lguns leitores já me questionaram sobre a reprodução dos artigos do Dr. Marcelo Gleiser no blog. O argumento é a inexistencia de relação entre a atividade do grande fisico e astrônomo brasileiro e seus escritos com o "conteúdo" da Oficina de Gerencia. Sempre discordo deles em relação a essa postura crítica.
Os artigos de Marcelo Gleiser são antes de tudo e já o disse antes, pinceladas de erudição, saber e principalmente de cultura inteligente. Por que não trazer estes topicos e assuntos para a leitura e o conhecimento dos internautas que acessam o blog?
Aliás, já questionei estes meus leitores muitas vezes sobre esse negocio de "conteúdo do blog". Acho uma forma de limitação sobre algo que é criação do blogueiro (escrevo em caráter geral). Meu blog, como os demais blogs é criação de quem o produz. É minha fantasia, minha ficção, minha invenção... É minha forma de expressão, minha circunstância naquele momento... Como posso simplesmente limitar-me sobre mim mesmo?
Aliás, já questionei estes meus leitores muitas vezes sobre esse negocio de "conteúdo do blog". Acho uma forma de limitação sobre algo que é criação do blogueiro (escrevo em caráter geral). Meu blog, como os demais blogs é criação de quem o produz. É minha fantasia, minha ficção, minha invenção... É minha forma de expressão, minha circunstância naquele momento... Como posso simplesmente limitar-me sobre mim mesmo?
O que procuro manter são compromissos. Compromissos de não escrever tolices, de não "operar" em frequências de baixo calão, de não disseminar preconceitos e principalmente o compromisso de difundir, espalhar e divulgar assuntos edificantes e instrutivos, matérias e temas esclarecedores e tópicos positivistas.
O foco do blog, como sabem os que o acompanham nestes dois anos (desde agosto de 2007), está dirigido para o que chamo de "mundo corporativo". Contudo, não posso me furtar em passar para as pessoas que vêm aqui visitar a Oficina de Gerencia - de certa forma confiando na minha proposta de publicar para entretê-las - aqueles assuntos que eu gosto e desejo compartilhar e comentar. É isto!
O foco do blog, como sabem os que o acompanham nestes dois anos (desde agosto de 2007), está dirigido para o que chamo de "mundo corporativo". Contudo, não posso me furtar em passar para as pessoas que vêm aqui visitar a Oficina de Gerencia - de certa forma confiando na minha proposta de publicar para entretê-las - aqueles assuntos que eu gosto e desejo compartilhar e comentar. É isto!
Portanto, ao publicar um artigo como este abaixo, do astrônomo, fisico, professor, escritor e articulista Marcelo Gleiser estou dividindo o meu prazer de conhecer idéias novas e inteligentes de pessoas como ele.
Vamos ao artigo porque já me estendi demais. Como sempre, uma aula de ciência, humanismo e historia do grande cientista brasileiro.
Vamos ao artigo porque já me estendi demais. Como sempre, uma aula de ciência, humanismo e historia do grande cientista brasileiro.
São Paulo, domingo, 06 de março de 2011 |
MARCELO GLEISER A internet como força mítica
Cientistas políticos de naipes diversos preveem que essas ações marcam o começo de uma profunda transformação mundial, não apenas localizada no sul e leste do Mediterrâneo: uma democratização global, uma nova ordem, talvez semelhante em parte às revoluções que varreram a Europa em 1848. A mobilização parte, principalmente, de jovens que vivem nas autocracias seculares de países muçulmanos -desempregados apesar de um bom nível educacional, desesperançados- que decidiram, corajosamente, redefinir seu destino com suas próprias mãos. É bem verdade que o desfecho das manifestações nesses países, e possivelmente em outros (como Bahrein e Iêmen), permanece incerto. Por outro lado, o desejo de derrubar tiranos que estão no poder por décadas em regimes brutais está crescendo irreversivelmente e não será abafado pela violência. Uma mobilização transnacional dessa grandeza seria inimaginável dez, ou mesmo cinco, anos atrás. Por trás das manifestações, unindo os descontentes, está a internet, em particular os programas de interação social Facebook e Twitter. Jovens do mundo inteiro, de Bali à Rússia, do Quênia à Jordânia, trocam informações e criam alianças usando meios totalmente novos. Uma mensagem de texto tem precedência sobre um telefonema; uma mensagem no Twitter resume uma atividade ou um grito de ação comunitária; uma página no Facebook define valores sociais, laços familiares, grupos religiosos, esportivos, políticos, unindo pessoas, ganhando uma estatura mítica. Penso na Grécia Antiga e no poder mítico da poesia de Homero, autor dos poemas épicos "A Odisseia" e "A Ilíada", obras que definiam, em grande parte, o que significava ser grego em torno do século 7º a. C., quando a "Grécia" se espalhava em forma de ferradura desde o sul da Itália até o norte da África. A poesia de Homero distinguia os valores de um povo, criando um senso de identidade. "Sou grego, pois Homero é meu bardo." Mitos unem povos, e os programas de interação social têm hoje uma força mítica. Ser jovem é saber como participar no Twitter e no Facebook, é entender o novo código de conduta digital e segui-lo. Quando surgiu o rádio e, depois, a TV, muita gente achou que seria o fim da civilização. O mesmo com a internet e suas mídias sociais. Na rede, a liberdade pode ser virtual, mas tem gosto de real. E aqueles que sentem o seu gosto, que veem a importância de pensar criticamente sobre a sociedade e a possibilidade de manifestar posições contrárias ao regime sem ser morto ou preso não querem ter as asas cortadas. Ninguém poderia ter previsto que a invenção do Eniac, o primeiro computador eletrônico, de 1946, levaria ao PC, à internet, ao Facebook. Uma vez que uma ideia toma corpo, ela se espalha de formas imprevisíveis, redefinindo o possível. Que a luta desses milhões de pessoas leve a resultados concretos e duradouros. Também querem contribuir na criação da nova ordem mundial. E têm todo o direito de buscar esse objetivo. MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "Criação Imperfeita" |
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