Trata-se de uma carta de ninguém mais, ninguém menos do que Leonardo da Vinci pedindo um trabalho, um emprego a um dos homens mais poderosos da sua época, Ludovico Sforza, que era um grande mecenas no período da Renascença.
Vejamos a seguir, a introdução ao artigo da Business Insider (texto traduzido, via Google) sobre a motivação de Leonardo para escrever sua carta:
"Até mesmo um homem da Renascença está ocasionalmente em busca de emprego.
Esse foi o caso na década de 1480, quando um jovem Leonardo da Vinci estava chegando a Florença.
Nascido como filho humilde de um tabelião, da Vinci não pôde ingressar nas "profissões superiores" da cidade, como advogado ou estadista. Em vez disso, seu destino era o de um artesão - um pintor, para ser exato.
Sob a tutela de Verrochio, um artista e ourives consagrado, da Vinci aprimorou os poderes de observação que impulsionariam sua ilustre carreira.
Mas Florença, ele percebeu, estava lotada de artistas. Se Da Vinci quisesse fazer um nome para si mesmo, ele teria que tentar outra cidade.
Então ele voltou sua atenção para Milão, então governada por Ludovico Sforza, que esperava fazer de Milão uma capital cultural a par de Florença e Veneza. Ele também tinha o hábito de entrar em guerras, como acontecia antigamente.
Da Vinci se inscreveu para trabalhar para ele e, conhecendo a inclinação de seu potencial patrono para a guerra, escreveu uma carta de apresentação se posicionando como engenheiro militar. Como fazem as melhores cartas de apresentação, adaptou sua história de carreira às necessidades de seu empregador."
A famosa carta, pouco conhecida entre as histórias que cercam a prodigiosa vida de Da Vinci, é também considerada o primeiro currículo profissional conhecido na história; e é um currículo mesmo! Verifique com seus próprios olhos. Ah! Da Vinci conseguiu o "emprego" e viveu em Milão, sob a proteção de Sforza entre 1508 e 1573.
Boa leitura.
Clique aqui e visite a home page |
A carta de Da Vinci |
Por Redação Administradores |
Confira a carta escrita por Leonardo da Vinci em 1480 para conseguir um emprego
Até um gênio da Renascença
precisou procurar emprego um dia. Em 1480, um jovem Leonardo da Vinci estava
fugindo de Florença, na Itália, lugar que já estava cheio daqueles que
compartilhavam de sua profissão: artista. Indo para Milão, na época governada por
Ludovico Sforza (que buscava aumentar o nível cultural da cidade em comparação
com Florença e Veneza), Da Vinci logo pensou em trabalhar para ele.
Sabendo da predileção de Sforza por guerras, Leonardo fez o que qualquer pessoa inteligente faria: utilizou o conhecimento que tinha para propor invenções bélicas, ou seja, adequando seus conhecimentos para a necessidade do empregador.
Confira na íntegra a carta que ele escreveu, em tradução livre do original:
Meu ilustríssimo senhor
Tendo agora visto o suficiente e
considerado os feitos de todos que se consideram mestres da criação de
instrumentos bélicos, e tendo notado que a criação e utilização de tais
instrumentos não possuem diferenças para aqueles de uso comum, eu me proponho,
sem querer tirar o crédito dos outros, a me fazer ser entendido por Vossa
Excelência para poder, assim, revelar meus segredos e oferecê-los ao seu
completo dispor, e, no momento certo, trazer, de forma completamente funcional
e efetiva, todas as coisas que descrevo brevemente aqui a seguir:
1 – Eu possuo planos para pontes leves, fortes e portáteis, que serviriam para seguir e, em algumas ocasiões, fugir dos inimigos, e outras, resistentes e indestrutíveis, seja por fogo ou em batalha, fácil e conveniente para levantar e mudar de posição. Também possuo planos capazes de queimar e destruir as pontes inimigas.
Leonardo e sua carta |
2 – Eu sei como remover água de diques e fossos e como produzir um número infinito de pontes, escudos gigantes, escadas e outros instrumentos necessários para tal empreitada.
3 – Em caso da impossibilidade
de, durante a realização do sitiamento de um terreno, procedê-lo com um ataque
por causa da inclinação ou das dificuldades de posicionamento e locação, eu
possuo métodos de destruir qualquer fortaleza ou outra construção, a não ser
que tenha sido criada sobre uma pedra.
4 – Eu também possuo tipos de
canhões mais convenientes e portáteis, com os quais é possível atirar pequenas
pedras como uma chuva de granizo; e a fumaça dos canhões instalará grande medo,
além dos graves danos e confusão.
publicidade
5 – Além disso, tenho meios de
chegar a um lugar designado previamente através de minas e passagens
subterrâneas secretas, construídas sem nenhum barulho, mesmo que seja
necessário passar por debaixo de diques, poços ou rios.
6 – Também farei veículos
cobertos, seguros e inatacáveis, que irão penetrar as forças inimigas e suas
artilharias, e não existe nenhum exército de homens armados que meus veículos
não atravessariam. E, atrás deles, a infantaria andaria sem nenhum dano ou
bloqueio.
7 – Também, em caso de
necessidade, eu farei canhões, mísseis e morteiros com designs bonitos e
funcionais, que são bem diferentes do comum.
publicidade
8 – Onde o uso de canhões for
impossível, eu criarei catapultas, manganelas e outros instrumentos de
eficiência sensacional que poucas pessoas usam. Resumindo, de acordo com o que
as circunstâncias pedem, eu farei infinitos itens para ataque e defesa.
9 – E em caso de batalhas
marítimas, eu possuo exemplos de diversos instrumentos que são perfeitamente
utilizáveis tanto para ataque ou defesa, além de embarcações que irão resistir
ao fogo dos mais pesados canhões.
Fac-símile da carta de Da Vinci |
10 – Em tempos de paz, eu acredito que posso realizar um magnífico trabalho em qualquer outro campo da arquitetura, como a construção de prédios públicos ou privados e a transição de grandes quantidades de água de um lugar para outro.
Eu também posso executar
esculturas em mármore, bronze e argila. Da mesma forma, posso executar qualquer
pintura, com capacidade de desenhar tudo tão bem quanto qualquer outro, seja
ele quem for.
Em meu trabalho, posso me
comprometer com cavalos de bronze, que serviriam para imortalizar e eternizar a
glória e a honra da auspiciosa memória de vosso pai, e a ilustre casa de
Sforza.
E caso qualquer um dos pontos
acimas pareçam impossíveis ou impraticáveis, eu estou mais do que disposto em demonstrá-los em qualquer lugar que agrade Vossa Excelência, para quem eu me
recomendo com toda humildade possível.
Com informações do Business Insider.
Recomendo uma leitura complementar sobre a "carta de Da Vinci". É um artigo publicado no site da revista "Negócios" sob o título ''Três lições do primeiro currículo do mundo, de Leonardo da Vinci '' (clique aqui).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Convido você, caro leitor, a se manifestar sobre os assuntos postados na Oficina de Gerência. Sua participação me incentiva e provoca. Obrigado.