Argentinos e chilenos precisaram o Papa para resolver a ultima grande pendenga entre eles. Os dois paises, que nunca se bicaram, travaram dura disputa diplomatica por ilhas localizadas no Estreito de Bealgle. Quase que dava guerra de verdade. A imprensa mundial chamou o entrevero de "Conflito de Beagle" (os links estão da Wiki em lingua espahola pois a página em portugues é muito pobre).
Neste dia 8 de janeiro, em 1979, o acordo surgiu graças à interveniência do Vaticano já que nenhum país do continente sul-americano quis arbitrar o conflito.
Veja a noticia que saiu no JB, exatamente na edição de 8 de janeiro (ver fac-simile)
Na presença do emissário do Papa João Paulo II, Cardeal Antônio Samore, os chanceleres da Argentina, Carlos Pastor, e do Chile, Hernan Cubillos, assinaram dois acordos pelos quais os seus países se comprometiam a não recorrer à força das armas para resolver a questão da soberania sobre as ilhas do canal de Beagle.
Os apelos à paz e à conciliação feitos pelo Papa constituíram o preâmbulo de um dos acordos, o qual culminava intensa atividade de mediação por parte do Cardeal Samore, especialista do Vaticano em assuntos da América Latina. Nas últimas semanas, ele realizou sucessivas visitas a Santiago do Chile e a Buenos Aires.
Os acordos considerados pelo emissário do Papa como um primeiro passo para a nova fase de negociações entre o Chile e a Argentina foram possíveis graças a uma série de concessões feitas pelas duas partes, sendo que uma das principais foi feita pelo Chile, ao reconhecer implicitamente que o laudo arbitral britânico de maio de 1977, que lhe era favorável, nada mais valia.
Por sua vez, a Argentina aceitou prosseguir com as negociações sem condições prévias, reconhecendo, ao mesmo tempo o Papa como mediador do conflito, o que fora inicialmente rejeitado pela Casa Rosada. “A Argentina nasceu como nação do Atlântico e o Chile como nação com direitos sobre o Pacífico. Assim se decidiu, assim o entendeu a comunidade internacinoal, e assim continua sendo entendido pela Argentina”, declarou o presidente argentino Jorge Videla.
Um dos acordos estipulou que os dois países se comprometeriam a não “recorrer à força em suas relações mútuas”, estabelecendo, ainda, que realizariam um retorno gradativo à situação militar existente no início de 1977, data em que os conflitos começaram. No dia em que o acrodo de paz foi selado, forças argentinas já haviam cruzado a fronteira andina com o Chile, prontas para atacar.
Do outro lado da Cordilheira, o general Pinochet, então presidente do Chile, preparava dez mil homens para agir em ofensiva contra Baía Blanca, local em que se localizava o principal porto argentino. O ditador, porém, nem chegou a retirar suas tropas do país.
Posteriormente, ficou acordado que a posse das ilhas do canal ficaria com o Chile, e à Argentina caberia exercer o controle das áreas marítimas da região.
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