No último dia 18 de junho publiquei um post intitulado "Psicopatas, já encontrou alguém assim no seu trabalho" e recebi o comentário de um internauta que se nomeou "Crescente Dourado" (sem perfil no Blogger, mas assinado Marco Aurélio Carvalho de Araguaina-TO) dizendo o que se segue:
- "Obrigado por postar um artigo sobre meu chefe... rsrs. Quero saber como lidar com esse tipo de pessoa? No intuito de querer ajudá-lo. Sou formado em Administração, trabalho numa grande Empresa Brasileira, gosto de desafios, de resolver os problemas. Trabalho numa filial no norte do país. Vejo que se eu continuar colocando panos quentes sobre as atitudes deste tipo de pessoa isso será ruim para meu futuro profissional, pois não sou daqueles que gostam de ser manipulados (marionetes), mas também gosto de ajudar as pessoas, sem pensar que sou melhor do que elas, mas usando de misericórdia, compaixão que as pessoas podem e devem desenvolver suas potencialidades humanas normalmente não utilizadas. Ou devo sair da empresa? muito agradecido" - Marco Aurélio Carvalho - Araguaína - To - 20/06/09 17:36
Achei o máximo ser "consultado" no blog. Certamente não é a minha proposta para a Oficina de Gerencia, mas quem não gosta de ser um "guru" sobre as coisas que escreve e diz?
Entretanto o tempo, carrasco das boas intenções, ceifou as oportunidades que tive, anteriormente, de responder ao meu preclaro leitor Marco Aurélio ato que pratico agora. Espero que ele ainda esteja buscando a resposta. Vamos lá! Recomendo que façam uma releitura do post (clique aqui) para nos sintonizarmos.
Estou certo que neste post dirigido ao Marco estarei também, respondendo inúmeros outros casos similares. Acontece que estar subordinado a chefes complicados e psicopatas não é tão incomum quanto imaginam os "aprendizes de feiticeiros corporativos". Pelo contrario! E a grande questão é realmente responder à pergunta que ele faz:
- Devo ficar na empresa e procurar adaptar-me ao chefe ou sair?
Parece simples? Não é mesmo! Nada mais complicado do que estar "grudado" nas teias de uma “aranha” que nos comanda (corporativamente) e que seja um manipulador. Alguém que se utiliza do cargo de confiança para maquinar situações, tramar comportamentos, travar idéias e urdir situações entre seus subordinados e colegas. Dito em uma expressão simples: é um inferno!
Digo ao Marco Aurélio que a construção de uma carreira não se faz sem riscos. Acho que cabe bem aqui utilizar-me do mundo da Formula 1 como ferramenta de metáfora. Naquela corporação os pilotos estão sempre arriscando suas carreiras. Os que são vencedores ou querem sê-lo devem aliar a seus talentos profissionais, sua coragem pessoal e a estrutura de que dispõem, ou seja, suas equipes de técnicos e engenheiros. Nenhum dos três itens (existem outros, mas estes já servem à nossa alegoria) fará um vencedor isoladamente.
- Talento, sem coragem ou sem uma corporação organizada e competente.
- Coragem sem o talento para lhe impor os limites do conhecimento... E a corporação idem.
- E finalmente uma corporação que seja bem estruturada, mas que não valorize seus profissionais, com talento e coragem, quanto às suas aptidões, habilidades e competências.
Nesses ambientes, com certeza, as carreiras não decolam. E o símbolo mais flagrante desse quadro corporativo são o número e a importância (na escala hierárquica) dos chefes com características psicopatas.
Quem for observador vai perceber com clareza a existência daquele “toque de psicose” no oxigênio do ambiente de trabalho onde esteja. Aquele ar irrespirável; aqueles olhares de soslaio; as conversas oblíquas... Ufa! Credo em cruz! Fujam dessa atmosfera. A poluição existente é tão densa que nada floresce ou prospera por ali. Estou certo que muitos de vocês já conheceram e temo até que já tenham trabalhado em lugares assim.
Para o Marco Aurélio o conselho (se é que assim posso dizer) é que não perca muito tempo com um chefe manipulador e um ambiente que o prestigie. O mundo corporativo, infelizmente, não é lugar para se praticar assistência social. É uma pista de Fórmula 1. Ali você não vê ninguém dar passagem para outro, ficar penalizado por conta de uma manobra errada do concorrente ou pensar duas vezes em “fechar a porta” – como diria Galvão Bueno - para o adversário que tenta ultrapassa-lo.
Portanto meu caro Marco. Se você quer fazer carreira nesta corporação de “pilotos” talentosos e corajosos, procure um time que possa lhe dar a estrutura de suporte incluindo chefes que não sejam... Psicopatas.
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