22 de fevereiro de 1993
Tribunal julga crimes da guerra da Iugoslávia
O Conselho de Segurança das Nações Unidas criou um tribunal internacional para julgar crimes de guerra cometidos na antiga Iugoslávia. A resolução apresentada pela França foi aprovada por unanimidade.
Esse é o primeiro tribunal internacional do gênero desde os de Nuremberg e Tóquio, que julgaram os criminosos de guerra alemãs e japoneses. A grande diferença neste caso é que não serão os vencedores, mas toda a comunidade mundial representada pela ONU, que julgará as violações dos direitos humanos.
Tanto sérvios quanto croatas e muçulmanos foram acusados de tortura, massacres, execuções sumárias, violações sexuais sistemáticas, deportações e tratamento desumano a presos, nas guerras que dividiram a Iugoslávia a partir de 1991. As maiores acusações recaíram sobre os sérvios. O conflito gerou grandes baixas civis e mudou os limites territoriais da região.
O tribunal trabalha paralelamente à Corte de Haia e julga exclusivamente pessoas, e não estados ou governos. Os suspeitos não podem ser submetidos a processo à revelia. A sentença máxima para um acusado no Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia é a de prisão perpétua. Até agora, o tribunal já concluiu processos contra 115 pessoas. Destes, 10 foram inocentados e 56 foram condenados.
Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia e quatro de seus colaboradores foram acusados de responsabilidade criminal direta na deportação de 740 mil albano-kosovares e por genocídio. Ao todo são 10 acusações de crimes contra a Humanidade e 17 de crimes de guerra. Milosevic morreu na prisão em 2006.
A maior sentença aplicada pelo tribunal foi a de 40 anos de detenção, recebida pelo sérvio bósnio Milomir Stakic, ex-prefeito da cidade de Prijedor. Ratko Mladic, comandante militar sérvio bósnio durante o conflito, é acusado com Radovan Karadzic de genocídio no cerco de Sarajevo, e de chefiar o massacre em Srebrenica. O outro indiciado é Goran Hadzic, acusado de crimes contra croatas na cidade de Vukovar.
O novo desenho da Europa
Com o final da Guerra Fria e o desmantelamento da União Soviética, o mapa da Europa passou por transformações profundas. Seis nações separaram-se da Rússia, e surgiram a Estônia, Letônia, Lituânia, Belarus, Ucrânia e Moldávia. A queda do Muro de Berlin reunificou as duas Alemanhas, a ocidental e a oriental. A Thecoslováquia dividiu-se em dois países: República Theca e Eslováquia.
O conflito nas Balcãs gerou mais cinco nações, que dividiram o território da antiga Iugoslávia. Eslovênia, Croácia, Bósnia, Macedônia, tendo e a própria Iugoslávia se transformado em Sérvia e Montenegro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Convido você, caro leitor, a se manifestar sobre os assuntos postados na Oficina de Gerência. Sua participação me incentiva e provoca. Obrigado.