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ropositadamente
deixei passar quase uma semana para escrever sobre a vitória do Barcelona no
domingo passado (18/12) conquistando o título de Campeão Mundial Interclubes
e a derrota do Santos, no mesmo jogo. Sim! É isso mesmo! Vitória do
Barcelona um fato e derrota do Santos outro.
Sou o
que se pode classificar como "amante do futebol". Adoro todos os
esportes e amo o futebol. Não pelo jogo em si, mas pelas paixões que ele
desperta, por sua linguagem universal "falada" em todos os recantos
do planeta. O futebol é uma magia que toca a todos que dele se acercam.
O que
mais me impressionou após aquele, vá lá que seja... jogo de futebol entre
Barcelona e Santos (já vi peladas de 2ª divisão mais emocionantes) foi a
imprensa esportiva do Brasil. Li, vi e ouvi tudo que foi possível nos jornais
de circulação nacional, nas emissoras de rádio e televisão de maiores
audiências. Tudo. E olha que eu entendo um bocado desse negócio de acompanhar
futebol!
Pois
bem, os locutores, comentaristas e repórteres que foram ao Japão e os que
ficaram no Brasil, todos simplesmente emudeceram. Pior, não sabiam o que dizer!
Sabe aquela imagem surrada do cachorro
que caiu do caminhão de mudança. Foi assim que os jornalistas reagiram aos
mais de setenta do cento com a posse da bola que o Barcelona desenvolveu, atônitos
com o "baile" que o Santos tomou do Barcelona e o
"chocolate" de quatro a zero. Foi um dos maiores vexames que eu já
presenciei desde que comecei a acompanhar e assistir futebol. E olha que faz
tempo...
Na
verdade ninguém soube o que dizer; nem os jogadores e o técnico do Santos
do Santos e nem os jornalistas especializados. Sabem quem disse algo que calou
fundo na estrutura do futebol brasileiro? O técnico Pepe Guardiola do Barça. Na
entrevista ao ser perguntado qual o "segredo" do seu time ele
respondeu com um certo ar de ironia que o Barcelona apenas toca a bola
tal como faziam os times brasileiros na época do seu pai. Há, há, há! Isso foi
pior do que os quatro a zero.
A
vitória do Barcelona jamais poderia ser surpresa para ninguém, pois o time joga
daquele mesmo jeito todas as semanas na Europa com jogos transmitidos para o
mundo inteiro. Uma semana antes havia virado
o jogo sobre seu maior rival o Real Madrid de Cristiano Ronaldo, Kaká e outras
estrelas após estar perdendo por um a zero ganhou de dois a um e deu um baile
no Real e na casa dele. Em Madrid... Logo, onde está a surpresa?
O
Santos perdeu pelo simples motivo de que foi (e é) um time infinitamente
inferior ao Barcelona e o seu técnico, Muricy Ramalho por quem, aliás, tenho
grande admiração, foi arrogante e quis "inventar a roda" pra cima
desse Barcelona que ai está. Montou uma formação que sequer havia treinado e
jogou o seu grupo às feras. O Santos literalmente ficou assistindo o Barcelona
tocar a bola e fazer gols. Eram meninos jogando contra homens. Acho que um
treino com seu time reserva teria dado mais trabalho a turma do Messi.
A
derrota santista foi a expressão da decadência, o nocaute da atual forma de jogar dos
times e da seleção do Brasil onde – entre outras coisas - ninguém sabe (mas
pensa que sabe) trocar passes que é o fundamento mais primário de qualquer jogo
coletivo.
O
time da Vila Belmiro perderia de qualquer maneira. Aliás, qualquer time
do planeta perderia. O que ficou vergonhoso foi mostrar ao
mundo inteiro que o futebol do Brasil, outrora tão encantador, parou no
tempo e
não evoluiu. As razões são conhecidas, embora não reconhecidas. É só
levantar o pedigree
e a folha corrida dos dirigentes da CBF, das federações e clubes. Começa por ai...
Agora o
que resta é catar os cacos da desmoralização de Yokohama e buscar fórmulas
mágicas para não levarmos novas escovadas na Copa do Mundo de 2014 dentro de casa.
A propósito, deve ser dito que os times brasileiros e a nossa (nossa?) seleção
já vem dando vexames um atrás do outro há muito tempo. O que aconteceu na
África do Sul contra a Holanda foi o que?
Valorizei o post com a transcrição (textos da edição digital da Folha da São
Paulo que transformei em imagens) de dois comentários excelentes. O primeiro é
desse mago das palavras e do bom humor que é Ruy Castro (não deixem de ler) e o
segundo é do Tostão, disparado (opinião minha) o melhor colunista de futebol do
Brasil. Um craque também com as palavras. Os dois escreveram tudo que eu queria
escrever além desse texto, mas sem o brilho dos profissionais.
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