Por conta do meu trabalho viajo pelo menos uma vez por mês para Manaus. Nem me atrevo a dizer que com isto seja um "conhecedor" das questões amazônicas. Longe disso!
Posso dizer, entretanto, que ante a minha ignorância anterior o que sei hoje sobre a Amazônia, principalmente o Estado do Amazonas, é muito maior. Seja pela vivência que tenho a cada dia em função de muitas obras que estão sendo ali construídas pelo DNIT seja pelo interesse natural que conversas, leituras e contatos com pessoas da região despertam em torno da atividade profissional.
Do pouco que vi posso dizer que a região amazônica é muito, muito maior e mais complexa do que tudo que a opinião publica brasileira já tenha lido, visto ou ouvido falar. A região é infinita em suas distâncias e - minha humilde opinião - seus problemas.
Basta olhar o mapa dos estados amazônicos para perceber os enormes vazios preenchidos apenas com florestas, rios, igarapés e marcado pelas faltas de tudo. Falta de estradas, ausência de cidades e comunidades e tudo que se possa pensar como dificuldade em logística e ocupação de espaços. Um mundo enorme e desabitado, carente de investimentos públicos que é objeto de desejo de 10 entre 10 países do planeta.
É sobre isto que escreve Emilio Odebrecht. E escreve bem porque como empresário conhece estas realidades brasileiras. Por isto resolvi publicar o artigo dele (escrito no dia 15 de novembro passado) ao blog.
- [...] "Ocorre que a Amazônia não vem sendo destruída por empresas que funcionam dentro da legalidade. A destruição é fruto da ação deletéria dos que se aproveitam do vazio para perpetrar crimes contra a natureza. E este é o ponto crucial. Desocupada como é hoje, a região está sob risco, risco este potencializado pela ausência do Estado, no caso do Brasil, tão ligeiro na criação de leis e regulamentos e tão lento e ausente na aplicação e na fiscalização." [...]
Recomendo a leitura.
EMÍLIO ODEBRECHT Olhando para a Amazônia Passada a crise , o desafio que o Brasil tem de crescer de forma sustentável depende primordialmente das questões ambientais. Um fator crítico é a Amazônia Legal, a parte do país coberta pela maior floresta tropical do mundo. Esse território abriga uma extraordinária riqueza: enorme biodiversidade, jazidas minerais, rios caudalosos, água doce em abundância, florestas de madeiras de lei. Como explorar, sem colocar em risco, um patrimônio cuja maior parte é brasileiro, mas impacta toda a humanidade? Sabemos que a pecuária e a agricultura em larga escala não são adequadas para aquela área. O solo amazônico é pobre, e a umidade, associada a altas temperaturas, torna o gado ali criado presa fácil de doenças e até da exaustão. Já o extrativismo com manejo adequado é absolutamente viável, como várias experiências conhecidas demonstram, inclusive de exploração da madeira, a atividade mais controversa. A utilização do potencial hídrico para gerar energia e a mineração são alvos de críticas nos debates onde o conhecimento tecnológico e o domínio dos meios de conservação e de mitigação de danos normalmente são sufocados pelo ativismo emocional e pobre de ideias. Entretanto, hidrelétricas, hoje, podem ser construídas em rios da região sem que causem desequilíbrios ambientais ou ameacem ecossistemas. As grandes mineradoras que operam por lá dominam integralmente o ciclo do desmatamento, produção do minério, cultivo de espécies nativas, reposição da terra vegetal nas áreas das minas já exauridas e replantio nos locais que foram desmatados. A recomposição da floresta tem sido muito bem-sucedida. Ocorre que a Amazônia não vem sendo destruída por empresas que funcionam dentro da legalidade. A destruição é fruto da ação deletéria dos que se aproveitam do vazio para perpetrar crimes contra a natureza. E este é o ponto crucial. Desocupada como é hoje, a região está sob risco, risco este potencializado pela ausência do Estado, no caso do Brasil, tão ligeiro na criação de leis e regulamentos e tão lento e ausente na aplicação e na fiscalização. Reconheçamos que não é fácil o acompanhamento e o controle do que se faz em uma área com a dimensão da Amazônia. Mas as dificuldades logísticas reforçam a prioridade que deve ser dada à sua ocupação racional. Apenas a exploração sustentável de suas riquezas e a melhoria das condições de vida da população local -hoje, em sua grande maioria, vivendo no limite da subsistência- farão com que a Amazônia seja conservada para as gerações futuras. EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna. |
Olá meu querido amigo Herbert! Olha eu aqui de volta! Apesar dos sumiços não esqueço de você e nem do Oficina de Gerência. É muito prazeroso ler suas matérias sempre cheias de cultura e riqueza! Realmente é lamentável a situação não só da Amazônia mas do planeta como um todo, os seres humanos estão depredando com tudo o que nos foi dado e agora sofremos os impactos ambientais desta destruição. Basta ver o que acontece com as tempestades que vem alarmando as cidades do Sul ou o calor enorme que nos faz sentir como se evaporássemos junto com o suor. As medidas devem ser tomadas com urgência. Se continuarmos nesse caminho não sei qual será o nosso fim... Fique com Deus meu amigo!
ResponderExcluirQuerida Lady Jaqueline,
ResponderExcluirNem preciso expressar a alegria de ver-te novamente por aqui iluminando o espaço da Oficina de Gerencia.
Tenho certeza de que não há espaço para esquecimento, pois és a madrinha do meu blog formando aquele trio famoso que sustentou a Oficina nos seus primórdios: você, o Ronaldo e o Gato Guga. Bons tempos...
Mantenho o SuperDica$$$ na Vitrine e sempre que colocas algo novo vou lá para zapear. Torço para que voltes com aquele ritmo alucinante de blogueira que fez sucesso em toda a blogosfera.
Um grande, enorme abraço de carinho e saudades.