Não é de hoje que publico as colunas do Tostão aqui no blog. Faço-o
mais pelo estilo e pela inteligência desse antigo e genial jogador de futebol
que fez história por onde passou.
Tive a oportunidade de ver o Tostão jogar à
beira do gramado. Eu era um jovem "repórter de pista" que era como se
intitulavam os repórteres de rádio que trabalhavam à beira dos gramados
buscando todas as informações que surgissem.
Naquela época a circulação dos jornalistas em
volta do campo de jogo e durante as partidas era permitida. Era cair um jogador
e ser retirado de campo que lá estavam os repórteres ávidos por uma declaração
ou um "furo de reportagem". Bons tempos...
Como disse vi o Tostão jogar e ele é tudo que
dizem e mais ainda. Era um jogador diferenciado dentro de campo. Primeiro
porque tinha uma formação cultural acima da média de seus colegas e segundo
porque o futebol nele era um dom. Movia-se com elegância e "vendo" o
jogo o tempo todo. Dava gosto vê-lo em campo naquele timaço do Cruzeiro e na
seleção brasileira.
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Teve a inteligência de sair do mundo do
futebol quando não pode mais jogar por motivo de saúde. Abraçou a medicina e
(dizem) foi um médico sério e aplicado. O futebol, entretanto não deixou de
persegui-lo e eis que de repente aparece o cronista Tostão. Tão inteligente
quanto como o foi nos tempos de atleta Tostão foi uma brisa, um vento que
surgiu nas colunas de futebol tão maltratada pela mesmice e pelos clichês da
maioria dos jornalistas e entendidos de futebol.
Rapidamente destacou-se dos demais e sem sair
de Belo Horizonte tornou-se o cronista mais respeitado no universo do futebol.
Sua coluna na Folha de São Paulo é avidamente esperada por todos que amam o
esporte porque sabem que em seu texto estará uma opinião colocada com
agudeza, alcance, inteligência, perspicácia, sagacidade e sutileza. Terei
exagerado com tantos adjetivos? Acho que não.
Agora seus textos foram selecionados e
colocados em livro. A revista Veja fez uma bela matéria sobre a publicação e eu
paro meu breve comentário por aqui. Leiam abaixo e saibam - os amantes do
futebol e da escrita inteligente - porque o livro do Tostão deve ser lido. O
meu já está na mão.
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