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sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Vícios de Linguagem... Você os tem! Vamos falar sobre eles?





O "vício de linguagem" é um grande inimigo dos executivos - seja da administração pública (principalmente) ou privada - que precisam se expressar em público, dar entrevistas ou outras atividades similares. Não sei por que a Oficina de Gerência nunca incluiu o assunto na tag "Dicas de Português".

Por experiência própria, posso dizer que muitas vezes, ao rever minhas próprias falas em eventos diversos, fiquei envergonhado pelos meus vícios. Amigos me chamavam atenção, eu percebia enquanto falava, mas não conseguia evitar.

Assim como qualquer vício, é difícil desvincular-nos dele. A maior ameaça dos vícios de linguagem é se tornar parte da cultura dos seus portadores. A primeira coisa a ser feita por quem os tem é reconhecer que os tem. E, detalhe, todos temos.

Assim sendo, em especial para aqueles executivos que utilizam a linguagem como ferramenta de trabalho, sugiro que seja a preocupação de todos os indivíduos que lidam com outras pessoas, independentemente de suas atividades serem públicas.

Coloquei, no post, iniciei com um vídeo — excelente — da professora Camila Loiola do canal "Cá me Disse" no YouTube. Neste vídeo, inclusive, a professora dá dicas de como evitar os vícios ou substituí-los por expressões apropriadas

Em seguida, para quem queira conhecer mais do tema, trouxe um artigo do site "Mundo Educação", que é bem completo.

Para finalizar, indiquei no post três links que abordam os vícios de linguagem.


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O que são vícios de linguagem?

Vícios de linguagem são expressões ou construções linguísticas que contrariam a norma culta. Tais desvios das regras gramaticais ocorrem devido à desatenção ou ao desconhecimento por parte do enunciador, durante a fala ou a escrita. Assim, a tendência dos usuários de uma língua em repetir esses erros sugere um comportamento vicioso.

Classificação dos vícios de linguagem

  • Ambiguidade ou anfibologia

Duplo sentido não intencional.

Exemplos:

  • Venceram os brasileiros os argentinos.
    (Quem venceu quem?)

  • Lindalva, vi a Neide no shopping com sua irmã.
    (Irmã da Lindalva ou da Neide?)

  • Barbarismo

Uso incorreto de um termo devido à pronúncia, à escrita ou ao significado.

Exemplos:

  • Quem não tem probrema, é porque já morreu.
    (Uso incorreto da palavra “problema”.)

  • Muita gente não gosta de uva paça no arroz.
    (Escrita incorreta do termo “passa”.)

  • Ele comprou uma dúzia de ovos [ôvos].
    (A pronúncia correta da palavra “ovos” é “óvos”, com a vogal “o” aberta.)

  • infração só faz aumentar, e meu dinheiro já não está valendo nada.
    (Nesse caso, o enunciador tencionava utilizar a palavra “inflação”, pois “infração” é o mesmo que “violação” de lei, regra etc.)

Leia também: Paronímia – relação de semelhança de forma entre palavras

  • Cacofonia ou cacófato

Aproximação entre palavras que gera um som desagradável ou um vocábulo com sentido ridículo ou obsceno.

Exemplos:

  • Ué, a Júlia estava aqui perto de mim! Cadê ela, gente!
    (Cadê ela = cadela)

  • Você disse que me ama? Mentirosa! Não ama nada!
    (Ama nada = a manada)

  • Estrangeirismo

Uso de palavra ou estrutura de uma língua estrangeira, quando já existe uma forma equivalente em português.

Exemplos:

  • Fiquei chocada quando a vi em um outdoor.
    (Outdoor = cartaz)

  • Dizem que Jorge é um gentleman.
    (Gentleman = cavalheiro)

  • Ele se hospedou no Luxuoso Hotel.
    (O nome do hotel é “Luxuoso”, portanto, o mais adequado seria “Hotel Luxuoso”. Assim, nesse caso, colocar um adjetivo antes de um substantivo é uma estrutura sintática comum à língua inglesa.)

  • Hiato

Repetição de vogais idênticas.

Exemplo:

  • Hoje voolhar filho do Osvaldo.
    (Repetição da vogal “o”)

  • Colisão

Repetição de consoantes idênticas ou semelhantes.

Exemplo:

  • Não quero que você queira quem não te quer.
    (Repetição da consoante “q”)

  • Eco

Ocorrência não intencional de rima.

Exemplo:

  • Na verdade, a maioridade traz responsabilidade e não liberdade ao cidadão.(Repetição de “-dade”)

  • Pleonasmo

Uso desnecessário de uma expressão.

Exemplos:

  • Ele estava muito irritado quando entrou para dentro de casa.
    (Não se entra para fora.)

  • Rita assistiu apenas às aulas vespertinas da tarde.
    (A palavra “vespertinas” já indica que é à tarde.)

  • Solecismo

Inadequação sintática referente à:

→ concordância:

  • O motorista disse que só falta três passageiros.
    (O motorista disse que só faltam três passageiros.)

→ regência:

  • Amanhã, vou chegar na casa da minha avó lá pelas sete da noite.
    (Amanhã, vou chegar à casa da minha avó lá pelas sete da noite.)

→ colocação:

  • Meus pais preocuparão-se comigo se eu não ligar agora para eles.
    (Meus pais preocupar-se-ão comigo se eu não ligar agora para eles.)

Atenção! Alguns estudiosos consideram que a mesóclise é um arcaísmo, apesar de ser gramaticalmente aceita. Assim, observamos uma tendência, no português brasileiro, em colocar o pronome antes do verbo: “se preocuparão”.



  • Preciosismo

Usar uma linguagem rebuscada, afetada e artificial.

Exemplo:

  • Tais acontecimentos pretéritos não impediram que o colóquio entre os amantes fosse perpetrado.
    (Pretéritos = passados; colóquio = conversa; perpetrado = realizado.)

  • Plebeísmo

Uso de expressões populares ou gírias.

  • Esse cara chegou aqui ontem e já acha que pode opinar sobre o funcionamento do armazém.
    (Cara = indivíduo)

  • Você foi embora e me deixou aqui com este abacaxi.
    (Abacaxi = algo difícil)

  • Arcaísmo

Utilização de estruturas ou expressões em desuso na língua portuguesa.

  • Todas podem, outrossim, prestar uma queixa formal.
    (Outrossim = também)

  • boticário me indicou esta pomada, mas ela não fez efeito.
    (Boticário = farmacêutico)

  • Parequema

Aproximação de sons idênticos ou parecidos entre as sílabas de duas palavras.

  • Fazia pouco caso de mim só porque eu não tinha um diploma.

  • Quando eu terminar esta tarefa, vou brincar com o Augusto.

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