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sábado, 16 de novembro de 2024

Modernidade líquida, saiba o que é; mude sua forma de pensar o mundo atual

Devo informar aos leitores que utilizei uma metodologia nova para escrever o texto inicial de apresentação. 

O que fiz?

O tema do post era a "Modernidade Líquida", uma área pouco conhecida no âmbito corporativo e entre os leitores menos curiosos. Só tive o conhecimento dele há poucos meses, quando fiz um curso de coaching e mentoria na FGV.

Continuando, "o que fiz?", perguntei ao "Microsoft Copilot", o assistente virtual de inteligência artificial (IA) da Microsoft; e então, no texto, o que está em amarelo são as perguntas que fiz e, logo abaixo, estão as respostas do "Copilot". 

Era minha intenção melhorar e adaptar o texto ao meu estilo e aproveitar as vantagens da IA como base de toda a Internet. Qual não foi a minha surpresa com as respostas do Copilot? Vi um texto finalizado, acabado e completo; ou seja, pronto para ser lido, como irão conhecer!

Realizei poucas modificações específicas e analisei a semelhança, por meio do Word, com textos encontrados na internet. Deu zero por cento de similaridade. Fiquei satisfeito com o post e o assumi como sendo meu. Por que não?

Criei essa introdução para mostrar a quebra de preconceitos contra a IA e a caracterização de autorias. 

O texto ficou, necessariamente, longo, mas preciso. Para quem se interessa em conhecer porque coisas inesperadas estão acontecendo à sua volta, recomendo que o leia com calma e fazendo reflexões. O Mundo Líquido veio para ficar; quem o entender primeiro, partirá na frente.

Sugiro, fortemente, que, se você gosta de escrever, use a IA, mas sempre ajustado com suas próprias ideias.





MODERNIDADE LÍQUIDA

modernidade líquida é um conceito cunhado pelo sociólogo Zygmunt Bauman para descrever a era contemporânea em que vivemos. Na modernidade líquida, tudo é fluido, líquido e constantemente em movimento. As relações sociais, os empregos, as identidades e até mesmo as certezas de vida estão em constante mutação, como líquidos que mudam de forma para se adaptar aos recipientes que os contêm. Esse conceito contrasta com a modernidade sólida, onde as estruturas sociais são mais estáveis e previsíveis. 

A liquidez da modernidade traz consigo uma sensação de liberdade, mas também de insegurança e incerteza, uma vez que tudo pode mudar a qualquer momento. Assim, na modernidade líquida, somos desafiados a, constantemente, nos reinventar e nos adaptar para navegar nas águas turvas de um mundo em perpétua transformação.

Como a modernidade líquida está modificando o comportamento das pessoas?

A modernidade líquida, com suas constantes mudanças e incertezas, tem um impacto significativo no comportamento das pessoas. Aqui estão algumas maneiras pelas quais ela está moldando nossas vidas:

1.  Relacionamentos PessoaisAs relações tendem a ser mais transitórias.     com a flexibilidade e a mobilidade sendo valorizadas, muitas vezes as       conexões são menos profundas e mais temporárias. 

2.   Identidade e AutonomiaHá uma ênfase maior na individualidade e na autorrealização. As pessoas estão constantemente redefinindo suas identidades e papéis na sociedade, buscando um equilíbrio entre liberdade pessoal e segurança.

3. Trabalho e CarreiraO mercado de trabalho está mais dinâmico e volátil. A estabilidade de emprego é menos comum, e a gig economy (clique no link) está crescendo. Isso leva as pessoas a buscarem múltiplas fontes de renda e a desenvolverem habilidades diversificadas para se adaptarem rapidamente.

4.    Consumo e CulturaO consumo é mais voltado para experiências do que para a posse de bens. As pessoas valorizam mais as experiências únicas e a personalização, influenciando a maneira como empresas e serviços se posicionam no mercado.

5. Tecnologia e Conectividade: A tecnologia desempenha um papel central, conectando pessoas de maneiras nunca vistas, mas também criando uma sensação de isolamento. A necessidade de estar constantemente atualizado e conectado pode levar a uma sensação de ansiedade e pressão social.

Quais as diferenças básicas entre o mundo lógico e a modernidade líquida?

Essa é uma ótima questão e traz à tona algumas distinções fundamentais entre os dois conceitos: 

1.         Natureza dos Conceitos:

·        Mundo Lógico: Refere-se a um sistema ordenado e racional onde as regras e os princípios são claros e bem definidos. A lógica é aplicada para resolver problemas e tomar decisões com base em dados objetivos e raciocínio coerente.

·        Modernidade Líquida: Descreve um estado social e cultural onde a incerteza, a fluidez e a mudança constante são predominantes. Tudo é transitório e adaptável, desde as relações pessoais até as estruturas sociais e econômicas.

2.        Estabilidade vs. Mudança:

·        Mundo Lógico: Enfatiza a estabilidade e a consistência. As soluções lógicas são, por definição, estáveis e replicáveis.

·        Modernidade Líquida: Enfatiza a mudança contínua e a adaptação. As soluções são temporárias e precisam ser constantemente revisadas e ajustadas.

3.        Tomada de Decisão:

·      Mundo Lógico: As decisões são baseadas em uma análise racional e evidências concretas. Existe uma expectativa de previsibilidade e controle.

·        Modernidade Líquida: As decisões são mais frequentemente influenciadas por fatores externos e imprevisíveis. Há uma maior aceitação da incerteza e da improvisação.

4.        Relações e Estruturas Sociais:

·         Mundo Lógico: Relacionamentos e estruturas tendem a ser mais fixos e bem definidos, com papéis claros e expectativas estabelecidas.

·        Modernidade Líquida: Relacionamentos e estruturas são mais fluidos e flexíveis. As expectativas são constantemente renegociadas e os papéis podem mudar rapidamente.

5.        Papel da Tecnologia:

·        Mundo Lógico: A tecnologia é vista como uma ferramenta para resolver problemas de maneira eficiente e sistemática.

·        Modernidade Líquida: A tecnologia é um catalisador para a mudança constante, conectando pessoas e ideias de maneiras novas e muitas vezes imprevisíveis.

Essas diferenças refletem como nossa compreensão e interação com o mundo podem variar drasticamente dependendo do contexto e dos princípios orientadores.

Quais os setores da sociedade são mais afetados pela modernidade líquida em relação ao mundo lógico?

A modernidade líquida afeta vários setores da sociedade de maneira significativa. Aqui estão alguns dos mais impactados:

1.  Mercado de Trabalho: Na modernidade líquida, os empregos são menos estáveis e há uma ênfase maior em trabalhos temporários e freelancers. As pessoas precisam ser mais adaptáveis e diversificar suas habilidades para se manterem relevantes.

2.  Educação: O modelo tradicional de educação, com currículos rígidos e estáticos, está sendo desafiado. Há uma demanda crescente por aprendizado contínuo e flexível, com foco em habilidades práticas e adaptáveis.

3.  Relações Pessoais: Os relacionamentos são mais transitórios e menos previsíveis. As conexões tendem a ser mais fluidas, com menos compromisso a longo prazo e uma maior ênfase na liberdade individual.

4.  Tecnologia e Comunicação: A rápida evolução tecnológica altera constantemente a maneira como nos comunicamos e interagimos. As plataformas de mídia social, por exemplo, influenciam nossas relações sociais e modos de consumir informação de forma dinâmica e mutável.

5.  Economia: Os mercados são mais voláteis e imprevisíveis, com empresas precisando se adaptar rapidamente às mudanças. A globalização intensifica essa liquidez, tornando as barreiras tradicionais entre mercados mais permeáveis.

6.  Cultura e Consumo: O consumo está mais voltado para experiências do que para a posse de bens. A cultura de consumo é caracterizada pela busca constante por novidade e personalização.

7.  Política e Governança: A política se torna mais dinâmica e menos previsível. A confiança nas instituições tradicionais pode diminuir, enquanto movimentos sociais e mudanças políticas rápidas se tornam mais comuns.

Esses setores mostram como a modernidade líquida permeia diversos aspectos da vida, criando um ambiente onde a adaptabilidade e a resiliência são cruciais.

O que é mais chocante para o indivíduo comum ao se defrontar com a modernidade líquida

Para o indivíduo comum, deparar-se com a modernidade líquida pode ser uma experiência desorientadora e, muitas vezes, chocante. Aqui estão alguns aspectos que tendem a ser particularmente impactantes:

1. Incerteza Constante: A falta de previsibilidade e a necessidade contínua de adaptação podem ser extremamente desafiadoras. O ambiente em constante mudança pode gerar sentimentos de ansiedade e insegurança.

2. Relações Efêmeras: A transitoriedade das relações pessoais e profissionais pode ser perturbadora. A ideia de conexões que se formam e se dissolvem rapidamente pode causar uma sensação de isolamento e falta de profundidade nos vínculos humanos.

3. Identidade Fluida: A necessidade de redefinir constantemente a própria identidade pode ser exaustiva. As pessoas podem sentir-se perdidas ou sem um senso claro de si mesmas em meio às mudanças constantes.

4. Pressão Para se Reinventar: A exigência de se reinventar continuamente para se manter relevante no mercado de trabalho e na vida social pode ser avassaladora. A competição intensa e a necessidade de estar sempre atualizado podem gerar estresse e burnout.

5. Consumo e Cultura Rápidos: A velocidade com que novas tendências surgem e desaparecem pode criar uma sensação de superficialidade. A cultura do consumo rápido pode levar a uma busca incessante por novidades, sem uma verdadeira satisfação ou significado duradouro.

6. Tecnologia e Conectividade: Embora a tecnologia conecte pessoas de maneira inédita, também pode criar uma sensação de pressão constante para estar sempre disponível e conectado. A sobrecarga de informações e a necessidade de gerenciar múltiplas plataformas digitais podem ser esmagadoras.

Esses aspectos destacam como a modernidade líquida desafia nossa percepção de estabilidade e segurança, exigindo uma adaptabilidade contínua que pode ser tanto empolgante quanto desgastante.

Em resumo, como o mundo deve lidar com essa fase de transição entre mundo logico e modernidade líquida

Lidar com a transição entre o mundo lógico e a modernidade líquida requer uma abordagem multifacetada e adaptativa. Aqui estão alguns passos essenciais:

1. Educação Contínua: Promover o aprendizado contínuo e a adaptação das habilidades. Instituições educacionais precisam se concentrar em habilidades práticas e adaptáveis que preparem as pessoas para um mercado de trabalho em constante mudança.

2. Resiliência Emocional: Investir na saúde mental e no bem-estar emocional. Ensinar técnicas de resiliência pode ajudar as pessoas a lidarem com a incerteza e a pressão.

3. Flexibilidade nas Políticas: Governos e empresas precisam adotar políticas flexíveis que permitam rápida adaptação às mudanças. Isso inclui desde regulamentações laborais até estratégias econômicas.

4. Fortalecimento das Relações: Incentivar conexões humanas mais profundas e significativas. Apesar da transitoriedade dos relacionamentos, criar espaços e oportunidades para interações autênticas é crucial.

5. Inovação Sustentável: Fomentar a inovação que considera o impacto a longo prazo. A tecnologia deve ser usada de maneira que beneficie a sociedade de forma sustentável e ética.

6. Cultura de Adaptação: Adotar uma mentalidade de adaptação e aceitação da mudança como parte natural da vida. Promover uma cultura que valorize a flexibilidade e a abertura a novas ideias e formas de viver.

Esses passos ajudam a criar uma sociedade mais preparada para navegar a modernidade líquida, equilibrando a necessidade de estabilidade com a capacidade de se adaptar ao novo.




Modernidade líquida

Modernidade líquida é um conceito temporal desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman para designar o período após a década de 1960.

Zygmunt Bauman, o sociólogo polonês que desenvolveu o conceito de modernidade líquida.
Zygmunt Bauman, o sociólogo polonês que desenvolveu o conceito de modernidade líquida.

O conceito de modernidade líquida foi desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de modernidade sólida, quando as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e duradouras.

O que é modernidade líquida?

Bauman definiu como modernidade líquida um período que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e ficou mais perceptível a partir da década de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade sólida o período anterior.

modernidade sólida era caracterizada pela rigidez e solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência e do pensamento. A busca pela verdade era um compromisso sério para os pensadores da modernidade sólida. As relações sociais e familiares eram rígidas e duradouras, e o que se queria era um cuidado com a tradição. Apesar dos aspectos negativos reconhecidos por Bauman da modernidade sólida, o aspecto positivo era a confiança na rigidez das instituições e na solidificação das relações humanas.

Pessoas mexendo no celular em referência às relações sociais na modernidade líquida.
O contato pessoal e os relacionamentos foram banalizados, sendo intermediados por aparelhos eletrônicos e pela internet na modernidade líquida.

modernidade líquida é totalmente oposta à modernidade sólida e ficou evidente na década de 1960, mas a sua semente estava no início do capitalismo industrial, durante a Revolução Industrial. As relações econômicas ficaram sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com instituições.

lógica do consumo entrou no lugar da lógica da moral, assim, as pessoas passaram a ser fortemente analisadas não pelo que elas são, mas pelo que elas compram. A ideia de compra também adentrou nas relações sociais, e as pessoas passaram a comprar afeto e atenção.

Nesse contexto, as instituições ficaram estremecidas. O emprego tornou-se um empreendimento completamente individual no momento em que o indivíduo tornou-se um “empreendedor” de si mesmo. Se alguém não obtém sucesso nessa lógica da modernidade líquida, a responsabilidade é completamente individual.

Assim sendo, a modernidade líquida tem instituições líquidas, pois cada pessoa é uma instituição. A exploração capitalista deixou de ser vista como exploração e passou a ser vista como uma relação natural em que o sujeito, empreendedor de si mesmo, vende a sua força de trabalho ao sujeito empreendedor que possui o capital.

modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha a moda e o pensamento de época. A ciência, a técnica, a educação, a saúde, as relações humanas e tudo mais que foi criado pelo ser humano para compor a sociedade são submetidos à lógica capitalista de consumo.

Veja também: Instituições sociais – corpos sociais que visam à integração dos membros da sociedade

Modernidade líquida e relações humanas

As relações humanas ficaram extremamente abaladas com o surgimento da modernidade líquida. Bauman usa o termo “conexão” para nomear as relações na modernidade líquida no lugar de relacionamento, pois o que se passa a desejar a partir de então é algo que possa ser acumulado em maior número, mas com superficialidade suficiente para se desligar a qualquer momento. A amizade e os relacionamentos amorosos são substituídos por conexões, que, a qualquer momento, podem ser desfeitas.

Símbolos das redes sociais em referência à mudança na sociedade na modernidade líquida.
As redes sociais mudaram completamente as relações humanas.

As redes sociais e a internet serviram de instrumento para a intensificação do que Bauman chamou de amor líquido: a relação pseudoamorosa da modernidade líquida. Não se procura, como na modernidade sólida, uma companhia afetiva e amorosa como era na modernidade sólida, mas se procura uma conexão (que pode ser sexual ou não, sendo que a não sexual substitui o que era a amizade) que resulte em prazer para o indivíduo. O imperativo da modernidade líquida é a busca por prazer a qualquer custo, mesmo que utilizando pessoas como objetos. Aliás, na modernidade líquida, o sujeito torna-se objeto.

As conexões estabelecidas entre pessoas são laços banais e eventuais. As pessoas buscam um número grande de conexões, pois isso se tornou motivo de ostentação. Mais parceiros e parceiras sexuais, mais “amigos” (que, na verdade, não passam, na maioria dos casos, de colegas ou conhecidos), pois quanto mais conexões, mais célebre a pessoa é considerada. Basta fazer uma breve análise das relações sociais em redes sociais como o Facebook: quanto mais “amigos” (que, na verdade, são apenas contatos virtuais) a pessoa tem, mais requisitada ela se torna.

sexo também se reduziu a mero objeto de prazer. É verdade que, enquanto impulso fisiológico do corpo, o lado animal do ser humano busca o sexo pelo prazer, e não pela reprodução em si. O prazer é uma isca da natureza para atrair o animal para a relação sexual, pois, assim, a natureza consegue que os animais se reproduzam e as espécies sejam mantidas.

O sexo, para as sociedades humanas e na modernidade sólida, deixou de ser somente instrumento de prazer e foi considerado mais que somente meio de reprodução. O sexo passou a ser visto como compartilhamento de emoções, de amor, símbolo de confiança entre duas pessoas. Na modernidade líquida, o sexo é mero instrumento de prazer e não deve ser medido qualitativamente, mas quantitativamente: quanto mais frequente e com o maior número de pessoas possíveis, melhor. Quanto menor o vínculo entre parceiros sexuais, melhor.

Modernidade líquida e consumismo

consumo tornou-se um imperativo na modernidade líquida. Criou-se todo um aparato para que o capitalismo consiga progredir desenfreadamente por meio do consumo irracional. Para além do que o filósofo e sociólogo alemão Karl Marx observou em sua época, um fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas marcas, deixando de importar o produto em si, mas a sua fabricante e o seu preço.

Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na modernidade líquida, o consumo e o status são expressivamente dotados de uma carga simbólica muito mais intensa do que era na modernidade sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo, tornando-se apenas o que ele consome, e não mais o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o sujeito é aquilo que ele consome.

Pessoa segurando o celular em referência à banalização dos relacionamentos na modernidade líquida.
Na modernidade líquida, ter é mais importante do que ser. A banalização da amizade e do namoro são reflexos desse modo de vida que prioriza o consumo e objetifica as pessoas.

O modo pelo qual o capitalismo consegue efetuar essa mudança de perspectiva é pela promessa de felicidade: os sujeitos estão cada vez mais ansiosos, tristes e sobrecarregados. Associa-se então o prazer momentâneo oferecido pelo consumo à felicidade. Como esse prazer é rapidamente passageiro, o sujeito sente a necessidade de buscá-lo constantemente, na tentativa de alcançar a felicidade.

Zygmunt Bauman e a modernidade líquida

Bauman nasceu na Polônia, em 1925, em uma família judia. Em 1939, a sua família fugiu da Polônia para a União Soviética por causa da invasão e anexação do território polonês pelos nazistas. Durante todo o período da Segunda Guerra Mundial, Bauman viveu na Polônia e chegou a trabalhar para o serviço secreto polonês, controlado pelo exército soviético.

Continuou como membro do exército polonês até 1954, quando foi demitido em razão de uma aproximação de seu pai com a embaixada israelense com vistas a conseguir um visto para Israel. Como havia uma restrição dos comunistas com o sionismo judeu, o exército polonês demitiu Bauman. O governo polonês era de orientação socialista soviética após o fim da guerra.

Em 1954, Bauman resolveu cursar seu mestrado em Sociologia, dando continuidade à sua graduação. No mesmo ano, tornou-se professor assistente na Universidade de Varsóvia. Nessa instituição, o sociólogo iniciou uma carreira que seria, mais tarde, promissora no campo da produção intelectual contemporânea.

Em 1968, pressões políticas conduzidas por um ato chamado de “expurgo” levaram à saída de vários judeus comunistas da Polônia. Nessa época, Bauman foi demitido da Universidade de Varsóvia e foi exilado da Polônia. Durante um tempo, o sociólogo viveu em Israel e lecionou na Universidade de Tel Aviv.

Em 1971, a sua carreira acadêmica cresceu exponencialmente, pois Bauman recebeu um convite para lecionar na Universidade de Leeds, na Inglaterra. Sua pesquisa social e política começou a produzir grandes frutos, que resultaram em livros que passaram a ser difundidos no mundo todo.

Foi nesse período também que Bauman começou a analisar os efeitos da globalização e da modificação das relações sociais e políticas após o fim da Segunda Guerra Mundial. Estava aqui plantado o gérmen do que viria a ser o conceito de modernidade líquida, que surgiria com força e distinção na obra de Bauman em 1990.

Bauman era um estudioso da chamada pós-modernidade. A Filosofia e a Sociologia contemporâneas convencionaram chamar o período contemporâneo, que se iniciou na década de 1960, de pós-modernidade ou pós-modernismo.

Um grupo de pensadores e filósofos intelectualmente filiados a uma corrente intelectual chamada de pós-estruturalismo enxergavam o pensamento de uma maneira diferente das tradicionais filosofias de tradição moderna. Entre esses pensadores, estavam os filósofos franceses Michel Foucault, Gilles Deleuze, Guy Debord e Jean-François Lyiotard. O grande público e os círculos intelectuais europeus tradicionais começaram a ver o trabalho de Bauman como uma obra “pós-moderna”, sendo que o que Bauman fazia era apresentar uma perspectiva crítica à pós-modernidade.

Em primeiro lugar, Bauman percebeu que a nova época vivida não era uma cisão com a modernidade, portanto não era algo que vinha após a modernidade, mas uma continuação da modernidade traçada de maneira diferente. Por isso, o sociólogo deu a esse tempo o título de modernidade líquida. Em segundo lugar, o termo surgiu para que Bauman não fosse associado a algo que ele queria criticar, ou seja, para que ele não fosse mais chamado de pós-moderno, mas fosse reconhecido como um crítico da pós-modernidade.

Crédito da imagem

[1] Michał Nadolski/Commons

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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Mulher na Selva Corporativa - Quebre o "Teto de vidro"

Quem me acompanha na Oficina de Gerência sabe que me enquadro, decididamente, na luta pela igualdade de gêneros, sejam nas oportunidades de trabalho, de crescimento profissional ou nas perspectivas e possibilidades de ascensão profissional.

Tenho plena convicção de que tanto as mulheres, quanto os homens — apesar das discrepâncias de gênero, maneiras de pensar e agir, aspectos culturais históricos e outras características que lhes são atribuídas pela história, sociedade e ciência — possuem as mesmas competências  para concorrer pelas oportunidades e mercados de trabalho em sistemas e empresas corporativas.

Quando conheci o artigo, publicado no Estadão, que lhes apresento neste post, não titubeei; considerei-o perfeito para ilustrar as dificuldades que as mulheres enfrentam, na incessante luta pela igualdade com os homens, pelas disputas das posições de comando nas organizações corporativas.

A autoria é da jornalista Luciana Garbin e o título da matéria é tão instigante quanto deveria ser, ao tratar de um tema tão polêmico: “Por que é mais difícil para a mulher atingir o topo da carreira? Autora responde”. 

A base para a opinião da jornalista (é assim que o texto está enquadrado pelo Estadão) é o livro “Quebre o Teto de Vidro: Estratégias Revolucionárias Para Atingir o Próximo Nível da Carreira” (Até Chegar ao Topo) - (Editora Rocco) traz algumas respostas. 

Escrito pela empresária e consultora Karinna Bidermann Forlenza ,“Quebre o teto de vidro” é um livro de imensa importância. Karinna parte da sua história de vida para ensinar como agir tanto nas situações mais favoráveis como nas desfavoráveis, enxergando as barreiras que impedem o avanço e a evolução nas carreiras. Uma obra para quem quer se desenvolver nas corporações, com insights preciosos, abordando temas como se autopromover de forma elegante, fazer alianças estratégicas e ser, finalmente, reconhecida.” (texto extraído da apresentação do livro no site da Amazon).

Pronto, está feita a apresentação do post. Agora é ler o artigo abaixo e refletir sobre a importância de nos engajarmos nesta luta que não é só das mulheres, mas de toda a sociedade universal, em busca de um mundo melhor e mais humano; ou alguém tem dúvidas de que, com mais presenças femininas nas “caixinhas de liderança” das corporações, daremos um grande upgrade neste mundo de meu Deus?


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Um conceito dos anos 1970 ainda serve para explicar a situação vivida hoje por muitas profissionais brasileiras. Criada pela escritora americana Marilyn Loden, a expressão “teto de vidro” simboliza a dificuldade que as mulheres têm de chegar ao topo da carreira por razões mais culturais que pessoais. Razões que passam, entre outros fatores, por preconceitos, estereótipos de gênero, expectativas socioculturais e falta de representação.

E como vencer essas barreiras que impedem o crescimento feminino no mercado de trabalho e fazem com que, entre outros prejuízos, as mulheres ainda ganhem menos que os homens em 82% das áreas segundo pesquisa divulgada há alguns dias pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)?

O livro Quebre o Teto de Vidro: Estratégias Revolucionárias Para Atingir o Próximo Nível da Carreira (Até Chegar ao Topo) (Editora Rocco) traz algumas respostas. Escrito pela empresária e consultora Karinna Bidermann Forlenza, ele se baseia em anos de pesquisas da autora - justamente após uma demissão quando pensava estar no auge da carreira - e em entrevistas feitas com 253 mulheres no topo da profissão em seis países.

Expressão 'teto de vidro' foi criada em maio de 1978 pela escritora americana Marilyn Loden para se referir às mulheres que não chegavam ao topo por razões culturais, não pessoais Foto: Who is Danny - stock.adobe.com

O ambiente corporativo, tal como foi criado, não previa a inclusão de mulheres, muito menos nos mais altos cargos de liderança”, recapitula Karina. “Portanto, toda vez que uma de nós quebra a barreira que existe e sobe na hierarquia vertical das empresas - o teto de vidro, que deixa até ver o que há do outro lado, mas que na prática impede a livre passagem - é como se todas nós estivéssemos provocando uma revolução. No entanto essa quebra gera muitos cacos de vidro pontiagudos, que podem nos machucar de verdade.”

No livro, Karinna mostra que os tetos de vidro não se revelam apenas por meio de diferenças salariais, menor ocupação de cargos de liderança, dificuldades com a maternidade, sem mencionar assédio e outras hostilidades. Ele também está na necessidade imposta a muitas mulheres de ter de provar sua capacidade e lutar por espaço para falar, opinar e fazer as coisas à sua maneira.

Ela também resgata duas “síndromes” que costumam acometer profissionais. Uma, já mais conhecida, é a síndrome da impostora: a mulher é capaz e gabaritada, mas acaba em dúvida sobre sua real competência. Sente-se uma fraude, como se estivesse no cargo por acidente, não por capacidade. Tanto perfeccionismo e medo de errar acabam muitas vezes abrindo espaço par


Isso, claro, vale para homens e mulheres, mas nem sempre as regras e condições para eles e elas são as mesmas. “Conhecendo as engrenagens das pirâmides que cercam a vida corporativa, fica muito claro que é impossível quebrar tetos de vidro sozinha e sem estratégia. Felizmente, já existem muitas iniciativas que se propõem a transformar o sistema por dentro.” Karinna lembra, por exemplo, do 30% Club, organização global sem fins lucrativos apoiada por empresas líderes e CEOs poderosas que luta pela inclusão de mulheres no corpo diretivo ao redor do globo. Segundo o 30%, a transformação na cultura de uma empresa - e no mundo - só acontecerá quando ao menos 30% de todas as diretorias forem compostas por mulheres.

Parece impossível? “Talvez”, acrescenta Karina. “Mas por muito tempo seria impossível ter mulheres dirigindo empresas. Nos anos 1930 metade da sociedade norte-americana era contrária à ideia de lideranças políticas femininas. Não tínhamos direito de votar, dirigir ou viver sem a permissão do pai e do marido. Para as mulheres dos anos 1960, era impossível encontrar propósito fora do casamento - e aqui estamos. Mulheres incansáveis do passado abriram caminho para nós. Agora é a nossa vez de retribuir - e transformar o jogo para as futuras gerações.”

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