Stephen Kanitz dispensa apresentação. Para quem lê a revista Veja e acompanha seus textos concordará comigo. Seus artigos são sempre muito bem recebidos (e lidos) pelos milhares de leitores daquele acreditado órgão da midia brasileira.
Coloquei um logotipo do blog, editado com uma foto de Kanitz que passarei a usar para identificar os posts que doravante, planejo divulgar com seus artigos. Recomendo às pessoas interessadas em se manterem bem informadas e estarem atualizadas com as coisas positivas do Brasil que não deixem de frequentar o blog "O Brasil Que Dá Certo".
Leiam abaixo a introdução de Stephen Kanitz ao novo blog e os primeiros posts publicados. Chamo a atenção para o de título "Vai faltar carro em 2009".
Sucesso ao novo blog e que Stephen Kanitz faça jus às expectativas que dele esperamos.
"Introdução
Bem-vindos ao Brasil Que Dá Certo!
Há mais de cinco anos, leitores e estudantes vêm insistindo para que eu criasse um blog. Resisti até agora porque um artigo mensal na Veja já me dava muito trabalho. Imagine um blog diário!
Mas a crise econômica de 2008 me mostrou as responsabilidades de um formador de opinião: deve fazer-se presente no debate público de modo freqüente e atuante.
Desde setembro, quando as percepções de que a economia norte-americana entraria em colapso começaram a ganha corpo, assistimos a uma avalanche de notícias e análises econômicas marcadas por um tom alarmista e, por que não?, irresponsável. Veja este gráfico do Google Trends, em que se descreve o uso da palavra "crise" no Brasil. Veja o salto dado em setembro de 2008, época em que o país crescia a 6,8%:
O pânico que tomou conta da imprensa não lhe permite dar o devido destaque a uma série de fatos positivos da economia brasileira.
Por exemplo, quem se lembra da notícia, de 03 de janeiro, de que o Brasil bateu recorde histórico das exportações, mesmo a um câmbio pouco competitivo de R$ 1,70? Ou ainda: de que, em 27 de janeiro, o FMI previu que a economia brasileira irá (mesmo que de maneira modesta) CRESCER em 2009?
Esse mesmo alarmismo faz com que, algumas vezes, notícias positivas sejam lidas ou interpretadas como negativas. Exemplos: em entrevista ao Estadão (03.12.2008), Affonso Celso Pastore prevê que, a despeito da desaceleração das atividades econômicas, o crescimento do PIB brasileiro deve ficar entre 2,0 e 2,5%. Mas qual foi a chamada de capa? “Pastore já vê sinais de recessão”.
Na tentativa de fazermos um contraponto a essa maré de pessimismo, divulgaremos aqui as boas notícias e as boas iniciativas do Brasil Que Dá Certo. Assim, este blog será uma continuação do livro que publiquei em 1994, que teve 35 reimpressões e me rendeu um Premio Jabuti. Não iremos promover o catastrofismo alarmista, mas tampouco embarcaremos num otimismo irresponsável. Buscaremos, sim, fazer uma análise realista. Iremos nos concentrar nas boas noticias simplesmente porque as más notícias não precisam ser reproduzidas - elas já têm amplo espaço.
Se você tem uma boa (ou má) notícia que não está sendo divulgada, envie para blog@kanitz.com.br. Daremos a ela o devido destaque.
Como não teremos boas notícias todos os dias, os posts não serão diários. Registrar-se num RSS seria a opção conveniente para aqueles que desejam acompanhar o blog.
Na próxima vez que você achar que o mundo ou o Brasil irá acabar, visite este novo blog e obtenha uma análise mais equilibrada. Blogs morrem com muita facilidade: portanto, ajudem a divulgar este aqui para que a crise econômica não nos conduza a um pânico paralisante: ela deve ser tão-somente uma oportunidade de reflexão e de reconstrução da sociedade.
Criarei vários blogs ao longo de 2009: um para cada um dos assuntos que normalmente escrevo. Não acredito que todos irão querer saber de todas as minhas opiniões. Dentre eles, está o “Betting On Brazil”, que será O Brasil Que Dá Certo em inglês, com a finalidade de divulgar o que acontece de bom neste país - e, assim, reduzir a taxa de risco que pagamos à toa. Ajudem a divulgá-lo entre seus amigos no exterior.
O primeiro blog em português será este aqui: O Brasil Que Dá Certo. Peço que se cadastrem pelos RSS ou por outras formas a que vocês estão mais acostumados. Quem não tem um RSS pode se cadastrar simplesmente colocando o seu e-mail.
Não se decepcionem com um texto muito menos elaborado e cuidado como aqueles a que estão acostumados na Veja. E lembrem-se: eu ainda estou aprendendo!
Superávit Novamente Na Balança Comercial!!
As primeiras semanas de fevereiro mostram uma enorme reversão no último setor em que tínhamos problemas: a balança comercial.
O Ministério do Desenvolvimento informa que voltamos a ter um superávit comercial, isto é, que estamos EXPORTANDO MAIS DO QUE IMPORTANDO.
As exportações ainda não se recuperaram da queda de 2008 -- e nem irão, já que a Crise Americana deverá continuar por muito tempo.
Exportações significam EMPREGO, mas não consumo nacional. Produzimos mas não levamos, algo que se pode discutir nas salas de aula à vontade.
Nas importações, nós usufruímos dos bens produzidos por outros países, o que, se você for consumista, como são os americanos, é bom. Se você é um trabalhador brasileiro, isto é ruim.
A volta do superávit comercial é mais um indicador de que saímos muito rapidamente do fundo poço, como previ no Programa do Boris Casoy, em novembro de 2008.
Dois meses de sofrimento não é exatamente o fim do mundo.
Vai Faltar CARRO em 2009!
Depois de a produção em janeiro crescer 92%, as primeiras duas semanas de fevereiro apontam alta de 15%. Repito: 15%.
A indústria automobilística brasileira parece ter tomado a decisão mais infeliz de sua historia ao dar ouvidos aos seus consultores de tendências.
A Renault já cancelou as férias coletivas.
O que ninguém está percebendo é que essas vendas, facilitadas, de fato, pela isenção do IPI, estão sendo compradas pelos 70% de brasileiros que declararam ao Datafolha que achavam que não perderiam o emprego em 2009.
Os 30% que acham que irão perder o emprego em 2009 não estão comprando, com ou sem redução do IPI.
Quando estes 30% de consumidores assustados retomarem a confiança de que não serão despedidos, o consumo de carros pode crescer ainda mais 42% (100 dividido por 70).
Ou seja, vai faltar carro em 2009.
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