"Conheci" Robert Wong quando assisti uma entrevista dele no Canal RH e ele ''ainda era presidente da Korn / Ferry para o Brasil e a América Latina, uma das maiores empresas do mundo em recrutamento e seleção. Foi considerado pela revista The Economist um dos 200 mais destacados headhunters do mundo por seu genuíno interesse nas pessoas e no seu talento de descobrir qualificações, às vezes até desconhecidas pelo próprio candidato. '' (texto está no "curriculo de Wong" apresentado pela HSM). Fiquei encantado. Comprei e li o livro dele (excelente, diga-se de passagem) intitulado "O Sucesso Está no Equilíbrio".
Desde então tenho "seguido" seus passos na internet. Leio tudo que ele escreve e agora que está no corpo de colunistas da HSM estou sempre aprendendo com este cara que é um profissional digno de ser conhecido pelos habitantes do mundo corporativo.
Seus artigos são sempre inspiradores, como este que transcrevo abaixo onde ele aborda a questão da vocação que cada um de nós guarda no mais profundo de nossas almas. E instiga o leitor a se posicionar no que ele chama de "Pirâmide de Wong" que é uma adaptação da famosa "Pirâmide de Maslow".
Leiam um pequeno trecho do artigo:
- [...] "Se emprego não é a solução, nem profissão e tampouco a carreira, qual é a saída que lhe dará a auto-estima, a realização e a liberdade? Esta palavra, meu caro leitor, é a vocação, que também vem do latim e significa "sua voz interior", "seu chamado".[...]
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Onde você se encontra na pirâmide?
Há pouco tempo, estive no México. Lá tive o prazer de visitar as famosas
pirâmides de Teotihuacán, construídas pelas valorosas civilizações indígenas
que povoaram o território mexicano antes da conquista dos espanhóis.
Não é uma escalada fácil. Demanda competência, muito esforço e grande força de
vontade. São os mesmo fatores necessários para se vencer na vida pessoal e
na carreira profissional. O desafio de subir a pirâmide me fez refletir sobre
uma questão desconcertante: "Por que há tantos executivos frustrados com
suas carreiras?"
Para explicar o fenômeno, tenho recorrido à analogia de duas outras pirâmides.
A primeira é a Pirâmide de Necessidades de Maslow, tese elaborada pelo
psicólogo e professor do MIT, Abraham Maslow (1908 – 1970), onde ele cita que
um ser humano deve atender em boa parte certa necessidade para, então, passar a
uma outra hierarquicamente superior.
Na base da Pirâmide de Maslow, encontra-se a maioria da população
- preocupada em atender suas necessidades fisiológicas: comer, respirar,
dormir etc. Acima, encontramos uma parcela menor, já preocupada com sua
segurança, dentro de uma perspectiva individualista.
Subindo na pirâmide, há outros seres humanos focados na ascensão social ou na
necessidade de pertencer a grupos diferenciados. E afunilando mais ainda, temos
uma parcela menor de pessoas preocupadas com a estima ou admiração dos outros.
Maslow identificou nesse nível um outro grau de estima mais elevado, a
auto-estima: a própria pessoa se admira, se gosta e goza de independência, que
define como o direito de ser quem você é. E, por último, no topo da pirâmide,
encontra-se uma pequeníssima parcela da população (o autor cita
que representa menos de 2%) que atingiu a auto-realização, ou seja, seu
pleno potencial - pessoas como Cristo, Buda, Gandhi, Tómas de Aquino
e alguns outros.
Tomando emprestada a pirâmide de Maslow, elaborei, após muitos
anos lidando com executivos e profissionais, uma tese que denominei de
"Pirâmide de Realização no Trabalho". Ou como alguns amigos chamam:
Pirâmide do Wong.
Na base dessa pirâmide, equivalente à nossa necessidade fisiológica, está o
emprego, que possibilita obter os recursos ou um salário para comermos e assim
sobrevivermos. Mas sabemos que um emprego não nos dá segurança; procuramos
então adquirir uma profissão, a de engenheiro, advogado, administrador,
professor etc.
Com um diploma, a pessoa não se contenta em ser um profissional raso; quer
progredir, ascender, pertencer a grupos ou hierarquias diferenciadas. Ou seja,
almeja uma ascensão profissional e tenta esta escalada no mundo corporativo por
meio de uma carreira.
Em meus anos como headhunter e consultor empresarial, tenho percebido uma
crescente frustração com a carreira no meio executivo. Por quê? Se almeja uma
promoção e não a consegue, você fica frustrado. Caso a consiga, está preparando
sua próxima eventual frustração, pois vai querer mais uma outra promoção. Para
quem não sabe, a palavra carreira deriva-se expressão latina “via
carrera”. Na prática, isso significa a via ou o caminho das carroças
e carretas.
Não é uma boa definição? A pessoa entra nos trilhos e não consegue sair mais
daquela via. Podemos dizer que ficou “bitolada”.
Se emprego não é a solução, nem profissão e tampouco a carreira, qual é a saída
que lhe dará a auto-estima, a realização e a liberdade? Esta palavra, meu caro
leitor, é a vocação, que também vem do latim e significa "sua voz
interior", "seu chamado". Para aqueles que encontram sua
verdadeira vocação através do auto-conhecimento, o universo celebra e conspira
a seu favor.
Por fim, chegamos ao topo da pirâmide, onde meu cume encontra com o de
Maslow. Denominei de "Missão", palavra que provém do verbo
latim “mittere”, "enviar".
Um missionário é uma pessoa enviada para pregar a palavra, assim como um míssil
é um artefato enviado para atingir determinado alvo. Por certo, fomos todos
enviados aqui à Terra para cumprir nossa missão, que é fazer esse mundo melhor
do que o encontramos. Mas, infelizmente, são raras as pessoas ou líderes no
mundo corporativo que transcenderam a história e o tempo e deixaram suas marcas
perenemente.
Muitos indivíduos estão agarrados ao seu emprego, ficam na base da
pirâmide. Alguns demasiadamente preocupados com a sua profissão, que por vez
pode até ter sido mal escolhida. Outros estão bitolados e frustrados com sua
trajetória profissional. Dê uma chance a si próprio e dê ouvido à sua voz
interna: a sua vocação. Só você tem acesso a ela e mais ninguém.
Vendo as pirâmides de Teotihuacán, que sobrevivem a todas as intempéries por
séculos e séculos, tenho certeza que os líderes da época as ergueram motivados
por sua vocação e por uma missão. E nos dão uma lição valiosa: aqueles que
encontrarem sua verdadeira vocação deixarão um rico legado para posterioridade.
Resta saber agora, leitor, onde você se
encontra na pirâmide. Você está usando suas competências, esforços e força de
vontade para escalá-la?
Robert Wong
Sócio da Robert Wong Consultoria Executiva - voltada para Headhunting, Palestras, Coaching, Personal Branding, Cursos e Consultoria.
"Formou-se pela Chapel American School em São Paulo, graduou-se em Engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e recebeu uma bolsa como um Confederation of British Industry Scholar para sua pós-graduação na Inglaterra. Participou do curso de extensão em educação executiva pela Harvard Business School" [...]
[esta é uma publicidade voluntária do blog em contrapartida ao uso de materia do site da HSM]
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