Estou
achando que o povo do Egito reuniu-se em vão na Praça Tahrir para derrubar o
ditador Mubarak. Tudo indica que foram vítimas de "conto do vigário".
Pensaram que era Mubarak quem tinha o poder e na verdade eram os militares que
o assumiram imediatamente sob o título pomposo de Conselho Supremo das Forças
Armadas. Eram eles os avalistas do ditador.
Esse
"filme" é tão antigo quanto o Velho Testamento. Como o povão e as
lideranças egípcias já estão mais que calejadas em protestar na praça não entregaram a rapadura e voltaram para lá
novamente - a sua Praça Tahrir - exigindo que os militares não oficializem uma ditadura que tudo
indica será pior do que a de Mubarak. Triste sina...
As
manifestações - nesse final de semana - foram repelidas com tamanho excesso de violência que chamou a atenção das nações. A truculência dos militares não ficou devendo nada aos seus "irmãos da
Síria". É incompreensível que policiais em meios às manifestações - e é assim no mundo inteiro - sejam treinados para se comportar pior que os mais selvagens dos animais.
Os vídeos e as fotos que estão correndo o mundo via internet não deixam
entrever outra coisa senão mais selvageria por parte dos
militares que teimam em permanecer no poder sem atender o desejo do povo egípcio. Eu acho que os egípcios não vão desistir das suas conquistas e por isso vamos esperar mais e mais brutalidades.
Quando
todos pensavam que o Egito estava caminhando como a Tunísia (será que sustenta?)
para consolidar sua "Primavera Árabe" eis que volta tudo à estaca
zero. Assistam aos vídeos e assustem-se com a violência da repressão. É
revoltante, por mais que a gente saiba como são. Não dá para ver e
calar.
Ao final do post coloquei uma atualização das notícias sobre a crise no Egito.
Ao final do post coloquei uma atualização das notícias sobre a crise no Egito.
Vídeos mostram a brutalidade da repressão no Egito
As autoridades do Egito são conhecidas por sua brutalidade, mas mesmo assim a violência empregada por policiais e militares para conter os manifestantes que protestam desde sexta-feira na praça Tahrir, no Cairo, chamam a atenção. Diversos ativistas dizem que os policiais estão mirando suas balas de borracha na região da cabeça dos manifestantes, e muitos foram atingidos nos olhos. No domingo, o jornal Al Masry Al Yoummostrou três pessoas com ferimentos nos olhos após serem atingidas na praça Tahrir, uma delas cinegrafista do jornal. O outro é Ahmed Hararah (foto), que diz ter sido atingido no olho também nas manifestações de janeiro.
Leia mais
- Manifestantes egípcios morreram atingidos por munição real, diz TV
- Para onde a nova onda de violência pode levar o Egito?
Vídeos divulgados na internet também revelam a brutalidade de militares e policiais. Nas imagens abaixo, policiais usam cassetetes para espancar os manifestantes. Alguns são arrastados pela rua e uma manifestante é puxada pelo cabelo por um dos membros das forças de segurança. Há cenas [imagens fortes] de manifestantes inconscientes (ou mortos) sendo atingidos no corpo e na cabeça por golpes dos policiais.
No vídeo abaixo, feito nas cercanias da praça Tahrir, um policial arrasta pelo braço um manifestante, que está inconsciente ou morto, para uma pilha de lixo próxima a uma das calçadas da rua.
A foto abaixo, publicada no Twitter por Anjali Kamat, que se identifica como “jornalista independente”, aparentemente foi feita do mesmo local em que o vídeo anterior foi gravado. Ela mostra o mesmo homem cujo corpo foi arrastado por um policial ao lado de outras oito pessoas, também desmaiadas ou mortas.
A foto abaixo, publicada no Twitter por Anjali Kamat, que se identifica como “jornalista independente”, aparentemente foi feita do mesmo local em que o vídeo anterior foi gravado. Ela mostra o mesmo homem cujo corpo foi arrastado por um policial ao lado de outras oito pessoas, também desmaiadas ou mortas.
A imagem abaixo é o próprio retrato da desolação do povo egípcio ao perceber que todo esforço de protesto pacífico para derrubar uma ditadura de 30 anos está sendo jogado no lixo pelo mesmos militares que sustentavam Osny Mubarak.
Para não ter que montar outro post preferi atualizar as notícias sobre o assunto nesse mesmo. Leiam abaixo as últimas informações sobre a crise no Egito. Os generais continuam querendo engabelar o povo que por sua vez não acredita neles. E as eleições estão marcadas para a proxima semana. Eu aposto que eles (os militares) vão achar uma desculpa para adiá-las. Vamos acompanhar. Pelo menos os governantes deram uma trégua na repressão brutal que mobilizaram contra os manifestantes.
O povo continua na praça Tahrir. Clique na imagem para ler a matéria "O que fazer para acabar com o impasse no Egito" |
"O discurso feito na noite de terça-feira por Mohamed Hussein Tantawi,
chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF) do Egito, não teve
rigorosamente nenhum efeito positivo sobre os manifestantes que
continuam se concentrando na praça Tahrir, no centro do Cairo. A foto
acima, feita logo pela manhã, mostra os manifestantes que dormiram na
rua. Novos protestos devem ocorrer nesta quarta e crescer até a
sexta-feira, dia em que tradicionalmente são mais agitados. E os
confrontos com as forças de segurança continuam." (texto de "O Filtro")
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