O
cão incompetente
Um açougueiro estava em sua loja e ficou surpreso quando um cachorro entrou.
Ele
espantou o cachorro, mas logo o cãozinho voltou.
Novamente,
ele tentou espantá-lo, foi quando viu que o animal trazia um bilhete na boca.
Ele pegou o bilhete e leu:
- Pode me
mandar 12 salsichas e uma perna de carneiro, por
favor. Assinado...
Ele olhou e
viu que dentro da boca do cachorro havia uma nota de 50 reais. Então ele pegou
o dinheiro, separou as salsichas e a perna de carneiro, colocou numa embalagem
plástica, com o troco, e pôs na boca do cachorro.
O
açougueiro ficou impressionado e, como já era mesmo hora de fechar o açougue,
ele decidiu seguir o animal.
O cachorro
desceu a rua, quando chegou ao cruzamento, deixou a bolsa no chão, pulou e
apertou o botão para fechar o sinal. Esperou pacientemente com o saco na boca
até que o sinal fechasse e ele pudesse atravessar a rua.
O
açougueiro e o cão foram caminhando pela rua, até que o cão parou em uma casa e
pôs as compras na calçada.
Então,
voltou um pouco, correu e se atirou contra a porta.
Tornou a
fazer isso. Ninguém respondeu na casa.
Então, o
cachorro circundou a casa, pulou um muro baixo, foi até a janela e começou a
bater com a cabeça no vidro várias vezes.
Depois
disso, caminhou de volta para a porta, e foi quando alguém abriu a porta e
começou a bater no cachorro.
O
açougueiro correu até esta pessoa e o impediu, dizendo:
— 'Por Deus
do céu, o que você está fazendo? O seu cão é um gênio!' A pessoa respondeu:
— 'Um
gênio?
— Esta já é
a segunda vez esta semana que este estúpido ESQUECE a chave!!!
Tenho quase certeza de que o
leitor já presenciou ou tomou conhecimento de atitude comparável. Falo por mim. Já vi e conheci vários exemplos semelhantes, seja no
mundo corporativo ou na vida fora dele.
Por que estas cenas constrangedoras ocorrem? Respondo: pela falta de lideranças experientes e hábeis, notadamente se as "vítimas" forem inteligentes e talentosas.
Em quase todos os casos que presenciei, o agressor era pessoa grosseira, rude e
sem formação humanista. Na linguagem popular, "um
casca-grossa".
Normalmente o tratamento incivilizado e áspero de um chefe com os subordinados
ou sua inaptidão para reconhecer as suas qualidades e só enfatizar seus defeitos
é uma característica comum aos (falsos) líderes ou gerentes que impõem sua
autoridade como forma de convivência e poder com as pessoas que lhe estão
abaixo, no organograma da organização.
Diz a sabedoria popular que a arrogância é irmã da vaidade e ambas, filhas do orgulho.
Uma função corporativa com poder acima da competência de um líder, conduz ao
desprezo pelo respeito às pessoas que lhes são dependentes.
Listo algumas, e apenas algumas, características comuns a essas pobres almas: imodéstia,
presunção, prepotência, arrogância e, sobretudo, as demonstrações públicas de grosseria, mau-humor, descortesia e vaidade.
Confesso que - ainda jovem na selva corporativa - já tangenciei este “campo minado”. Em algum momento de minha carreira, onde desfrutei de relativa autoridade, cheguei a exibir alguns comportamentos e atitudes como as descritas acima. Falta de experiência e vivência com o poder...
Paguei
um preço alto, mas consegui perceber o defeito a tempo e corrigir meu rumo.
Posso dizer que "tenho autoridade" para abordar esse tema.

Para os jovens recentemente iniciados nos mercados de trabalho, oriento para jamais se colocarem no raio de ação destes “déspotas corporativos”. Mas vou logo avisando que não é fácil, se a situação acontecer.
Se você tem talento e é bom no faz com muita probabilidade, ao longo da
carreira, vai cruzar – e mais de uma vez - com alguns destes tipos. E em
determinado momento, se alcançar uma posição de poder, até poderá ser tentado a pertencer ao seu “clube”.
Se isto acontecer, espero que, rapidamente, consiga se livrar desse "canto de sereia".
Para aqueles que continuam “virgens” nos meandros do sistema chefia/subordinado, deixo-lhes alguns conselhos valiosos trazidos da minha experiência e vivência. :
- Afastem-se quanto antes destes (falsos) líderes ou chefes. Não percam oportunidades de pedir transferência para outros setores.
- Se o ambiente estiver prejudicando sua saúde mental ou emocional, considere alternativas. Não se sinta culpado por priorizar seu bem-estar. Aprenda a reconhecer seus limites.
- Não confiem neles e nem atrelem suas carreiras às trajetórias de (aparente) sucesso deles.
- Lembrem-se de que estas figuras são pessoas que “usam” os subordinados como degraus da escada que planejaram para seus próprios objetivos.
- Não se deixem enganar pelas atitudes brandas, maneirosas e melífluas que eles normalmente adotam para compensar seus atos de grosseria anteriores.
- Mantenham uma postura de independência em relação aos seus empregos.
- Não demonstrem que têm medo de serem demitidos, pois isso será usado contra você.
- Desenvolva sua própria rede de contatos. Invista em relações profissionais além do ambiente em que você trabalha atualmente. Isso pode abrir portas para novas oportunidades e diminuir a dependência de uma liderança tóxica.
- Invista no seu crescimento profissional, faça cursos, participe de workshops e busque mentores que agreguem valor à sua carreira. Isso fortalece sua independência e aumenta sua confiança.
- Caso você precise lidar com líderes problemáticos, mantenha registros das comunicações ou situações importantes. Isso pode servir como suporte caso ocorra algum problema no futuro. Não tenha receio de documentar interações relevantes:
- Encontre colegas com pensamentos semelhantes. Um grupo unido pode ter mais força para lidar com desafios e propor mudanças; busque aliados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Convido você, caro leitor, a se manifestar sobre os assuntos postados na Oficina de Gerência. Sua participação me incentiva e provoca. Obrigado.