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artigo abaixo, publicado na revista Galileu (clique no logotipo abaixo) está fazendo o maior sucesso na internet e reproduzido em dezenas de blogs e sites. Por que será?
Acho que após a leitura cada um terá sua própria resposta. A minha é até bem simples. Defendo que a curiosidade pelo artigo fica por conta do sentimento de culpa que cada uma das pessoas "dorminhocas" carregam consigo todas as vezes que levantam para trabalhar com muito sono ou chegam atrasadas no trabalho porque "perderam a hora". Eu estou entre elas, "yes sir"...
Nós, os antigos "dorminhocos contumazes" não podemos mais receber esse epiteto. De agora em diante sofremos do "Distúrbio do Sono Atrasado". É o que diz o artigo! A rigor tenho o que se pode chamar de resistencia ao despertar antes das 9 horas. Levanto na marra, como se diz no meu Nordeste. Coloco dois despertadores na mesinha de cabeceira e um bem barulhenteo (de segurança) loge da cama que é para me obrigar a levantar se os dois anteriores não forem suficientes. Não digo que consiga dormir até o meio dia, mas que dá uma vontade danada... Ah! Isso dá!
Voltemos, todavia ao "disturbio do sono atrasado". Eu já imaginava alguma coisa assim acontecendo comigo. Pelo menos me tira - e aos meus "irmãos de pouco sono" - aquele complexo de culpa por ser diferente da maioria. Pelo menos, doravante, quando chegarmos atrasados em noss compromissos (principalmente pela manhã) podemos sair do constrangimento e dizer orgulhosamente - Eu tenho o disturbio do sono atrasado". Que tal?
Tempos atrás, preocupado comigo mesmo já cheguei até a fazer uma pesquisa no oráculo do Google sobre "deficit do sono". Achei que era o meu problema e confesso que estou mais para essa definição do que para o sono atrasado. Será que são da mesma familia? Ops! Vou parar por aqui porque sinto que estou começando a escrever abobrinhas. Assuntos de medicina não estão entre as minhas especialidades...
O fato é que esse conceito de sono atrasado de um jeito ou de outro é um dos elementos mais perturbadores para a consolidação das carreiras profissionais no mundo das corporações. Trabalhar com sono é um pesadelo (sem trocadilho) e atrapalha muito a concentração em reuniões importantes, leituras e palestras que todos nós, habitantes desse universo, temos que enfrentar.
Espero que a leitura do artigo que lhes apresento possa ajudar aos membros da "irmandade" a compreender o problema e leva-los do sentimento de culpa a um tratamento ou melhoria - tipo "self made man" - das condições para levantar da cama mais cedo e mais bem disposto. Boa leitura.
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Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência
Segundo neurologistas, o que essas pessoas têm é distúrbio do sono atrasado
Pessoas com o gene da "vespertilidade" têm predisposição para acordar tarde.
O organismo humano tem um ciclo diário, de modo que os níveis hormonais e a temperatura do corpo se alteram ao longo do dia e da noite. Depois do almoço, por exemplo, o corpo trabalha para fazer a digestão e, conseqüentemente, a temperatura sobe, o que pode causar sonolência.
Quando dormimos, a temperatura do corpo diminui e começamos a produzir hormônios de crescimento. Se dormirmos durante a noite, no escuro, produzimos também um hormônio específico chamado melatonina, responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja melhor, que seja mais profundo.
Pessoas vespertinas, que têm o hábito de ir para a cama durante a madrugada e dormir até o meio dia, por exemplo, só irão começar a produzir seus hormônios por volta das 5 da manhã. Isso fará com que tenham dificuldade de ir para a cama mais cedo no outro dia e, consequentemente, de acordar mais cedo. É um hábito que só tende a piorar, porque a pessoa vai procurar fazer suas atividades durante o final da tarde e a noite, quando tem mais energia.
O pesquisador Luciano Ribeiro Jr. da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em sono, explica que esse distúrbio pode ser genético: "Pessoas com o gene da ‘vespertilidade’ têm predisposição para serem vespertinas. É claro que fator social e educação também podem favorecer”. Mas não se sabe ainda até que ponto o comportamento social pode influenciar o problema.
A questão, na verdade, é que o vespertino não se encaixa na rotina que consideramos normal e acaba prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas atividades de manhã. Na adolescência, a doença é acentuada, uma vez que os jovens tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência.
A característica vira um problema quando persiste na fase adulta. “O vespertino é aquele que já saiu da adolescência. Pessoas acima de 20 anos de idade que não conseguem se acostumar ao ritmo de vida que a maioria está acostumada”, diz Luciano. Segundo ele, cerca de 5% da população sofre do transtorno da fase atrasada do sono em diferentes graus e apenas uma pequena parcela acaba se adaptando à rotina contemporânea.
O pesquisador conta também que, além do preconceito sofrido pelos pais, professores e, mais tarde, pelos colegas de trabalho, o vespertino sofre de problemas psiquiátricos com maior frequência: depressão, bipolaridade, hiperatividade, déficit de atenção são os mais comuns. Além disso, a privação do sono profundo, quando sonhamos, faz com que a pessoa tenha maior susceptibilidade a vários problemas de saúde: no sistema nervoso, endócrino, renal, cardiovascular, imunológico, digestivo, além do comportamento sexual.
O tratamento não envolve apenas remédios indutores do sono, como se fosse uma insônia comum. É necessária uma terapia comportamental complexa, numa tentativa de mudar o hábito, procurando antecipar o horário do sono. Envolve estímulo de luz, atividades físicas durante a manhã e principalmente um trabalho de reeducação.
E as pessoas que têm o hábito de acordar às 4 ou 5 horas da manhã? “O lado oposto do vespertino é o que a gente chama de avanço de fase. Só que esse não tem o problema maior no sentido social. Ele está mais adaptado aos ritmos sociais e profissionais. Os meus pacientes deste tipo têm orgulho, já ouvi mais de uma vez eles dizendo ‘Deus ajuda quem cedo madruga’”, diz o neurologista.
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