3 de abril de 1917 — Alemães afundam navio brasileiro
O Paraná, um dos maiores navios da frota mercante brasileira, com 4.466 toneladas, carregado de café, foi torpedeado por um submarino alemão na costa francesa. Três tripulantes morreram. Os agressores ainda dispararam cinco tiros de canhão contra os náufragos. A embarcação navegava dentro das normas internacionais, com as luzes acesas, a bandeira brasileira içada e tinha a palavra Brasil pintada no casco.
Como retaliação o presidente Venceslau Brás recusou-se a receber o embaixador germânico que veio apresentar explicações sobre o incidente. As relações diplomáticas com a Alemanha foram rompidas no dia 11 de abril seguinte, com o argumento de que o bloqueio naval imposto pela Alemanha à Grã-Bretanha, França, Itália e compreendendo todo o Mediterrâneo Oriental era ilegal.
Em 20 de maio outro navio brasileiro, o Tijucas, foi afundado na costa atlântica da França e seis dias depois, o Lapa foi atingido por três disparos de um submarino, no sul da Espanha. Desta vez, o presidente tomou medidas mais rigorosas. Os navios mercantes germânicos, que estavam nos portos brasileiros ficaram sob a guarda do governo.
No dia 23 de outubro o cargueiro Macau foi torpedeado perto da costa da Espanha e o seu comandante foi preso. Os ataques provocaram indignação na população, e o Brasil entrou na Primeira Guerra em outubro de 1917.
Venceslau Brás firmou aliança com os países da Tríplice Entente (Estados Unidos, Inglaterra e França), em oposição ao grupo da Tríplice Aliança, formada pelo Império Austro-húngaro, a Alemanha e o Império Turco-otomano.
A guerra começou em 1914 e só terminou em 1918, com a rendição incondicional da Alemanha.
Na Conferência de Paz, da qual resultou o Tratado de Versalhes em 1919, o Brasil conseguiu da Alemanha o pagamento com juros do café perdido nos naufrágios provocados pelos seus submarinos, e incorporou à frota mercante 70 navios alemães que foram retidos nos portos brasileiros.
O Brasil na Primeira Guerra Mundial
O Brasil entrou na guerra quando esta já se encaminhava para o desfecho e foi incumbido de patrulhar o Atlântico Sul, para evitar ataques de submarinos alemães. Contudo, o único disparo efetuado pela armada foi contra um cardume, confundido com um periscópio.
Em Dacar, a pequena tripulação foi vítima da gripe espanhola. A doença causou 110 mortes e deixou 140 marinheiros incapacitados. Os navios brasileiros só conseguiram chegar a Gibraltar dois dias antes do armistício.
Os brasileiros tiveram participação nos conflitos da frente ocidental e na região da Jutlândia. O Brasil enviou também uma missão médica militar e aviadores para a França.
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