e toda essa luta da população contra o governo do ditador Muammar Kadhafi que se desenvolve na
Líbia há uma lição,
tão velha quanto a história. Os líderes do mundo inteiro já deveriam tê-la
aprendido. O povo unido contra um governo opressor não pode ser vencido. Pode
demorar, mas o final é inevitável e o estamos assistindo mais uma vez.
Kadhafi não acreditou nessa sentença que
a história já impôs a tantos outros ditadores e está amargando uma derrota que
deverá levá-lo ao fundo da vala por conta de sua insensatez. A queda completa da sua ditadura está
decretada. As lutas que ainda se sucedem neste dia 22 de agosto são apenas
focos dos estertores daqueles que têm muito a perder com a ruína de Kadhafi e
seus asseclas. O próprio tirano está com paradeiro incerto. Fugiu? Está no
palácio? Vai resistir até a morte como tem declarado? Ninguém aposta em qual
será o final do mal-encarado e extravagante (ex) líder da Líbia no poder desde 1969.
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É isso! O fim de Kadhafi é apenas a
continuidade de uma revolução histórica que está varrendo o mundo dos povos
muçulmanos com o descarte dos governos que oprimiram sua população mais pobre e privilegiaram os
multimilionários xeques e seus comparsas com o dinheiro que jorra dos poços de
petróleo.
As revoltas já modificaram a geopolítica da região na Tunísia e no Egito. A Líbia já está com o passaporte na mão para entrar no "clube". No Marrocos a monarquia salvou-se ao entregar os anéis e preservar os dedos promovendo reformas. Os próximos serão a Síria, o Iêmen e o Bahrein e não ficarão de fora em futuro subsequente todos os demais países que não se ajustarem às exigências que os protestos populares colocam nas ruas.
As revoltas já modificaram a geopolítica da região na Tunísia e no Egito. A Líbia já está com o passaporte na mão para entrar no "clube". No Marrocos a monarquia salvou-se ao entregar os anéis e preservar os dedos promovendo reformas. Os próximos serão a Síria, o Iêmen e o Bahrein e não ficarão de fora em futuro subsequente todos os demais países que não se ajustarem às exigências que os protestos populares colocam nas ruas.
O que vai ser do mundo após essas
reviravoltas? Nenhum "profeta" se arrisca a prever. Será um cenário
completamente novo que se desenha no bojo dessas mudanças tão drásticas? Como
vão ficar os interesses dos países ricos do Ocidente que manipulam suas
relações com esses ditadores apoiando-os (e abandonando-os) ao sabor das suas
conveniências? Estes são alguns dos paradigmas novos que se impõem à futura história da
humanidade.
Nada - nestes tempos bicudos - ocorre por
acaso. Está tudo interligado. As crises econômicas nos países ricos, a recente onda de vandalismo em Londres, os protestos dos "indignados" na Espanha e dos estudantes no Chile, as rebeliões e as
guerras civis no Oriente Médio... Todos esses acontecimentos estão vinculados
entre si pelo fio da história. Quem tem olhos para ver, verá..
Contudo, que o mundo ocidental não tenha grandes expectativas com a sequência dos acontecimentos que estão sendo vistos na Líbia. Alí os valores ainda estão no limite do tribalismo. Regiões inteiras têm culturas absolutamente díspares e chegam a ser inimigas. Haverá naturalmente um vazio de poder visto que não é visível nenhuma liderança rebelde que haja comandado os protestos e a revolução contra Kadhafi. O que une todos contra o ditador é a possibilidade da tomada do poder e o fim da ditadura que existe há mais de 40 anos. E depois que Kadhafi cair? Interrogação...
Clique na tarja e leia reportagem da revista Veja sobre o tema |
Outros acreditam que haverá uma forte intervenção da ONU (EUA à frente) e OTAN, leia-se a União Européia (Itália, Alemanha e França), buscando garantir o fornecimento dos muitos milhões de barris de petróleo que a Líbia produz. Isto irá provocar reações da Rússia e da China (com seus aliados) certamente. Todos vão querer sua parte no butim. Sempre foi assim e não será diferente agora.
Ou seja, a deposição do ditador será tão somente o início de uma nova realidade que ainda não pode ser prevista ou planejada; quanto mais construída. Grandes desafios aguardam as lideranças do planeta para saber o que vão fazer com a era pós-Kadhafi. E se a ela se somar à era pós-Al Assad? Ai então será algo parecido com o caos.
Abaixo, coloquei uma série de fotos que
capturei no site do jornal espanhol El País que bem demonstram - sem
necessidade de legendas - o que está acontecendo na Líbia.
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