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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Liderança. Leia as dicas de Ken O'Donnel.

"Senhores do Conselho", não deixem de ler este artigo que "capturei" do Canal RH.
Escrito pelo articulista do próprio site, Iuri Ribeiro, o texto faz um resumo de vários conceitos do afamado palestrante e escritor Ken O'Donnel sobre o tema do qual é especialista a liderança.
Para quem está em atividade no mundo corporativo é imprescindivel estar atualizado com o que dizem estes novos "xamãs" do negócio.  Afinal de contas um bom líder sempre tem algo de feiticeiro.
Vejam o que diz O'Donnel a respeito da capacidade do lider em colocar no mundo real aquilo que está apenas no papel:
  • “A execução tem o aspecto de arranjo com a equipe, mas também tem a questão de saber lidar com a realidade, de executar as ideias num mundo turbulento, num mercado imprevisível, numa confusão danada”




Como um líder é alçado a esse papel pelos liderados 
[Ken O'Donell, especialista em liderança]
por Iuri Ribeiro 

Um bom líder organizacional, hoje, já domina recursos da inteligência emocional. Sabe lidar com as pessoas e motivar seus liderados, criando uma atmosfera de cooperação na organização. Mas para se destacar no cenário que deve se formar após a atual crise econômica, o líder deve ter a capacidade de saber onde a concentração de seus esforços vai surtir maior impacto, mantendo em mente que há um interesse crescente na manutenção da saúde do meio-ambiente e da sociedade. Quem explica é o consultor em desenvolvimento organizacional, gestão avançada de qualidade e planejamento estratégico, Ken O'Donnel. “Hoje, o líder que não sabe criar, inovar, gerar algo para a sustentabilidade do todo, indiretamente está contribuindo para a insustentabilidade de sua própria empresa”, conta.
O consultor chama a atenção, ainda, para o fato de que o verdadeiro líder é eleito a esse papel pelos próprios liderados.
Autor de 12 livros em desenvolvimento pessoal e organizacional, O´Donnel lembra que ainda mais difícil do que saber onde alocar esforços é colocar em prática o que é idealizado. “A execução tem o aspecto de arranjo com a equipe, mas também tem a questão de saber lidar com a realidade, de executar as ideias num mundo turbulento, num mercado imprevisível, numa confusão danada”, explica o autor, que diz que estas são as principais questões que não ganhavam devida atenção na preparação de líderes até o momento. Veja a seguir os principais tópicos que O'Donnel considera imprescndíveis para um candidato a líder.

Líder eleito por liderados
Para ele, o simples fato de o profissional atender a um curso e ocupar um cargo de liderança não faz dele um verdadeiro líder. “Quem te dá esse título são os liderados”, afirma. “Criou-se uma ideia de que se poderia aprender liderança como se fosse um curso, mas na verdade não é assim”, continua O´Donnel, que deixa claro o valor da influência positiva sobre as pessoas. “O líder não é simplesmente alguém que ocupa o posto, mas alguém que é capaz de inspirar as pessoas, especialmente quando se tem que tomar decisões difíceis”, conclui.

Talento e aperfeiçoamento
Até que ponto um profissional pode aprender e adquirir, com estudo e prática, as qualidades essenciais a um bom líder? Para O´Donnel, metade das características necessárias a um líder são inatas, o restante pode ser desenvolvido. “Não se pode aprender carisma, por exemplo. Ou a pessoa tem ou não tem”, aclara. “Algumas pessoas com qualidades de estar à frente, de gerar confiança nos outros, de lidar bem com os holofotes, têm isso por natureza”, completa o consultor.
Ele também aponta um aspecto passível de desenvolvimento. “A habilidade de um líder que pode ser desenvolvida, se ele não tem carisma, é a inibição, pois as inibições são internas”, diz.

Líder de si mesmo
A autoliderança também ganha destaque entre os atributos convenientes a quem deseja liderar com eficiência. “Aquele que é um bom líder de outros, primeiramente tem que ser um bom líder de si mesmo”, assegura O´Donnel. Para avaliar a qualidade desta liderança interior, é preciso fazer uma breve auto-avaliação. “Se considerarmos os aspectos internos, nossos hábitos, valores, crenças, ideias, pensamentos e desejos como uma equipe, como é que eu lido com essa equipe? Como é que eu organizo meus pensamentos, minhas ideias, meu poder de decisão e discernimento”, propõe o autor.
A regra vale para todos. “Mesmo quem tem alguns aspectos inatos precisa aprender sobre autoliderança”, esclarece.

Líder sábio
A sabedoria é outra questão que recebe atenção especial de O´Donnel. Para ele, trata-se da aplicação prática do entendimento. “Se eu tivesse que definir em uma frase, a sabedoria seria o entendimento que eu preciso colocar rapidamente nas respostas às situações que estão acontecendo a minha volta”, conta. “Uma pessoa que avalia uma situação e prepara rapidamente uma resposta adequada é uma pessoa sábia”, prossegue o autor. “Uma pessoa pode dar um discurso sobre paciência, por exemplo, mas uma pessoa sábia avalia uma situação, vê que esta situação demanda paciência de sua parte e aplica isso”, exemplifica. “A distância entre um líder que tem conhecimento e o líder que tem sabedoria é a mesma distância entre o discurso e a prática”, conclui, sabiamente.
Na opinião de O´Donnel, grande parte da responsabilidade pela situação de desigualdade social em que o mundo se encontra recai sobre a falta de sabedoria entre os líderes organizacionais e políticos do planeta. “A via da sabedoria é uma via onde a experiência vivida da informação nos ajuda a entender a dosagem dela, e a partir das experiências vividas desenvolvemos valores, e os valores, então, são o respaldo das nossas habilidades técnicas”, explica.
 
Divórcio entre técnicas e valores humanos
Uma das razões de o mundo estar onde está é que houve um divórcio entre as habilidades técnicas e os valores humanos, explica O’Donnel. “A partir dos valores que levamos a sério, desenvolvemos princípios de vida. E aí temos outro problema identificado, o divórcio entre políticas e princípios, que é outra das razões de o mundo ter chegado onde está”, prolonga-se. “Hoje, 20% da população humana consome 86% dos bens produzidos e 250 empresas controlam 80% dos ativos do mundo. E aí 1,3 bilhão de pessoas não têm nem água”, completa, explicando a situação a que se refere.
O autor afirma que pode haver consequências e mudanças inclusive para os próprios líderes. “Acho que a situação atual é tão grave que vai tornar algumas pessoas bastante grandiosas, enquanto outras, que acham que são grandes, vão entrar em colapso”, diz. “Crises sempre produzem novos líderes”, declara.

Líder sustentável
Para mudar o rumo da sociedade, precisamos de líderes empenhados em realizar negócios que beneficiem o todo. O´Donnel explica que é possível, hoje em dia, ganhar dinheiro a curto prazo com práticas não sustentáveis. Mas deixa claro que as consequências deste tipo de atitude eventualmente se aplicarão à própria organização. “As estatísticas respaldam a ideia de que não convém ter líderes que não estejam engajados com uma visão de desenvolvimento sustentável”, afirma o autor. “A questão de sustentabilidade tem que ser a primeira na lista de um líder futuro”, assegura.
 
Criativos culturais
Australiano radicado no Brasil, O´Donnel encontra um bom motivo para isso longe dos dois países. “Hoje em dia há um grupo de pessoas, em torno de 25% da população dos EUA e da Europa, chamados criativos culturais, que compram e tomam suas decisões baseados em avaliações sistêmicas do todo, do impacto do produto no planeta”, conta. “E o líder que não estiver afinado com isso está ignorando 25% do mercado”, conclui. 
Além disso, antes de agradar às possíveis exigências de um público consumidor mais consciente, as medidas sustentáveis beneficiam a organização em si. “Porque a sustentabilidade é pra dentro da empresa, para o sustento econômico da empresas, mas inserido num contexto onde faz uma contribuição positiva à economia, à sociedade e ao meio-ambiente”, esclarece o autor.

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