O que fiz?
O tema do post era a "Modernidade Líquida", uma área relativamente pouco conhecida no âmbito corporativo e entre os leitores, talvez, menos aficionados. Só tive o conhecimento dele há poucos meses, quando fiz um curso de coaching e mentoria na FGV.
Continuando, "o que fiz?", perguntei ao "Microsoft Copilot", o assistente virtual de inteligência artificial (IA) da Microsoft.
Então, no texto, o que está em amarelo são as perguntas que fiz e, logo abaixo, está a resposta do "Copilot".
Era minha intenção melhorar e adaptar o texto ao meu gosto e aproveitar as vantagens da IA como base de toda a Internet. Qual não foi a minha surpresa com as respostas do Copilot? Vi um texto finalizado, acabado e completo; ou seja, pronto para ser lido, como irão conhecer!
Realizei poucas modificações específicas e analisei a semelhança, por meio do Word, com textos encontrados na internet. Deu zero por cento de similaridade. Fiquei satisfeito com o post e o assumi como sendo meu. Por que não?
Por honestidade intelectual, estou criando essa introdução ao mesmo tempo em que anuncio a quebra de qualquer preconceito que tivesse, contra a IA e a caracterização de autoria. Se você gosta de escrever, use a IA de acordo com suas próprias ideias.
MODERNIDADE LÍQUIDA
A modernidade
líquida é um conceito cunhado pelo sociólogo Zygmunt Bauman para descrever a era
contemporânea em que vivemos. Na modernidade líquida, tudo é fluido e
constantemente em movimento. As relações sociais, os empregos, as identidades e
até mesmo as certezas de vida estão em constante mutação, como líquidos que mudam
de forma para se adaptar aos recipientes que os contêm.
Esse conceito contrasta com
a modernidade sólida, onde as estruturas sociais são mais
estáveis e previsíveis. A liquidez da modernidade traz consigo uma sensação de
liberdade, mas também de insegurança e incerteza, uma vez que tudo pode mudar a
qualquer momento. Assim, na modernidade líquida, somos desafiados a
constantemente nos reinventar e adaptar para navegar nas águas turvas de um
mundo em perpétua transformação.
Como a
modernidade líquida está modificando o comportamento das pessoas
A modernidade líquida, com suas
constantes mudanças e incertezas, tem um impacto significativo no comportamento
das pessoas. Aqui estão algumas maneiras pelas quais ela está moldando nossas
vidas:
1. Relacionamentos Pessoais: As
relações tendem a ser mais transitórias. com a
flexibilidade e a mobilidade sendo valorizadas, muitas vezes as
conexões são menos profundas e mais temporárias.
2. Identidade
e Autonomia: Há
uma ênfase maior na individualidade e na autorrealização. As pessoas estão
constantemente redefinindo suas identidades e papéis na sociedade, buscando um
equilíbrio entre liberdade pessoal e segurança.
3. Trabalho e
Carreira: O
mercado de trabalho está mais dinâmico e volátil. A estabilidade de
emprego é menos comum, e a gig economy está crescendo. Isso
leva as pessoas a buscarem múltiplas fontes de renda e a desenvolverem
habilidades diversificadas para se adaptarem rapidamente.
4. Consumo e
Cultura: O
consumo é mais voltado para experiências do que para a posse de bens. As
pessoas valorizam mais as experiências únicas e a personalização, influenciando
a maneira como empresas e serviços se posicionam no mercado.
5. Tecnologia
e Conectividade: A
tecnologia desempenha um papel central, conectando pessoas de maneiras nunca
vistas, mas também criando uma sensação de isolamento. A necessidade
de estar constantemente atualizado e conectado pode levar a uma sensação de
ansiedade e pressão social.
Quais as
diferenças básicas entre o mundo lógico e a modernidade líquida?
Essa é uma ótima questão e traz à tona algumas distinções fundamentais entre os dois conceitos:
1. Natureza dos Conceitos:
·
Mundo Lógico: Refere-se a um sistema
ordenado e racional onde as regras e os princípios são claros e bem definidos.
A lógica é aplicada para resolver problemas e tomar decisões com base em dados
objetivos e raciocínio coerente.
· Modernidade Líquida: Descreve um estado social e cultural onde a incerteza, a fluidez e a mudança constante são predominantes. Tudo é transitório e adaptável, desde as relações pessoais até as estruturas sociais e econômicas.
2. Estabilidade vs. Mudança:
·
O Mundo
Lógico: Enfatiza a estabilidade e a consistência. As soluções lógicas são,
por definição, estáveis e replicáveis.
· A Modernidade Líquida: Enfatiza a mudança contínua e a adaptação. As soluções são temporárias e precisam ser constantemente revisadas e ajustadas.
3. Tomada de Decisão:
·
Mundo Lógico: As decisões são baseadas em
uma análise racional e evidências concretas. Existe uma expectativa de
previsibilidade e controle.
· Modernidade Líquida: As decisões são mais frequentemente influenciadas por fatores externos e imprevisíveis. Há uma maior aceitação da incerteza e da improvisação.
4. Relações e Estruturas Sociais:
·
Mundo Lógico: Relacionamentos e estruturas
tendem a ser mais fixos e bem definidos, com papéis claros e expectativas
estabelecidas.
· Modernidade Líquida: Relacionamentos e estruturas são mais fluidos e flexíveis. As expectativas são constantemente renegociadas e os papéis podem mudar rapidamente.
5. Papel da Tecnologia:
·
Mundo Lógico: A tecnologia é vista como uma
ferramenta para resolver problemas de maneira eficiente e sistemática.
·
Modernidade Líquida: A
tecnologia é um catalisador para a mudança constante, conectando pessoas e
ideias de maneiras novas e muitas vezes imprevisíveis.
Essas diferenças refletem como
nossa compreensão e interação com o mundo podem variar drasticamente dependendo
do contexto e dos princípios orientadores.
Quais os setores da sociedade são mais afetados pela modernidade líquida em relação ao mundo lógico?
A modernidade líquida afeta
vários setores da sociedade de maneira significativa. Aqui estão alguns dos
mais impactados:
1. Mercado
de Trabalho: Na modernidade líquida, os empregos são menos estáveis e há
uma ênfase maior em trabalhos temporários e freelancers. As pessoas precisam
ser mais adaptáveis e diversificar suas habilidades para se manterem
relevantes.
2. Educação:
O modelo tradicional de educação, com currículos rígidos e estáticos, está
sendo desafiado. Há uma demanda crescente por aprendizado contínuo e flexível,
com foco em habilidades práticas e adaptáveis.
3. Relações
Pessoais: Os relacionamentos são mais transitórios e menos previsíveis. As
conexões tendem a ser mais fluidas, com menos compromisso a longo prazo e uma
maior ênfase na liberdade individual.
4. Tecnologia
e Comunicação: A rápida evolução tecnológica altera constantemente a
maneira como nos comunicamos e interagimos. As plataformas de mídia social, por
exemplo, influenciam nossas relações sociais e modos de consumir informação de
forma dinâmica e mutável.
5. Economia:
Os mercados são mais voláteis e imprevisíveis, com empresas precisando se
adaptar rapidamente às mudanças. A globalização intensifica essa liquidez,
tornando as barreiras tradicionais entre mercados mais permeáveis.
6. Cultura
e Consumo: O consumo está mais voltado para experiências do que para a
posse de bens. A cultura de consumo é caracterizada pela busca constante por
novidade e personalização.
7. Política
e Governança: A política se torna mais dinâmica e menos previsível. A
confiança nas instituições tradicionais pode diminuir, enquanto movimentos
sociais e mudanças políticas rápidas se tornam mais comuns.
Esses setores mostram como a
modernidade líquida permeia diversos aspectos da vida, criando um ambiente onde
a adaptabilidade e a resiliência são cruciais.
O que é mais chocante para o indivíduo comum ao se
defrontar com a modernidade líquida
Para o indivíduo comum,
deparar-se com a modernidade líquida pode ser uma experiência desorientadora e,
muitas vezes, chocante. Aqui estão alguns aspectos que tendem a ser
particularmente impactantes:
1. Incerteza
Constante: A falta de previsibilidade e a necessidade contínua de adaptação
podem ser extremamente desafiadoras. O ambiente em constante mudança pode gerar
sentimentos de ansiedade e insegurança.
2. Relações
Efêmeras: A transitoriedade das relações pessoais e profissionais pode ser
perturbadora. A ideia de conexões que se formam e se dissolvem rapidamente pode
causar uma sensação de isolamento e falta de profundidade nos vínculos humanos.
3. Identidade
Fluida: A necessidade de redefinir constantemente a própria identidade pode
ser exaustiva. As pessoas podem sentir-se perdidas ou sem um senso claro de si
mesmas em meio às mudanças constantes.
4. Pressão
para se Reinventar: A exigência de se reinventar continuamente para se
manter relevante no mercado de trabalho e na vida social pode ser avassaladora.
A competição intensa e a necessidade de estar sempre atualizado podem gerar
estresse e burnout.
5. Consumo
e Cultura Rápidos: A velocidade com que novas tendências surgem e
desaparecem pode criar uma sensação de superficialidade. A cultura do consumo
rápido pode levar a uma busca incessante por novidades, sem uma verdadeira
satisfação ou significado duradouro.
6. Tecnologia
e Conectividade: Embora a tecnologia conecte pessoas de maneira inédita,
também pode criar uma sensação de pressão constante para estar sempre
disponível e conectado. A sobrecarga de informações e a necessidade de
gerenciar múltiplas plataformas digitais podem ser esmagadoras.
Esses aspectos destacam como a
modernidade líquida desafia nossa percepção de estabilidade e segurança,
exigindo uma adaptabilidade contínua que pode ser tanto empolgante quanto
desgastante.
Em resumo,
como o mundo deve lidar com essa fase de transição entre mundo logico e
modernidade líquida
Lidar com a transição entre o
mundo lógico e a modernidade líquida requer uma abordagem
multifacetada e adaptativa. Aqui estão alguns passos essenciais:
1. Educação
Contínua: Promover o aprendizado contínuo e a adaptação das habilidades.
Instituições educacionais precisam se concentrar em habilidades práticas e
adaptáveis que preparem as pessoas para um mercado de trabalho em constante
mudança.
2. Resiliência
Emocional: Investir na saúde mental e no bem-estar emocional. Ensinar
técnicas de resiliência pode ajudar as pessoas a lidarem com a incerteza e a
pressão.
3. Flexibilidade
nas Políticas: Governos e empresas precisam adotar políticas flexíveis que
permitam rápida adaptação às mudanças. Isso inclui desde regulamentações
laborais até estratégias econômicas.
4. Fortalecimento
das Relações: Incentivar conexões humanas mais profundas e significativas.
Apesar da transitoriedade dos relacionamentos, criar espaços e oportunidades
para interações autênticas é crucial.
5. Inovação
Sustentável: Fomentar a inovação que considera o impacto a longo prazo. A
tecnologia deve ser usada de maneira que beneficie a sociedade de forma
sustentável e ética.
6. Cultura
de Adaptação: Adotar uma mentalidade de adaptação e aceitação da mudança
como parte natural da vida. Promover uma cultura que valorize a flexibilidade e
a abertura a novas ideias e formas de viver.
Esses passos ajudam a criar uma
sociedade mais preparada para navegar a modernidade líquida, equilibrando a
necessidade de estabilidade com a capacidade de se adaptar ao novo.
Modernidade líquida
Zygmunt Bauman, o sociólogo polonês que desenvolveu o conceito de modernidade líquida. |
O conceito de modernidade líquida foi desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. O conceito opõe-se, na obra de Bauman, ao conceito de modernidade sólida, quando as relações eram solidamente estabelecidas, tendendo a serem mais fortes e duradouras.
O que é modernidade líquida?
Bauman definiu como modernidade líquida um período que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial e ficou mais perceptível a partir da década de 1960. Esse sociólogo chamou de modernidade sólida o período anterior.
A modernidade sólida era caracterizada pela rigidez e solidificação das relações humanas, das relações sociais, da ciência e do pensamento. A busca pela verdade era um compromisso sério para os pensadores da modernidade sólida. As relações sociais e familiares eram rígidas e duradouras, e o que se queria era um cuidado com a tradição. Apesar dos aspectos negativos reconhecidos por Bauman da modernidade sólida, o aspecto positivo era a confiança na rigidez das instituições e na solidificação das relações humanas.
A modernidade líquida é totalmente oposta à modernidade sólida e ficou evidente na década de 1960, mas a sua semente estava no início do capitalismo industrial, durante a Revolução Industrial. As relações econômicas ficaram sobrepostas às relações sociais e humanas, e isso abriu espaço para que cada vez mais houvesse uma fragilidade de laço entre pessoas e de pessoas com instituições.
A lógica do consumo entrou no lugar da lógica da moral, assim, as pessoas passaram a ser fortemente analisadas não pelo que elas são, mas pelo que elas compram. A ideia de compra também adentrou nas relações sociais, e as pessoas passaram a comprar afeto e atenção.
Nesse contexto, as instituições ficaram estremecidas. O emprego tornou-se um empreendimento completamente individual no momento em que o indivíduo tornou-se um “empreendedor” de si mesmo. Se alguém não obtém sucesso nessa lógica da modernidade líquida, a responsabilidade é completamente individual.
Assim sendo, a modernidade líquida tem instituições líquidas, pois cada pessoa é uma instituição. A exploração capitalista deixou de ser vista como exploração e passou a ser vista como uma relação natural em que o sujeito, empreendedor de si mesmo, vende a sua força de trabalho ao sujeito empreendedor que possui o capital.
A modernidade líquida é ágil, pois ela acompanha a moda e o pensamento de época. A ciência, a técnica, a educação, a saúde, as relações humanas e tudo mais que foi criado pelo ser humano para compor a sociedade são submetidos à lógica capitalista de consumo.
Veja também: Instituições sociais – corpos sociais que visam à integração dos membros da sociedade
Modernidade líquida e relações humanas
As relações humanas ficaram extremamente abaladas com o surgimento da modernidade líquida. Bauman usa o termo “conexão” para nomear as relações na modernidade líquida no lugar de relacionamento, pois o que se passa a desejar a partir de então é algo que possa ser acumulado em maior número, mas com superficialidade suficiente para se desligar a qualquer momento. A amizade e os relacionamentos amorosos são substituídos por conexões, que, a qualquer momento, podem ser desfeitas.
As redes sociais e a internet serviram de instrumento para a intensificação do que Bauman chamou de amor líquido: a relação pseudoamorosa da modernidade líquida. Não se procura, como na modernidade sólida, uma companhia afetiva e amorosa como era na modernidade sólida, mas se procura uma conexão (que pode ser sexual ou não, sendo que a não sexual substitui o que era a amizade) que resulte em prazer para o indivíduo. O imperativo da modernidade líquida é a busca por prazer a qualquer custo, mesmo que utilizando pessoas como objetos. Aliás, na modernidade líquida, o sujeito torna-se objeto.
As conexões estabelecidas entre pessoas são laços banais e eventuais. As pessoas buscam um número grande de conexões, pois isso se tornou motivo de ostentação. Mais parceiros e parceiras sexuais, mais “amigos” (que, na verdade, não passam, na maioria dos casos, de colegas ou conhecidos), pois quanto mais conexões, mais célebre a pessoa é considerada. Basta fazer uma breve análise das relações sociais em redes sociais como o Facebook: quanto mais “amigos” (que, na verdade, são apenas contatos virtuais) a pessoa tem, mais requisitada ela se torna.
O sexo também se reduziu a mero objeto de prazer. É verdade que, enquanto impulso fisiológico do corpo, o lado animal do ser humano busca o sexo pelo prazer, e não pela reprodução em si. O prazer é uma isca da natureza para atrair o animal para a relação sexual, pois, assim, a natureza consegue que os animais se reproduzam e as espécies sejam mantidas.
O sexo, para as sociedades humanas e na modernidade sólida, deixou de ser somente instrumento de prazer e foi considerado mais que somente meio de reprodução. O sexo passou a ser visto como compartilhamento de emoções, de amor, símbolo de confiança entre duas pessoas. Na modernidade líquida, o sexo é mero instrumento de prazer e não deve ser medido qualitativamente, mas quantitativamente: quanto mais frequente e com o maior número de pessoas possíveis, melhor. Quanto menor o vínculo entre parceiros sexuais, melhor.
Modernidade líquida e consumismo
O consumo tornou-se um imperativo na modernidade líquida. Criou-se todo um aparato para que o capitalismo consiga progredir desenfreadamente por meio do consumo irracional. Para além do que o filósofo e sociólogo alemão Karl Marx observou em sua época, um fetiche pelo consumo, criou-se um fetiche pelas marcas, deixando de importar o produto em si, mas a sua fabricante e o seu preço.
Consumo sempre foi sinônimo de status, mas, na modernidade líquida, o consumo e o status são expressivamente dotados de uma carga simbólica muito mais intensa do que era na modernidade sólida. O sujeito é objetificado pelo capitalismo, tornando-se apenas o que ele consome, e não mais o que ele é. Na lógica da modernidade líquida, o sujeito é aquilo que ele consome.
O modo pelo qual o capitalismo consegue efetuar essa mudança de perspectiva é pela promessa de felicidade: os sujeitos estão cada vez mais ansiosos, tristes e sobrecarregados. Associa-se então o prazer momentâneo oferecido pelo consumo à felicidade. Como esse prazer é rapidamente passageiro, o sujeito sente a necessidade de buscá-lo constantemente, na tentativa de alcançar a felicidade.
Leia também: Cultura de massa – uma vitrine que incentiva o consumismo
Zygmunt Bauman e a modernidade líquida
Bauman nasceu na Polônia, em 1925, em uma família judia. Em 1939, a sua família fugiu da Polônia para a União Soviética por causa da invasão e anexação do território polonês pelos nazistas. Durante todo o período da Segunda Guerra Mundial, Bauman viveu na Polônia e chegou a trabalhar para o serviço secreto polonês, controlado pelo exército soviético.
Continuou como membro do exército polonês até 1954, quando foi demitido em razão de uma aproximação de seu pai com a embaixada israelense com vistas a conseguir um visto para Israel. Como havia uma restrição dos comunistas com o sionismo judeu, o exército polonês demitiu Bauman. O governo polonês era de orientação socialista soviética após o fim da guerra.
Em 1954, Bauman resolveu cursar seu mestrado em Sociologia, dando continuidade à sua graduação. No mesmo ano, tornou-se professor assistente na Universidade de Varsóvia. Nessa instituição, o sociólogo iniciou uma carreira que seria, mais tarde, promissora no campo da produção intelectual contemporânea.
Em 1968, pressões políticas conduzidas por um ato chamado de “expurgo” levaram à saída de vários judeus comunistas da Polônia. Nessa época, Bauman foi demitido da Universidade de Varsóvia e foi exilado da Polônia. Durante um tempo, o sociólogo viveu em Israel e lecionou na Universidade de Tel Aviv.
Em 1971, a sua carreira acadêmica cresceu exponencialmente, pois Bauman recebeu um convite para lecionar na Universidade de Leeds, na Inglaterra. Sua pesquisa social e política começou a produzir grandes frutos, que resultaram em livros que passaram a ser difundidos no mundo todo.
Foi nesse período também que Bauman começou a analisar os efeitos da globalização e da modificação das relações sociais e políticas após o fim da Segunda Guerra Mundial. Estava aqui plantado o gérmen do que viria a ser o conceito de modernidade líquida, que surgiria com força e distinção na obra de Bauman em 1990.
Bauman era um estudioso da chamada pós-modernidade. A Filosofia e a Sociologia contemporâneas convencionaram chamar o período contemporâneo, que se iniciou na década de 1960, de pós-modernidade ou pós-modernismo.
Um grupo de pensadores e filósofos intelectualmente filiados a uma corrente intelectual chamada de pós-estruturalismo enxergavam o pensamento de uma maneira diferente das tradicionais filosofias de tradição moderna. Entre esses pensadores, estavam os filósofos franceses Michel Foucault, Gilles Deleuze, Guy Debord e Jean-François Lyiotard. O grande público e os círculos intelectuais europeus tradicionais começaram a ver o trabalho de Bauman como uma obra “pós-moderna”, sendo que o que Bauman fazia era apresentar uma perspectiva crítica à pós-modernidade.
Em primeiro lugar, Bauman percebeu que a nova época vivida não era uma cisão com a modernidade, portanto não era algo que vinha após a modernidade, mas uma continuação da modernidade traçada de maneira diferente. Por isso, o sociólogo deu a esse tempo o título de modernidade líquida. Em segundo lugar, o termo surgiu para que Bauman não fosse associado a algo que ele queria criticar, ou seja, para que ele não fosse mais chamado de pós-moderno, mas fosse reconhecido como um crítico da pós-modernidade.
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