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cabo de assistir o jogo da semifinal do Campeonato Mundial de Vôlei Feminino - no Japão - em que a seleção brasileira venceu a seleção do Japão por 3 a 2 após estar perdendo de 2 a 0.
Sobre o jogo em si indico a leitura matéria do site Terra Esportes que você pode acessar clicando aqui.
Venho ao blog para destacar aspectos que normalmente passam ao largo das atenções do grande público e da imprensa especializada que, naturalmente, focaliza a disputa, a emoção e os aspectos técnicos de partidas memoráveis como foi esta.
Por habito, já arraigado, não consigo me furtar de analisar o que chamo de "lateralidades" desses eventos, quais sejam, os aspectos subjetivos que envolvem o comportamento dos protagonistas como grupo, como individualidades e como corporação.
Este jogo foi uma aula sobre tudo isso. Primeiro, a derrota nos dois primeiros sets do jogo. Acho que hoje no Brasil o voleibol é tão conhecido como o futebol (aliás, com muito mais eficácia e prestígio) e por isso não preciso explicar o que é um time estar perdendo de 2 a 0 e necessitar vencer para não sair da disputa. É um feito próximo ao impossível e de ocorrência muito rara. Some-se a isso que o resultado estava a favor da seleção da casa, o Japão, que após muitos anos chegou a uma semifinal e que ganhou os dois primeiros sets com méritos.
Eu, como analista, não acreditei que o grupo brasileiro, que jogava mal, conseguisse virar o jogo. Ganhar tres sets seguidos daquela seleção japonesa? Definitivamente NÃO! Foi o que pensei. Continuei a assistir a partida mais por "dever de ofício" a esperança de assistir um "milagre". Felizmente não perdi a viagem.
E não é que as "Meninas do Brasil" operaram o "milagre"! Foi sensacional e maravilhoso! Emocionante! Venceram o 3º set aos trancos e barrancos e ultrapassando seus limites a cada lance. Era comovente ver (e sentir) o esforço gigantesco que aquele grupo estava fazendo para superar suas próprias fragilidades e buscar - para si mesma e para as companheiras - as forças mágicas da superação.
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No terceiro set surgiu de forma soberba o toque da liderança pela competência do técnico José Robert que conseguiu nos dois primeiros (e perdidos) sets manter um mínimo de coesão no grupo sem jamais se exasperar ou mostrar falta de confiança no seu time. É ele o meu personagem do jogo.
Foi no terceiro set que Zé Roberto conseguiu achar o caminho definitivo da vitoria impossível. Fez uma só substituição. Tirou uma das estrelas do time (Jaqueline, que jogava mal) e colocou uma veterana de prestígio (Sassá, mais de 200 jogos pela seleção). Pronto. O grupo se equilibrou e a seleção conseguiu impor seu jogo superior às japonesas.
Muitas lições dessa vitória fabulosa da seleção brasileira. Muitas mesmo. Todavia destaco a atuação do técnico. A presença do comandante da batalha. Competente, vibrante, calmo para tomar decisões cirúrgicas sob "pressões de alto forno" com 12 mil japoneses torcendo e apoiando a sua seleção nacional, José Roberto não cometeu erros e levou seu time a uma vitoria que tudo para não acontecer.
Também no nosso mundo corporativo coisas assim acontecem. São raras, mas acontecem. Cito uma das mais consagradas que foi a recuperação da General Eletrics (GE) sob a liderança de Jack Welch, mas gosto mais de estudar os cases menos conhecidos. Vitorias impossíveis que acontecem nas diretorias, nos departamentos e divisões das corporações. Líderes anônimos que conseguem conduzir seus times aos mais altos níveis de superação.
Você deve conhecer alguns. Pense neles e descubra o que fizeram para conseguir atingir o objetivo inalcançável, a vitória impossível, o milagre. Quando conseguir essas respostas estará preparado para enfrentar tais situações e quem sabe entrar na galeria onde, no jargão corporativo dizemos que "Os homens são separados dos meninos"...
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