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Esse tema é um dos mais complexos entre aqueles desafiantes para um comandante de projetos que dependa de pessoas. Seja ele um líder ou um gerente ou simplesmente um chefe. Unir pessoas dos mais diversos perfis e conseguir despertar e materializar o potencial de cada um direcionado para determinado(s) objetivo(s) exige um conjunto de talentos pessoais do líder, que deve associá-los à sua experiência pessoal e profissional, seus conhecimentos técnicos e a uma força motivacional, daquelas capazes de "mover montanhas".
Podem estar certos que não exagero em afirmar que possuir essa competência talvez seja uma das principais qualidades que as corporações buscam e até exigem de seus conjuntos de executivos. Pessoalmente considero um exemplo de puro talento pessoal quando alguém consegue a proeza de conquistar seu objetivo após montar uma perfeita equipe de trabalho (diria, com certo exagero, que é como se visualizar uma rara obra de arte).
A construção de grupos embora exija menos talentos é o passo antecedente à montagem de uma equipe. Jamais alguém conseguirá montar uma equipe sem passar pelo estágio de um grupo; Na verdade, minha experiência ainda aponta um estágio anterior ao grupo, denominada de bando.
Trago para os leitores um dos melhores artigos existentes sobre o assunto. Recebi-o de amigos e não consegui localizar nem a origem (site) e nem o autor, mas atesto a qualidade com méritos.
Para quem se interesse pelo tema recomendo fortemente que leia o post completo. É longo, mas acho que não existe texto de qualidade que seja curto; só se for um "resumo" e - cá pra nós - não vejo como ninguém se aprofundar em um assunto ou conteúdo lendo resumos.
Ao final do post ainda ilustrei com um vídeo (animação e muito divertida) do YouTube intitulado "A importância do trabalho em equipe".
Bom proveito.
Grupo ou
Equipe? “Um Por Todos e Todos Por Um”
Três lavradores costumavam trabalhavam
juntos. Cada um tinha uma função: o primeiro era encarregado de abrir buracos
na terra; o segundo jogava as sementes dentro deles; a tarefa do terceiro era
ir tapando os buracos que já continham as sementes.
Certo dia, o primeiro e o terceiro lavradores
estavam trabalhando. O fazendeiro que passava pelo local viu os dois e
perguntou: "Mas o que é que vocês estão fazendo?" Eles responderam:
"Estamos plantando sementes". O homem, então, comentou: "Mas que
sementes?!! Vocês não repararam que o encarregado de as jogar não veio
trabalhar?"
Várias cabeças sempre pensam melhor do que uma.
Quando isso não acontece é porque elas não estão trabalhando em time. Trabalhar
em grupo é bem diferente de trabalhar em equipe. Equipes são grupos que
evoluíram.
Charles Chaplin em Tempos Modernos, de 1936, filme
que retrata a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, na famosa cena em que
ele apertava parafusos sem parar, trabalhava em grupo ou em equipe? Numa linha
de produção, as pessoas trabalham em grupo, mas não em equipe. O trabalho que
elas fazem, na verdade, é individual, só que realizado lado a lado. Nesse
sistema, cada um se preocupa em fazer seu trabalho ... e só. O trabalho em
equipe pressupõe que os membros do time saibam o que os outros estão fazendo e,
dependendo do caso, possam até substituir o colega. No grupo é cada um por si.
Já a equipe funciona na base do um por todos e todos por um!
Embora grupos e equipes sejam compostos de
indivíduos trabalhando em nome de objetivos comuns, os times tendem a
desenvolver uma meta coletiva que vai além daquela que a organização determinou
para eles.
As formigas sabem das coisas
Quando o assunto é trabalhar em equipe, as formigas
dão uma aula de time. Elas vivem numa sociedade organizada e sabem exatamente o
que fazer pelo bem comum. Detalhe: não precisam receber ordens para agir.
Quando estão em ação, a sincronia entre as formigas é tão perfeita que elas
parecem funcionar como células do mesmo corpo. São as provas vivas de que a união
tem tudo a ver com a força. Juntas, são capazes de fazer o que não dariam conta
de realizar se estivessem sozinhas.
Se fôssemos situar o trabalho em equipe no processo
evolutivo profissional, teríamos primeiro o indivíduo; depois, o grupo; e, na
ponta, a equipe. A máxima de que duas cabeças pensam melhor do que uma é
verdadeira desde os primórdios da humanidade. Além da eficiência, a afetividade
que aparece no grupo também precisa ser levada em conta. O ser humano se
relaciona com os outros basicamente em dois níveis: no cognitivo e no socioemocional.
Nesse sentido, a experiência de trabalhar em grupo é muito rica, pois propicia
essas duas vivências. Acontece que um grupo não se torna uma equipe
naturalmente, por decurso de prazo. É preciso muito esforço e dedicação.
Um time é um time quando passou do estágio em que
busca apenas resultados financeiros. Existe a preocupação real com o bem-estar
das pessoas. Em uma equipe deve haver sinergia, e isso é muito mais do que a
soma dos esforços individuais. Nas equipes de alto desempenho, que são o modelo
ideal, as competências emocionais têm tanta importância quanto os fatores
técnicos e cognitivos. Autoconsciência, controle emocional, intuição, empatia,
comunicação eficiente e relacionamento sadio entre os membros do grupo - tudo
isso entra no rol da competência emocional da equipe.
Os times de alta performance têm seis características básicas:
- Limites precisos: Todos sabem quem pertence ou não ao time. Da mesma maneira, a equipe é reconhecida pelos outros como uma unidade organizacional.
- Objetivos comuns: As metas dizem respeito à equipe, e todos reconhecem e assumem a responsabilidade por seu cumprimento.
- Papéis diferenciados: Cada membro do time deve dar sua contribuição individual à equipe.
- Autonomia: A liberdade para realizar o trabalho é uma marca registrada das equipes.
- Dependência dos recursos externos: Os membros da equipe sabem que dependem de outras equipes ou indivíduos para conseguir informações, recursos e apoio. Enfim, eles valorizam tudo o que possa ajudá-los a cumprir seus objetivos.
- Responsabilidade coletiva: Recompensas e feedbacks são uma constante, principalmente para o time como um todo.
Características Importantes
Não tenta agradar a todos. Uma característica do
trabalho em equipe se refere ao processo de tomar decisões. Decidir
em grupo costuma ser mais demorado porque é preciso chegar a um ponto em que
todos, ou pelo menos a maioria. No entanto, depois que se chega a uma
conclusão, implementar o que foi decidido é mais rápido e fácil do que nos
casos em que as decisões vêm de cima para baixo.
A composição da equipe também é um
ponto-chave do trabalho coletivo. Quanto mais multifuncionais forem as pessoas,
melhor. Especialistas costumam ter uma visão muito situacional. Da mesma forma,
não pode haver uma diferença técnica muito grande entre os membros da equipe.
Todos têm de estar alinhados no que se refere ao conhecimento. Senão, fica
difícil manter a sinergia. Quando isso não acontece, o grupo rejeita
naturalmente o indivíduo que não está exercendo suas funções como deveria. É
quase como se houvesse um mecanismo autorregulado que também entra em ação
quando aparece alguém com o ego inflado. Não adianta insistir: tem gente que
simplesmente não tem perfil para trabalhar em equipe, seja porque prefere
realizar sua tarefa individualmente, seja porque não gosta nem um pouco da ideia
de dividir seu sucesso com os outros.
Ainda assim, é preciso levar em conta a máxima de
Nelson Rodrigues "Toda unanimidade é burra". Um pouco de
polêmica não faz mal a nenhuma equipe, aliás, ao contrário, pode até
melhorar muito o trabalho. Por isso, são bem-vindos os profissionais dotados de
senso crítico mais aguçado e até mesmo aqueles que têm certo gosto para a
competição. Já pensou no trabalho feito por pessoas que pensam e agem
exatamente da mesma maneira? É totalmente previsível. Essa ausência de
conflito, aliás, é uma das armadilhas do trabalho em time. Essas armadilhas
aparecem naturalmente e devem sempre ser administrada em conjunto, porque não
se trata de problemas isolados.
Sem estabelecer pactos de convivência,
nada feito! Para isso, o grupo precisa se reunir de tempos em tempos e colocar
as cartas na mesa. As condições, expectativas e percepções individuais precisam
ser explicitadas e negociadas. Sempre levando em consideração a situação em que
o grupo se encontra no momento. Isso engloba metas, divisão de papéis e
o relacionamento interpessoal e discutidos junto com o líder.
Como se vê, trabalhar em equipe pode ser muito
simples, mas também muito complicado. Depende do ponto de vista.
O líder deve determinar a disposição que as pessoas
devem ter para o trabalho e para atingir os resultados. Ele mesmo deve dar
mostras de entusiasmo, de que se importa com a equipe, e como pode esperar
muito do time e de si mesmo.
Assertividade – A Busca Do Próprio Espaço
Vivemos numa sociedade em que, apesar da crescente
violência, as pessoas sentem muita dificuldade de lidar com a agressividade.
Muitas
vezes, esta agressividade é confundida com a assertividade, de tal modo que
pessoas agressivas se auto intitulam assertivas ou muito francas, ou até ao
contrário, algumas pessoas não assumem suas posições de forma simples e
autêntica, com receio de serem agressivas.
Por isso o
primeiro passo é entender o significado literal da palavra assertividade. Com o
auxílio do dicionário Houaiss encontra-se a palavra assertividade como "a
qualidade ou condição do que é assertivo. Assertivo: o que faz uma asserção ou
afirmação; pessoa que declara algo positivo ou negativo, do qual assume
inteiramente a validade; afirmação que é feita com muita segurança, em cujo
teor se acredita profundamente”.
Outro passo
é sabermos que existem quatro tipos de comportamentos: passivo,
agressivo, agressivo/passivo e assertivo. Cada um deles tem vantagens
e desvantagens, dependendo do momento em que for manifesto. Um comportamento
pode mudar de acordo com o momento e a situação. Em função disto, uma mesma
pessoa pode ter os quatro comportamentos, ainda que certamente exista uma
tendência maior de se agir de determinada forma em circunstâncias
"normais" , ou seja, o indivíduo tende a adotar um determinado estilo
como mais frequente.
Esta constatação nos confirma a ideia de que
podemos mudar um comportamento se percebemos que ele não está valendo a pena,
isto é, não satisfaça as nossas necessidades, expectativas e objetivos
pessoais. Então, podemos desenvolver a nossa assertividade.
O que nos faria desenvolver a assertividade? Com
certeza nada responde melhor a esta pergunta se genericamente, considerarmos os
benefícios que o comportamento assertivo pode nos trazer:
- Lidar com os confrontos com mais facilidade e
satisfação;
- Sentir-se menos estressado;
- Adquirir maior confiança;
- Agir com mais tato;
- Melhorar imagem e credibilidade;
- Expressar seu desacordo de modo convincente, mas
sem prejudicar o relacionamento;
- Resistir às tentativas de manipulação, ameaças,
chantagem emocional, bajulação, etc.;
- Sentir-se melhor; e
- Fazer com que os outros também se sintam melhor.
Sabemos da
importância e temos motivos para sermos assertivos, mas como desenvolver assertividade?
Sem
"receitas" prontas ou mágicas, algumas dicas já comprovadas podem
ajudar quem está interessado no assunto:
- Mudar o diálogo interior - de negativo para
positivo;
- Levar em consideração seus direitos e os dos
outros; e
- Desenvolver a autoestima.
Pense nas
diversas situações de sua vida profissional e pessoal em que a sua falta de
assertividade prejudicou o resultado que você buscava, impedindo-o, com isso,
de sentir-se verdadeiramente realizado com suas conquistas.
Quantas
vezes você teve que "engolir" a raiva gerada pelo sentimento de que
deveria ter dito algo que não disse naquela determinada hora?
Quantas
vezes você se viu "obrigado" a fazer determinadas coisas por não ter
tido a coragem de dizer não para o outros.
Os exemplos
são inúmeros. O mais importante, no entanto, é refletir sobre o assunto e ser
mais assertivo em algumas situações, para não só expandir a inteligência
emocional, como também e principalmente desenvolver relações interpessoais mais
autênticas, harmoniosas e prazerosas.
Só lembro
que não podemos ser assertivos sem sermos empáticos, pois como desenvolver a
nossa própria assertividade se não formos capazes de aceitar a assertividade do
outro? Se alguém nos fala o que está pensando de forma educada, mas, clara e
direta, vamos considerá-lo "egoísta", "malcriado" ou
qualquer outro qualificativo que expresse a nossa incompetência em aceitar a
assertividade do outro? Pense
nisto!
Comunicação Assertiva
Comportamentos de assertividade:
- Mantém contato visual, mas sem encarar.
- Inclina-se em direção ao interlocutor, mas não tão
próximo que possa intimidar.
- Modula a voz e evita falar tão alto que possa
parecer ameaçador.
- Defende seu direito de pensar diferente. E é
colaborador e team player.
- Afirma suas necessidades e opiniões claramente e
com confiança. E respeita o direito do outro fazer o mesmo.
- Defende seu ponto de vista sem imposição.
- Positivo e Sorridente.
- Aberto a diferentes opiniões.
- Perdoa os erros dos outros, incluindo os próprios.
- Apoia,
dá força aos “não-perfeitos”.
- Autêntico, franco, respeitoso.
Pessoas assertivas:
- Acreditam que elas têm o direito de expressarem
suas necessidades e desejos aos outros.
- Num conflito ou desacordo, supõem que a outra
pessoa também está compromissada a encontrar uma solução.
- Expressam descontentamento ou reivindicação.
- Tomam a iniciativa para corrigir condições adversas
ou persuadir os outros a fazê-lo.
- Em conflitos, focam a situação e não as pessoas
envolvidas.
- Consideram-se especialistas e consideram e
reconhecem outros como o sendo também.
- Estão acostumados a serem alvos de confiança e de
respeito.
- Tem tempo para aqueles que têm dificuldade em
expressar seus sentimentos e os encorajam a se expressarem, mesmo quando há
conflito de opiniões.
- Acreditam que assertividade leva à credibilidade e
à confiança.
- Acreditam que estão sendo coerentes e congruentes
com suas palavras, gestos e expressões faciais.
Distinguindo os Diferentes Tipos de Comportamentos
Agressivo
- não leva em consideração a dignidade e os direitos
dos outros.
- tende a menosprezar ou humilhar os outros.
- causa constrangimento.
Assertivo
- expressa necessidades e desejos de uma maneira
franca, sincera e adequada à situação.
- expressa opiniões desagradáveis, mas o faz de
maneira não ameaçadora.
- reconhece
que os outros têm pontos fortes, recursos e percepções que diferem das
suas.
Passivo
- abre mão (abdica) de seus direitos e
responsabilidades.
- “convida” os outros a ignorá-lo.
- sujeito a ser explorado.
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