As famosas Leis de Murphy, como eu, você e a “torcida do Vasco da Gama” sabemos, foram criadas pelo engenheiro espacial Edward A. Murphy*. A primeira delas foi:
- "Se há duas ou mais formas de fazer alguma coisa e uma das formas resultarem em catástrofe, então alguém a fará".
Para fugir de qualquer destas implacáveis perseguidoras dos executivos a única forma é planejar, com a máxima eficiência, tudo aquilo que estiver sob sua gerencia principalmente se se tratar de algum evento que exija preparação de múltiplas atividades. (apresentação, reunião, viagem, seminário).
Na verdade, a fama das Leis de Murphy reflete a incapacidade do ser humano de conseguir "prever os imprevistos". Dificilmente um esquema de planejamento conseguirá detectar todos os problemas que poderão surgir quando depois de terminados os preparativos para o acontecimento as "engrenagens começarem a rodar".
Quem tem algum "tempo de janela" em funções executivas já deve ter uma enorme coleção de ocorrências (grandes ou pequenas) das "Leis de Murphy". Contudo, por mais livros e artigos que se escrevam (e são milhares) sobre como preveni-las elas continuam vivas, perturbadoras e vigentes. E acrescente-se, cada vez mais abrangentes e ecléticas.
Lá atrás, no texto, eu disse que para "fugir das Leis a única forma é planejar a execução dos empreendimentos com eficiência". Grifei a expressão para destacar o conceito. E explico. Eficiência é artigo raro no mundo corporativo e exige mentes que se preocupem com detalhes e estratégias. Convenhamos que estas não sejam características dos chamados "administradores de crises".
Pois são, exatamente, estes personagens do mundo corporativo as principais vítimas das "Leis de Murphy". Observem o virtual (e milenar) confronto entre eficiência e eficácia. Normalmente os executivos “tocadores” são eficazes, mas não cuidam muitos dos detalhes que o conceito de eficiência requer. Eles buscam o resultado final, o objetivo e as metas vão sendo descuidadas no percurso. Algo assim como as missões de “James Bond”. Ele sempre alcança o objetivo, mas é o verdadeiro garoto-propaganda das Leis de Murphy.
Para ajudar quem esteja nessa categoria resolvi editar um post que produzi nos primórdios do Blog (novembro de 2007) e recoloca-lo hoje com algumas das Leis de Murphy (e suas derivações) mais conhecidas e recorrentes no mundo corporativo:
- Toda solução cria um novo problema.
- Seja qual for o resultado, haverá sempre alguém para:
● Interpreta-lo mal.
● Falsifica-lo.
● Dizer que já tinha previsto tudo em seu último relatório.
- Toda vez que um incompetente se demite é substituído por alguém mais incompetente.
- Nenhum patrão mantém um empregado que está certo o tempo todo.
- Se você conseguir manter a cabeça enquanto em sua volta todos estão perdendo a deles, provavelmente você não entende a gravidade da situação.
- A informação que obriga a uma mudança radical no projeto sempre chega ao projetista depois do trabalho terminado, executado e funcionando maravilhosamente. (também conhecida como síndrome do: - Porra, mas só agora!!!)
- Assim que tiver esgotado todas as suas possibilidades e confessado seu fracasso, haverá uma solução simples e óbvia claramente visível a qualquer outro idiota.
- Se algo é confidencial, será esquecido na máquina de Xerox.
- São etapas típicas de um projeto importante:
- Aceitação sem crítica
- Grande entusiasmo
- Desilusão total
- Confusão total
- Busca dos culpados
- Punição dos inocentes
- Promoção dos não participantes
- Se você não pode ser substituído, você não pode ser promovido.
- Para o bom executivo, todas as regras foram feitas para serem rompidas sempre que necessário.
- Deixadas à sua sorte a tendência das coisas é de ir de mal a pior.
*Edward A. Murphy era um dos engenheiros que trabalhavam na Força Aérea Americana (USAF), no ano de 1949, em experimentos que testavam a tolerância humana à aceleração. Um desses experimentos envolvia um conjunto de 16 acelerômetros, montados em diferentes partes do corpo de uma pessoa-teste. Havia duas formas pelas quais cada sensor podia ser colado em sua base e somente uma era a correta. Em completo desacordo com a lei das probabilidades, todas as 16 peças foram fixadas de maneira errada.Foi quando Murphy, que também foi a primeira vítima conhecida criou a sua Primeira Lei, que dizia: “Se há duas ou mais formas de fazer alguma coisa e uma das formas resultar em catástrofe, então alguém a fará.” Dentro de meses a Lei de Murphy tinha-se espalhado por várias culturas técnicas ligadas à engenharia aeroespacial. Antes que se passassem alguns anos, muitas variações da lei foram criadas pela imaginação popular. Com a maioria dessas modificações sendo do tipo: "Se alguma coisa puder dar errado, ela vai dar errado da pior maneira e no pior momento, de modo que cause o maior dano possível." O número delas, porém, é atualmente incalculável porque, enunciada a primeira lei, foi como se alguém desse o sinal para a criação de todas as demais. Para muitas pessoas em todo o mundo que, pegando o espírito da coisa, passaram então a elaborar novas “leis de Murphy”. Transformadas, assim, num contingente de neopensadores, no qual, certamente, andei algum tempo incluído. Por haver feito algumas dessas “leis de Murphy”, disfarçadas de enunciados, axiomas, corolários, princípios, comunicados, aforismos e... paradoxos." (texto extraído do blog "Entrementes")
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