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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

No mundo do trabalho (Emilio Odebrecht - Folha de São Paulo)

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPiG4Xdq3n7nKlXuhCUN5vyJ7DGiBdeZvCbtcLAZBwkI8oYNcQMpik5UoYSma9YrcrqFe0UbhMz0lDboVYzLHERSOYttnYaQEQXqINKjDIZQquaJDEYVCWRbm7jwsHlysu3UeqkkpqJT20/s1600-r/mundodotrab2.jpg 
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Já fazia algum tempo que não publicava um artigo de Emílio Odebrecht aqui no blog. Mais por falta de oportunidade do que de outro motivo. 
Leio os artigos dele aos domingos e ultimamente foram poucos os que me interessaram para postar aqui na Oficina. Não tinham o conteúdo com o perfil da linha editorial do blog (perdoem a pretensão, mas o blog tem sim uma linha editorial).
Separei uns dois ou três, mas não os publiquei por absoluta falta de tempo. Estão separados para futura utilização.
Este artigo, publicado domingo passado na Folha, vai na frente dos outros por tratar de tema que interessa mais de perto os leitores do blog. Já disse antes que é um privilégio para o mundo corporativo poder saber o que pensa um dos empresários mais importantes do Brasil. Emílio Odebrecht, assim como Antonio Ermírio de Morais, Abilio Diniz e Eike Batista estão entre os chamados Top Ten da corporação de super-empresarios no Brasil e na America do Sul. Esta coluna que ele escreve na Folha aos domingos nos dá essa oportunidade.
Neste texto, Odebrecht aborda a relação das empresas com seus empregados, seus "colaboradores" como os patrões gostam de tratar seus funcionários.
É interessante ler o que escreve Emilio Odebrecht. O grupo empresarial que ele dirige é hoje um dos maiores do planeta nos segmentos onde atua e por isto ele tem autoridade para expressar suas opiniões. Por que não "ouvir" o que ele tem dizer?
Só para aguçar a curiosidade de vocês extrai um trecho do artigo:
  • [...] "Estruturas verticalizadas tendem a simbolizar centralização e identificam a existência da autoridade no topo da pirâmide, de onde emana o poder do presidente, dos diretores e seus auxiliares diretos.Ocorre que a hierarquia não está dentro da empresa. A hierarquia está sempre no cliente." [...]



São Paulo, domingo, 14 de fevereiro de 2010

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/foto/0,,12003957,00.jpg 
EMÍLIO ODEBRECHT


No mundo do trabalho

A manutenção da unidade cultural em uma organização empresarial, o espírito de equipe e o comprometimento coletivo com o sucesso de cada um e do todo são frutos da consolidação de relações pessoais. A excelência do clima interno será sempre consequência da atitude de líderes que, ao se relacionarem com os liderados, pautem-se por sensibilidade, respeito, coerência, discernimento e por um construtivo acompanhamento do desempenho esperado de cada pessoa.
O pré-requisito para a construção de relacionamentos como o acima descrito é a existência de um rico ingrediente humanista, seja no plano formal, seja na informalidade. Mas também é preciso haver um ambiente favorável.
Ao longo de uma trajetória de mais de 40 anos como executivo, aprendi que, em uma organização fundada na liderança, inexistem níveis hierárquicos e organogramas verticais. O que há são âmbitos de atuação, que se definem com mais clareza em estruturas horizontais.
Estruturas verticalizadas tendem a simbolizar centralização e identificam a existência da autoridade no topo da pirâmide, de onde emana o poder do presidente, dos diretores e seus auxiliares diretos.
Ocorre que a hierarquia não está dentro da empresa. A hierarquia está sempre no cliente.

http://www.ottawagrans.net/images/Consumerism.jpg

A fonte máxima de poder em uma empresa é o cliente e é a serviço dele que todos -do operário ao presidente- devem se colocar. Em uma estrutura horizontal, o compromisso de servir flui na linha que liga o acionista ao cliente, como já disse, definindo os âmbitos de responsabilidade, com as respectivas delegações de autoridade.
E é exatamente esse o ambiente que proporciona um alto nível de cooperação entre as equipes, o que se obtém mais e melhor quando as pessoas têm a convicção de que são ouvidas e de que são consideradas iguais, respeitando-se, obviamente, o relativismo do peso das atribuições de cada uma.
Isso ajuda o líder que valoriza conhecer bem as pessoas para que possa estabelecer com elas relacionamentos baseados na disciplina que gera respeito, o que resulta em confiança -remédio para todos os riscos que tanto a formalidade quanto a informalidade embutem.
Esse conhecimento é a condição necessária para que a relação líder-liderado se liberte das amarras que o formalismo dos papéis e a cerimônia excessiva impõem ao convívio humano e possa ser moldada por uma informalidade respeitosa.
Essa é a melhor maneira de se trabalhar quando o propósito comum são melhores resultados, tangíveis e intangíveis, para a organização e para seus integrantes.

EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna.
http://rainbowdivider.com/images/dividers/borgruler.gif

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