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Escrevi, no dia 21 p.p., um post a respeito do assunto que intitulei de "Hidrelétrica de Belo Monte: Onde estará a verdade?". Nele fiz uma crítica ao vídeo que, recheado de artistas globais - pagos ou não - desceram o porrete na construção da Usina com uma série de informações "manufaturadas" por um desconhecido "Movimento Gota d'Água". Texto visivelmente lido e interpretado pelos atores aquela furiosa "coragem da ignrância".
Por conta dos artistas emprestarem suas imagens celebrizadas nas novelas globais o vídeo entrou na categoria dos "virais" e já tem milhões de acessos (inclusive no exterior). O tal vídeo - e não estou fazendo juízo de valor - é um dos maiores bestialógicos que já tive oportunidade de ver, ouvir ou ler. Detalhe, é um vídeo de produção esmerada e não ficou barato. Quem financiou? Não me parece que tenha sido o Movimento Gota d'Água que o reinvidica. Ele começou agora e ainda está "correndo o pires" para conseguir doações (se que que precisa...). Está faltando transparência nesse negócio, mas esse assunto fica para depois.
Volto ao tema propriamente dito das campanhas - a favor e contra - a construção da UHE de Belo Monte. Coloco imediatamente abaixo do meu artigo um texto que extrai do blog "Vamos Combinar" de Paulo Moreira Leite que merece ser lido pela lucidez na forma em que o consagrado jornalista comenta essa "guerra de vídeos". Sim porque dois outros vídeos foram lançados no YouTube. Dessa vez foram produzidos por estudantes universitários da UnB (Brasília) e da UNICAMP (Campinas).
Achei excelentes as posições dos estudantes. Desmascaram de cabo a rabo o vídeo do Movimento Gota d"Água e dos artistas globais. Um direto na queixada. Mostram tim tim por tim tim todas as malversações colocadas no texto interpretado pelos atores e atrizes. Em ambos os vídeos - principalmente o da UNICAMP (que faz uma paródia dos artistas) estão as informações técnicas sobre Belo Monte. Todas elas enxutas e dessecadas da tentativa de manipulações de opinião. Não deixem de ver o finzinho do vídeo da UNICAMP onde o professor de estatistica da universidade, Sebastião de Amorim, faz uma esclarecedora avaliação sobre Belo Monte.
Espero que outros segmentos também se manifestem contra ou a favor de Belo Monte, não importa, mas livres de artifícios, artimanhas, espertezas e maquiavelices que são a matéria prima do vídeo que o "Movimento Gota d'Água" produziu. Essas manobras que visam distorcer e engabelar a opinião dos menos informados não constroem o arcabouço que é necessário para a correta avaliação desse investimento gigantesco que o Brasil fará para o seu futuro. Ao assistir o "vídeo dos artistas" a sensação é de que eles acham que com suas simples aparições, lindos, belos e famosos, podem convencer a todos sobre o que estão lendo. Lastimável...
Já disse antes e volto a repetir. É um erro lutar contra a construção da Usina de Belo Monte. Ela será concretizada irreversivelmente. Essa mobilização toda deveria estar sendo direcionada para analisar os estudos sobre a mitigação dos impactos ambientais, sociais e econômicos que o empreendimento desencadeará na região onde está sendo instalado. É missão e dever da opinião pública esclarecida cobrar do Governo Federal e de seus concessionários contratados os compromissos assumidos nos Estudos de Viabilidades, nas Licenças Ambientais já concedidas pelo IBAMA e em todas as promessas que foram objeto de acordos feitos com as comunidades presentes. Isso sim seria patriótico e responsável.
De qualquer sorte parabenizo os jovens estudantes da UnB e da UNICAMP. Eles foram certeiros e não se deixaram iludir pelo "canto das sereias" que é o vídeo dos globais. Os atores sim, estes se mostraram marionetes de quem ainda não se sabe, papagaios de repetição.
Gostaria muito que esse debate subisse de tom. Ele é necessário. Talvez tenha sido essa a maior contribuição que o "vídeo dos artistas" tenha feito em prol de Belo Monte.
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"Eu ainda acho que um vídeo com cenas do grande apagão que emperrou o crescimento e a criação de empregos no governo de FHC seria uma imagem muito adequada para se debater Belo Monte. A lembrança de um país que não foi capaz de aproveitar um bom momento internacional para criar empregos e oferecer oportunidades ao mais humildes porque não fazia investimentos necessários em energia é sempre útil e didática.
Mas o vídeo (“Tempestade em copo d’água”) feito por estudantes de Engenharia da Unicamp é uma ótima contribuição ao debate.
Contra o charme – nem sempre irresistível, vamos combinar – de estrelas globais que decidiram denunciar a usina, os estudantes comparecem ao youtube sem maquiagem, com humor e muita informação. Para que? Para lembrar verdades essenciais a uma discussão política. Jovens que poderiam ser nossos filhos e amigos de nosso filhos dão explicações claras e diretas.
Apresentam informações. Em vez de sentimentalismo, oferecem espírito crítico. É a diferença entre uma sequencia de novela e uma cena de Brecht. As novelas podem ser úteis para entreter e divertir. Mas o dramaturgo alemão sempre foi mais adequado para refletir."
Ao clicar sobre cada um dos logotipos abaixo o leitor será redirecionado para as abordagens e informações que eles colocam sobre Belo Monte.
Clique e acesse informações oficiais sobre B.Monte |
Alunos do curso de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) entraram no debate sobre a importância da construção da Usina Belo Monte para o Brasil. Em um vídeo caseiro, o grupo apresenta informações corretas sobre o projeto, como a real área de reservatório prevista, de 503 km², e o fato de que nenhuma terra indígena será alagada. Estudantes de Engenharia Civil e Economia da Unicamp também produziram um vídeo, dando sua contribuição ao debate sobre Belo Monte. Assista o vídeo.
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