Por isso trago hoje um dos seus textos e pretendo postar muitos outros. Não me permito desperdiçar a experiencia direta de um empresario desse porte que se dispõe a conversar na blogosfera livremente. O artigo que está no post mostra essa realidade. A partir do titulo "Mandar ou liderar, eis a questão" Carlos Döhler explora uma questão das mais importantes para quem aspira uma carreira de liderança no mundo corporativo. Diz, ou melhor, escreve com clareza e simplicidade as verdades que todos devem conhecer antes de se lançar na aventura de comandar pessoas e projetos.
Mandar ou liderar, eis a questão
A verdade é a seguinte: Mandar qualquer um pode, tenha o seu interlocutor juízo, ou não, para obedecer. Liderar é que são elas. Converso muito sobre essa diferença com os meus filhos e levo sempre na manga uma extensa lista de características que considero essenciais ao exercício pleno da liderança. Hoje, vou dividir algumas com vocês.
Para começar, disciplina. Todo mundo tem vícios, confessemos. Mas enquanto alguns conseguem administrar satisfatoriamente os seus, há quem vá sempre ao limite e acabe se submetendo a toda sorte de constrangimentos. Ao homem é dada a capacidade de passar por essas situações, lamentar a falta de autocontrole e recomeçar. Ironicamente, os animais irracionais muito raramente deixam de usar das experiências negativas para o seu aprendizado. Macaco velho não põe a mão em cumbuca, diz o velho ditado.
Quem aspira à liderança, além de ser disciplinado, tem também que estar sempre bem informado, atento à leitura. Não me refiro apenas a livros técnicos. Experimente ficção, aventura, história.
Eisenhower, o sujeito que planejou o Dia D na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, ficou famoso e fez sombra ao talento do General Patton, líder dos mais queridos entre os soldados, de quem foi companheiro fiel na linha de frente. É deste último a frase que explica um pouco dessa habilidade na condução de equipes: “Nunca diga às pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes o que deve ser feito e elas poderão surpreender você com sua engenhosidade”.
Essa é uma lição disponível a todos a partir de leitura e nos leva ao terceiro item da nossa receita de liderança: Um líder não pode se isolar em gabinete. Deve participar, discutir, transferir informações, deixar claro os objetivos pretendidos. Não pode ceder à tentação da facilidade de ater-se ao gerente e deixar todo o resto por conta dele. Caminhe pelo escritório, visite a fábrica. Ouça muito.
Para concluir outro fator obrigatório: Paixão por conduzir as pessoas. Desconfie dos que ficam impassíveis a um cão abandonado, ao sofrimento de uma criança, aos problemas a sua volta. Esse nunca vai conseguir emocionar e motivar verdadeiramente a sua equipe. Um líder sem coração, no máximo, vai conseguir mandar. E, se tiver sorte, pode encontrar alguém sem juízo para contrariá-lo e fazê-lo parar para pensar.
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