Home Office não é uma onda. É o novo paradigma.
(autor Herbert Drummond - Oficina de Gerência)
Quando me dispus a produzir este post
sobre o Home Office (HO) projetei o texto para
abordar vantagens, desvantagens e tecer considerações gerais sobre essa “nova” metodologia
de trabalho em alta no mercado de trabalho brasileiro. Quando comecei a pesquisar no Google me
assustei de cara. Apareceu um mundo de links sobre o tema (6.650.000.000). Se precisar saber um pouco mais sobre as origens do HO clique aqui.
Vou iniciar dizendo que, o Home Office –
como está sendo visto hoje em dia - é muito mais que uma mera ferramenta ou um
recurso para se trabalhar, basicamente, em casa. Vou afirmar que o Home Office está se impondo como um novo
paradigma no universo corporativo.
Atenção, não estou chamando o Home Office
de novo. Ele não é, como todos sabemos. O que é novo é a “descoberta” de que
ele funciona e muito bem, na emergência laboral
criada pelas limitações da pandemia, nos ambientes coletivos das empresas
e repartições. Me ocorreu que esse acontecimento lembra muito o início do uso
dos computadores nas organizações. Quem viveu lembrará.
Exatamente pela aceitação - no início forçada, mas atualmente com assentimento - do HO pela maior parte das empresas que o adotaram e pelos empregados, parto do princípio de que o HO veio para ficar. E
não vou aqui dizer em quais ou tais tipos de serviço ele pode ser eficiente ou
eficaz. Vamos pular esse capítulo.
Não seria
exagero dizer que o Home Office, tornou-se, rapidamente, um fenômeno. Para usar uma linguagem
bem popular, viralizou. Agora, o que o mundo da administração está fazendo é
procurar torná-lo definitivo e cotidiano, costumeiro e regular.
Vamos então procurar as vantagens e
desvantagens; considerar as orientações, conselhos, sugestões e referências que
estão sendo colocadas pelos experts e consultores sobre
essa “nova” estrela dos palcos institucionais.
Comecemos pelas considerações gerais que
garimpei nas minhas fontes sobre o Home Office:
- “O trabalho remoto é um aprendizado e uma construção que pode levar um certo tempo, muita disciplina e experiências do tipo “tentativa e erro”.
- “Mas será que trabalhar em Home Office vale a pena? Levar trabalho para casa era ( e ainda é) um "pecado doméstico". Muitos acreditam que nossa casa foi feita para inúmeras coisas, exceto trabalhar. Seria verdade?”
- "Muita gente acha que trabalhar em home office significa poder dormir até onze horas da manhã, passear no shopping quando bem entender, beber a cervejinha com os amigos no meio tarde e então, trabalhar quando sobrar um tempinho."
- "Para funcionar com produtividade o home office exige um enorme autocontrole e uma dose extra de disciplina com foco nas seguintes situações:
- Lidar com a família para evitar conflitos e dores de cabeça;
- Fugir das tentações como geladeira e TV a poucos passos de distância;
- Saber a hora de começar e terminar o expediente;
- Organizar o espaço e o ambiente de trabalho;
- Gerenciar o andamento das tarefas para não perder prazos;
Vamos resumir o que está sendo apontado no mercado como vantagens e desvantagens de ter o home office como método de trabalho para empregados e empresas:
VANTAGENS
Pessoais e familiares (para os empregados):
- Maior independência com os horários;
- Redução de estresse decorrente do trânsito e, por exemplo, o convívio direto com algumas pessoas difíceis do escritório;
- Alimentação mais saudável; fim das marmitas ou do “bandejão” na empresa.
- Possibilidade de mudança de cidade, na mesma empresa
- Ganho de produtividade pela redução dos “ladrões de tempo” no ambiente presencial.
Profissionais (para os autônomos e pequenos empresários):
- Maior liberdade profissional para poder expandir conhecimentos profissionais, na direção que desejar, sem ficar enquadrado só nas habilidades requisitadas pelo seu empregador;
- Privacidade, desde que planejada;
- Redução de custos (aluguel, transporte, refeição e infraestrutura básica);
- Facilidade para obter franquias que não exijam pontos comerciais;
- Poder trabalhar nos períodos mais produtivos de seu relógio biológico;
- Atendimento 24 horas ao cliente;
DESVANTAGENS
Pessoais e familiares
- Perda da privacidade, como, p.e., ser chamado a qualquer instante para assuntos familiares;
- Possibilidade de excesso de carga de trabalho pelo perigo de misturar as coisas e acumular preocupações da atividade profissional e da casa ao mesmo tempo;
- Tendência ao isolamento social do tipo, virar “bicho do mato”.
- Algumas ferramentas do RH terão que ser reajustadas pela falta das presenças físicas dos empregados.
Profissionais (para autônomos e pequenos/micro empresários)
- Falta de atualização profissional em processos gerenciais – treinamento e troca de experiências pessoais no escritório da empresa (dicas ou ideias);
- Difícil substituição em caso de necessidade (doença, p.e.);
- Preconceito no mercado formal, em caso de empresa não registrada;
- Dificuldade de obtenção de créditos (empresa informal)
- Necessidade regular de upgrade em equipamentos de informática (ausência de TI)
- A falta presencial das equipes, para as posições de chefia, aumenta a dificuldade das funções de coordenação . As ordens passam a ser escritas ou comunicadas por videoconferências.
Para as empresas de maior porte
- Dificuldade de comunicação para compreensão dos home officers, das determinações superiores;
- Dificuldade de exercer atividades de controle e supervisão;
- Falta imediata de estrutura para atender ao trabalho remoto obrigando as empresas a improvisar a solução para os problemas de TI, transferência de equipamentos e móveis e outras providências.
- Nos contratos de terceirização que implicam em fornecimento de de bens (computadores, laptops, notebooks, mobiliário) terão de ser ajustados os objetos da contratação.'
Afora estas listagens que são clichês, na
maioria, faz-se necessário que sejam feitas algumas reflexões e considerações
sobre tudo que pude interpretar do material que pesquisei:
- O Home Office fez aparecer um novo mercado de trabalho no mundo corporativo. São perceptíveis sinais de todos os movimentos que um novo paradigma provoca em ambiente tão complexo e denso como é o das organizações. Assim, já estão em oferta no mercado os livros, palestras, cursos, consultorias, vídeos, terceirizações, equipamentos especializados e tudo o mais que se pensar, para amparar as demandas sobre o HO que estão acontecendo e sendo criadas.
- Os gestores e líderes cujos segmentos estejam adotando o Home, terão que ajustar seus estilos gerenciais e fazer revisões nos seus valores comportamentais. Muda tudo. O sistema anterior será engolido. O que sobrar vai desaparecer em pouco tempo.
- Vamos pensar em lideranças remotas para equipes remotas. Como será? Por exemplo, aqueles executivos que demandam assessores e auxiliares em tempo integral e para tudo. Ou que não respeitam os tempos e espaços de suas equipes? Outro dia mesmo tive notícias de um diretor que convocou seus assessores para uma “reunião virtual às 20:00 (!!!).
- Prevejo uma tendência de colegas de salas criarem “home-offices” fora de casa. Perfeitamente possível. Sairão de casa para um ambiente externo onde poderão realizar trabalhos em computadores e ao mesmo tempo desfrutar de um “protótipo” do seu antigo ambiente. As próprias empresas deverão criar "escritórios de home office"; acho até que já estão ensaiando essa possibilidade com algo na linha de um coworking.
- Haverá uma renovação natural nos escritórios tradicionais das organizações. Aqueles que se adaptarem ao sistema Home Office - e por adaptar quero dizer mantenham a produtividade - vão se manter nos seus empregos. Os demais ou serão ajustados em outros trabalhos de menor importância, ou serão dispensados. Ou seja, ser um “Home Officer” será uma competência muito valorizada.
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- Com a volta gradual dos empregados às suas bases - pandemia em queda - vai, logo no início, diminuir o percentual do trabalho remoto pela exigência das empresas em ter seus funcionários "sob controle". Acho, entretanto, que é um movimento mecânico das estruturas administrativas clássicas e convencionais. Rapidamente aquelas mais ágeis se adaptarão para colocar sua força de trabalho para operar remotamente.
- As estruturas da Administração Pública de todos os níveis, com as exceções que confirmam a regra, deverão perder a oportunidade de aproveitar essa "onda" do home office. A própria natureza dessas instituições não lhes dá espaço para inovações dessa ordem. É uma pena, pois o Estado ganharia muito se conseguisse trabalhar com esse objetivo. Faço votos que vá nessa direção.
- Deixo de me debruçar sobre as vantagens que a prática do home office trará para as empresas e instituições e para outro setores da sociedade. Apenas para ilustrar posso citar a economia nos contratos administrativo (combustível, papelada, uso de ferramentas de apoio como impressoras, telefones, serviços terceirizados...)
- Algo que deve ser contabilizado é a economia dos espaços internos das empresas. Em alguns casos com melhoria expressiva de layouts abrindo novas perspectivas de expansão para as empresas.
Recomendo, principalmente aos jovens
caminhantes da estrada corporativa, que se dediquem fortemente a aprimorar e
ajustar suas habilidades, conhecimentos, know-how e capacitações a essa nova
competência que será, doravante, exigida nos cotidianos de suas organizações.
Espero que possa haver auxiliado o leitor que ainda não estiver familiarizado com essa estridente novidade – Home Office - do já denominado “Novo Normal” do mundo corporativo.
Abaixo a lista dos sites que foram minha fontes de consulta e cujos conteúdos estão distribuídos no corpo do texto. Sugiro que, independentemente do post, o leitor visite estas páginas. Clique diretamente sobre o link .
Texto direto e objetivo. Parabéns!
ResponderExcluirTexto sucinto, esclarecedor , direto ao ponto. Assunto que com certeza vai emergir com muita força.Acredito na mudança de Paradigma. Apesar de não ser um assunto novo como observado,por aqui ainda estava patinando,mas os mais jovens que se preparem, veio para ficar. Parabéns, pelas observações e clareza.
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