A Marcha da Insensatez - De Tróia ao Vietnã, agora em
sua sexta edição brasileira, um dos mais estranhos paradoxos da condição
humana: a sistemática procura, pelos governos, de políticas contrárias
aos seus próprios interesses.
Através de exemplos históricos, Bárbara
Tuchman estabelece a distinção entre insensatez e outros tipos de desgoverno,
identificando sua característica maior: o ato autodestrutivo não considera a
existência de uma alternativa viável e reconhecida. Dá como exemplos,
entre outros, a dispersão das dez tribos de Israel (930 a.C.), a
inexplicável submissão do imperador Montezuma (1520) e o ataque japonês a
Pearl Harbour (1941).
A partir daí, expõe quatro pontos decisivos no
turbilhão da História. O primeiro deles é a guerra de Tróia, a mais
remota luta simbólica do mundo antigo, cujo desenrolar demarca o
protótipo da insensatez no governo. A autora demonstra como os troianos
rejeitaram tanto os presságios quanto as advertências explícitas.
Acolhendo o cavalo dentro de suas muralhas e fazendo, assim, a livre
escolha de um rumo que os levaria ao desastre total.
O segundo ponto diz
respeito às seis décadas de desgoverno dos papas, período que coincide
com o auge da explosão da Renascença, em toda sua pompa e florescimento
artístico. Contra esse fundo, perscruta as vidas dos seis papas que não
apenas trouxeram má reputação à Santa Sé, como também romperam a união
da cristandade e perderam metade dos fiéis para a secessão
protestante.
Barbara reconta depois a série de acontecimentos mediante os
quais, durante quinze anos, o rei Jorge III da Inglaterra e seu governo
envenenaram o relacionamento com as colônias americanas, criando
rebeldes, fazendo-se de surdos às críticas do Parlamento e da população.
Como resultado, perderam o controle que exerciam sobre seu império na
América.
No último ponto, a historiadora aborda os trinta anos de
envolvimento dos EUA no Vietnã até a embaraçosa retirada dos americanos.
O que emerge dessa impressionante análise é a crônica da auto-hipnose,
do cinismo e da perda de confiança dos cidadãos em seu governo.
Este
livro é uma obra-prima que revela a causa fundamental do desatino nos
governos: a impotência da razão ante os apelos da cobiça, da ambição
egoísta e da covardia moral, numa época que a marcha da insensatez
parece acelerada no universo em que vivemos.
Caro Drumond
ResponderExcluirEstou iniciando pelas redes sociais, aproveitando talvez a vacância da CODEVASF.Nestes tempos de "cisternas" temos que procurar outras atividades para manter a mente lúcida.
Gostei muito do seu Blog e da análise do desastre do navio. Não é lógico com todos os recursos tecnológicos disponíveis, acontecer um desastre destes, que se não tivesse morrido tantas pessoas seria mais cômico do que trágico.
O excesso de confiança e a supervalorização do "eu" leva a desastres tanto quanto a incompetência.
Abraço
Wellington Gomes Oliveira
Caro Wellington. Grande alegria vê-lo por aqui. Os blogs, redes sociais e similares têm essa enorme aptidão de reunir pessoas que há muito não se encontravam e podem fazê-lo nos espaços da internet. Folgo muito em sabê-lo ligado.
ResponderExcluirSobre seu comentário direi que está correto e que você tem vasta experiência para tecer as considerações que fez. Muitas vezes vimos e até vivenciamos demonstrações dessa arrogância que está muito próxima dos grandes desastres. Certamente o comandante do Costa Concórdia foi vítima dela e pagou o preço mais alto que ela cobra, ou seja, a perda da carreira e a execração profissional. Que sirva de lição a todos nós.
Grande abraço e volte sempre.
bom dia gostaria de saber poq as grandes empresa deixam afundar um navio de grande porte .
ResponderExcluirse poderiam salvar este navio temos tecnologia para isso ...sera q e melhor afundar do sauvar ... obrigado pela atençao meu nome e alan