Na edição 2758 da Revista Veja, nº 39
de 6 de abril de 2021 - capa ao lado - está um artigo, na seção "Carta ao
Leitor" com o título de "A Derrota da Inteligência".
Só pelo título, provocativo, bateu a curiosidade de ler.
Na
verdade, o texto promove um livro, que
acaba de ser lançado em português, do neurocientista francês Michel Desmurget, sob o título "A
Fábrica de Cretinos Digitais".
No
seu livro o autor, propõe uma nova e preocupante descoberta:
pela primeira vez na história, os jovens têm Q.I. mais baixos que os de seus
pais. Espanto geral na área da neurociência! Afinal de contas o famoso QI
(quociente de inteligência) - do qual se esperava, sempre, uma mensuração
crescente dos resultados nos testes (Efeito Flinn), andou para trás pela primeira vez na história.
No seu livro, Desmurget procura as explicações e hipóteses,
que vão desde a poluição excessiva com exposição constante e crescente do
pesticidas até o excessivo tempo em que os jovens ficam
"grudados" às telas digitais". A respeito, resgato um trecho do
artigo da Veja: "Olhos grudados em smartphones, computadores e
televisores, tem prejudicado o desenvolvimento cognitivo. A vastidão de redes
sociais, de imagens instantâneas, rouba o tempo de leitura, de concentração e
de melhor compreensão das coisas da vida.
Outra e surpreendente "descoberta"
de Desmurget é o efeito da polarização política no mundo e notadamente no
Brasil. "A rigidez ideológica embota o raciocínio, faz tudo ser
branco ou preto, alheio à imensidão de cinzas entre uma ponta e a outra do
espectro de tonalidades."
Isso nós estamos vivendo mesmo no Brasil. Esses
antagonismos e desinteligências entre grupos - principalmente de
jovens - leva a um embotamento de raciocínio, da preguiça mental que
evita o debate e o livre pensar.
Olhando por esse lado, realmente há um prejuízo
brutal para um avanço dos conceitos que compõem o QI (clique aqui e conheça mais) e quando e se
tiver tempo faça um teste para medir o seu QI clicando aqui.
Os exemplos estão à vista. Nós é que nos recusamos
a observar. Que tipo de obras artísticas (pinturas, músicas, teatro, cinema e
outras) estamos consumindo se comparadas àquelas dos "velhos e bons
tempos".
Outro dia mesmo, conversando em família, comentamos
que nas novelas e filmes brasileiros os temas musicais são (quase)
invariavelmente compostos de músicas antigas. É raro surgir uma canção
romântica que chegue a ser sucesso daqueles como nos tempos de
Roberto Carlos, Rita Lee, Caetano Veloso e tantos outros.
Hoje o que está "bombando" são coisas do
Tik Tok, influencers do YouTube, imagens do Instagram ou coisas escritas no
Twitter. É ou não é um retrocesso cultural disfarçado de modernidade e outros
rótulos.
Leia o artigo da Veja e chegue você mesmo a uma
conclusão.
"A humanidade sempre buscou medir a inteligência dos cidadãos — e, a partir dos dados obtidos, adequar a educação de crianças e adultos e aprimorar a produtividade no mercado de trabalho. Houve imensa controvérsia em torno dos métodos de aferição intelectual, muitas vezes acusados de discriminatórios, mas desde o início do século XX o teste de Q.I. (quociente de inteligência) é sobejamente aceito entre educadores e psicólogos. Intuía-se que, de geração para geração, haveria natural melhora nos resultados. Em 1984, o psicólogo americano James Flynn (1934-2020) identificou um aumento constante na média de acertos nas provas de Q.I. em todo o mundo. Sua descoberta passou a ser conhecida como “efeito Flynn”, atrelado, muito possivelmente, a nutrição mais adequada, avanços da medicina, educação aperfeiçoada e ambientes mais estimulantes. A má surpresa, agora: em um livro de sucesso na Europa,
A Fábrica de Cretinos Digitais, que acaba de ser lançado em português, o neurocientista francês Michel Desmurget fez uma nova e preocupante descoberta: pela primeira vez na história, os jovens têm Q.I. mais baixo que o de seus pais.
Há uma gama de hipóteses ao redor do fenômeno. A poluição, com exagerada exposição a pesticidas, é uma delas. Mas Desmurget desconfia, a partir da compilação de centenas de estudos, que o excessivo tempo de tela, de olhos grudados em smartphones, computadores e televisores, tem prejudicado o desenvolvimento cognitivo. A vastidão de redes sociais, de imagens instantâneas, rouba o tempo de leitura, de concentração e de melhor compreensão das coisas da vida. As reações, hoje, têm muito mais a ver com as emoções do que com a razão — embora não se deva, de modo algum, rechaçar os avanços da civilização promovidos pela internet. A questão são os exageros.
Um outro fermento para essa sensação de freada intelectual, de alijamento da realidade, é a polarização política, da qual o Brasil e o mundo parecem não conseguir escapar. A rigidez ideológica embota o raciocínio, faz tudo ser branco ou preto, alheio à imensidão de cinzas entre uma ponta e a outra do espectro de tonalidades. Há saída, evidentemente, e ela passa por um freio de arrumação, pela necessidade de pararmos para pensar — eis aí um conselho francamente óbvio. É o caso de ler mais, de procurar conhecer com alguma profundidade as movimentações da sociedade. É essa postura, a de permanente busca pelo que existe abaixo da superfície, que fez o ser humano construir belezas como o Réquiem, de Mozart, a Capela Sistina, de Michelangelo, aMona Lisa, de Leonardo da Vinci, e o Guernica, de Picasso. O avesso disso, no caminho das trevas e das decisões mercuriais, resultou em atrocidades como as grandes guerras, o terrorismo e os regimes ditatoriais. É fundamental escapar dessa armadilha"
Chefe Drummond, parabéns pelos posts incríveis, aqui trazidos.
ResponderExcluirQuanto a matéria,supor que o "homem" estará sempre avançando e rumando para uma evolução ideal, é um equívoco. Nesses períodos de baixa autoestima, como encontrar motivação para continuar em busca de melhores perspectivas.
Somos hoje quase 8 bilhões de humanos, e a grande maioria trabalham tresloucadamente em suas rotinas diárias! Iremos evoluir, mas não como os pensadores desejam! Um forte abraço! Ricardo
Caríssimo Ricardo. Primeiramente quero agradecer suas visitas, elogio e comentários aqui na Oficina de Gerência.
ExcluirSobre seu comentário tendo a concordar com você tendo em vista o momento em que o nosso planeta atravessa. São tempos conturbados em todos os segmentos da participação humana. Todavia, sou um otimista por natureza e prefiro acreditar que a humanidade avança sempre; às vezes mais devagar do que se espera, às vezes mais acelerado. Mas avançando. Acontece que as coisas ruins são mais ruidosas do que as boas e daí a impressão que estamos caminhando para trás.
Não perca a esperança.
Grande abraço com muitas saudades dos velhos tempos.
Volte sempre.