"Conheci" Robert Wong quando assisti uma entrevista dele no Canal RH e ele ''ainda era presidente da Korn / Ferry para o Brasil e a América Latina, uma das maiores empresas do mundo em recrutamento e seleção.
Wong foi considerado pela revista TheEconomist um dos 200 mais destacados headhunters do mundo por seu genuíno interesse nas pessoas e pelo seu talento de descobrirqualificações, às vezes até desconhecidas pelo próprio candidato. '' (texto está no "curriculo de Wong" apresentado pela HSM).
Fiquei encantado com os conceitos que ele defendia (na entrevista), comprei e li o livro dele (excelente, diga-se de passagem) intitulado "O Sucesso Está no Equilíbrio. Desde então tenho "seguido seus passos" na internet. Leio tudo que ele escreve e agora que está no corpo de colunistas da HSM estou sempre aprendendo com este cara que é um profissional digno de ser conhecido pelos habitantes do mundo corporativo.
Seus artigos são sempre inspiradores, como este que transcrevo abaixo onde ele aborda a questão do "nosso tempo". O tempo que cada um de nós utiliza para tocar a vida. O que fazemos com o nosso tempo? Porque tantas pessoas parecem que têm mais tempo para fazer as coisas do nós? Se o tempo é inelástico como alguns "Têm mais tempo que outros"?
Insisto para leiam o artigo pois a abordagem, nem de longe, se parece com aqueles textos surrados que vemos nas mídias sobre "Administração do Tempo".
Leiam um pequeno trecho:
Leiam um pequeno trecho:
- [...] "Para recuperar o presente, você deve estar consciente de que o tempo disponível em sua vida vem em pacotes fixos. Cada minuto conta. Nosso tempo é limitado e o tempo perdido não se recupera. Não se pode “economizar” o tempo. Ele é instantâneo e passa.".[...]
Sobre o Tempo
Todos temos apenas 24 horas por dia, nem mais nem menos. A diferença está em como você usa essas 24 horas.
De nada adianta ter saúde (física, mental e espiritual) e não ter tempo para aproveitá-la. O tempo, essa moeda comum a qualquer ser humano, independente da classe social, também respeita a trilogia do presente, passado e futuro. Todos temos 24 horas por dia, nem mais nem menos. A diferença está em como você usa essas 24 horas.
A civilização ocidental abandona, perigosamente, o próprio presente. Você é filho de uma civilização que submete as pessoas a resultados. O sistema de produção capitalista ajudou a humanidade a dar um tremendo salto. Gerou superávits em várias áreas. Teve mais acertos que erros, o que consolidou a fé no sistema, que se baseia no planejamento, na projeção futura, na aferição de resultados.
Felicidade gera resultados
O sistema capitalista nos condiciona a conseguir resultados primeiro para ser feliz depois. Conseqüência: você vive tão pressionado por resultados que perde contato com o presente. Deixa escapar sua alma infantil e se entrega à angústia do futuro. Ou aos pesadelos do passado.
Mas o contrário é que é verdadeiro. São pessoas felizes que geram resultados. Felizes, vinculamo-nos uns aos outros e ampliamos nossa criatividade e competitividade. Com pouco, fazemos muito. E muito com qualidade.
Para recuperar o presente, você deve estar consciente de que o tempo disponível em sua vida vem em pacotes fixos. Cada minuto conta. Nosso tempo é limitado e o tempo perdido não se recupera. Não se pode “economizar” o tempo. Ele é instantâneo e passa.
Quando somos crianças, nos entregamos ao tempo presente. Você se lembra? É o período de maior acumulação de conhecimento de nossas vidas. Se você já se esqueceu de quando era criança, observe qualquer menino ou menina. O tempo não passa para as crianças. Porque elas estão concentradas no presente. Apenas no presente. A ponto de Jesus ter dito, no tempo presente, “é das crianças o reino dos céus”.
A partir da adolescência, abrimos mão do paraíso terrestre. Você começa a cristalizar sua visão de mundo. Antecipa e deseja os vários paraísos possíveis. E acaba trazendo para a sua vida os vários infernos possíveis. O espectro do futuro começa a fazer sombra em seu dia-a-dia. A preocupação se instala. Mas preocupar-se é ocupar-se antes do tempo. É sofrer por antecipação. E ao se ocupar de uma situação que, se ocorrer, será apenas no futuro, você sofre hoje, gastando um tempo precioso. Um tempo perdido e irrecuperável.
O símbolo do Infinito
Todos somos familiarizados com o símbolo do infinito, representado como se fosse um número “8” deitado. A esquerda representa a eternidade do nosso passado e a direita a eternidade do nosso futuro. Olhando bem, os dois lados são espaços “vazios”, pois são tempos que não podem ser vividos – o da esquerda já aconteceu e o da direita pode ser que nem aconteça.
O que existe de concreto é o ponto de cruzamento dos dois arcos – a eternidade do momento presente, que é uma dádiva, uma jóia – onde as coisas de fato acontecem, onde a vida é efetivamente vivida. É a única realidade. O danado da coisa é que, ao invés de viver o presente em sua totalidade, desperdiçamo-lo pensando ou no passado ou no futuro, ou seja, ficamos naqueles espaços vazios. Não se pode pensar o presente; ele só pode ser vivido no presente, nem antes nem depois, e de preferência com equilíbrio. Isso dá sentido à nossa vida.
Conforme dizem, os jovens vivem, dentro da normalidade, pensando no futuro e os idosos revivendo o passado. Na coletividade humana, o grupo mais sustentavelmente feliz é o das crianças, pois vivem o presente, sem as ocupações do passado nem as preocupações do futuro. Também os namorados e os apaixonados (não necessariamente só pela pessoa amada, mas os apaixonados pela sua missão de vida, pela vocação), pois voltam a ser crianças; até falam e agem como tal. Pelo comportamento, pelo entusiasmo e pela forma de comunicação são como crianças... mais uma demonstração da importância de resgatar o nosso lado criança dentro da trilogia essencial.
O passado e o futuro são importantes à medida que usamos o presente para:
- Aprender as lições deixadas pelo passado (tantas as nossas como as dos outros) e reparar as falhas ou preencher as lacunas ou realizar as coisas que não podíamos ou não queríamos fazer no passado;
- Planejar e preparar o caminho/terreno e realizar as tarefas/atividades para ter um futuro melhor e mais promissor para nós e para os outros.
Lembre-se: a sua cota de tempo enquanto vivo, seja qual for o período que fique entre nós, é limitada. O tempo que perde em antecipações inúteis é jogado fora. Sem chances de recuperar.
As expressões típicas da juventude, que se alastram pela idade adulta, são: “quando eu conseguir meu primeiro emprego...”, ou “quando eu sair de casa...”, ou ainda, “quando eu me formar...”. Você vive virtualmente no futuro. Mas sofre ou é feliz, concretamente, aqui, no presente. À medida que envelhece, você muda também seu relacionamento psicológico com o tempo. Surgem as lembranças: “na minha época era diferente...” ou “quando eu era jovem...”. De novo, gasta energia emocional e desperdiça seu precioso tempo de vida. Vive no passado.
A razão é simples. Tudo o que aconteceu no passado só faz sentido se você puder utilizar como sustentação de suas ações no presente. Ao recuperar e usar o conhecimento, a experiência e a sabedoria acumulados, você amplia suas chances hoje.
Mas viver de bravatas e de registros de sucesso no passado vira perda do tempo presente. O que diminui seu potencial e sua eficiência para superar suas dificuldades.
Quando você perde o foco no presente, investindo seu tempo em memórias ou antecipando dificuldades futuras, diminui a capacidade de superar seus desafios no presente.
Há um ditado popular chinês que sabiamente afirma:
- Seu problema tem solução?
Então por que se preocupar?
- Seu problema não tem solução?
Então por que se preocupar?”
Por Robert Wong (autor dos livros “O Sucesso Está no Equilíbrio” e “Super Dicas para Conquistar um Ótimo Emprego” e um dos palestrantes mais inspiradores e requisitados do mercado).
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