”
Fosse apenas o tom de voz..., mas a verdade é que ele vem acompanhado de gestos e rostos. Teremos então enormes problemas de relacionamentos, com nossos interlocutores, caso não estejamos treinados para dominar esses pequenos demônios – voz, gesto e rosto - que nos atormentam nas ocasiões em que menos precisamos deles.
A Voz Interior
Pago um prêmio para quem jamais tenha tido problemas por se expressar – sem que o desejasse – com um tom de voz irritado, uma expressão dura e um gesto brusco e seco, quando não deveria ou não era o que desejava.
Dificílimo segurar a “voz interior” quando as circunstâncias impõem um comportamento diferente daquele que estamos vivenciando.
Quer um exemplo? Seu chefe está lhe dando uma ordem com a qual você não concorda. Qual a sua primeira reação? Se não estiver bem treinado(a) vai se trair e mostrar contrariedade na voz, no rosto e nos gestos. Já passou por isso?
Esse processo ocorre em todas as nossas relações pessoais; nos níveis da hierarquia dos ambientes corporativos; no ambiente de nossas casas (relações com a família) e nos círculos sociais que frequentamos. Em qualquer um deles estamos à mercê de nossas reações indominadas de voz, gestos e rostos.
Administre os seu demônios
A entonação da voz e demais reações adjacentes, devem ser administradas, porquanto são focos de muitos aborrecimentos e desvios de carreira e oportunidades nas vidas de cada um de nós.
Pode-se dizer que dominar o tom de nossa voz é um componente fundamental para a educação e o desenvolvimento de nossa Inteligência Emocional.
Finalizo aconselhando, principalmente os ainda jovens, para que façam todo esforço possível a fim de controlar essas
reações. Só as utilizem de forma consciente que não lhes tragam arrependimentos. Detalhe
importante, depois de feito, não há como voltar sem desgastes. Seria um arrependimento inútil.
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