Nos primeiros anos da
Oficina de Gerência, entre os consultores que mais me apoiei foi o Dr. Eugen
Pfister. Aprendi muito com ele e publiquei vários dos seus artigos.
Depois que dei um tempo no
blog perdemos o contato. Com a volta às minhas atividades de blogueiro e
"passeando" pelos arquivos da Oficina, me deparei com o artigo que
escolhi para relembrar do Pfister.
O título do texto por si só já é provocativo: "Competir
não é pecado". Foi escrito tempos atrás, mas como todo bom pensador os
textos do Eugen Pfister não perdem a atualidade. Esse não foge à regra.
Trata da competição -
saudável - que existe e deve existir no universo corporativo, tal como acontece
em quaisquer outras organizações mundo afora. Até nas famílias.
No estilo direto e
simples, mas colorido com sua experiência o autor faz uma abordagem que merece
ser conhecida por aqueles que, como gosto de me referir, são os habitantes das
selvas corporativas. Confiram por favor.
Ah! As informações
sobre o autor estão no final do post
COMPETIR NÃO É PECADO
Você disputou ou está
disputando uma promoção com um colega e se sente culpado? Antes de pedir
desculpas, convido-o a ler o texto que segue...
As interações humanas e sociais
obedecem a cinco padrões recorrentes: cooperação, conflito, competição,
evasão e isolamento.
As fronteiras, contudo, nem
sempre são rígidas e os processos se intercalam. No texto deixamos de lado o
fenômeno do isolamento por ser raro e de vida curta.
A guerra, por exemplo, envolve
de um lado conflito armado contra o inimigo e, de outro lado, cooperação
(trabalho e espírito de equipe) com os aliados em face de um adversário comum. Às
vezes, conflitos só são deflagrados quando uma ou ambas as partes
têm quem coopere com elas.
Um conflito nem sempre se
caracteriza pela agressão ou eliminação física do oponente. Nações,
organizações e indivíduos podem enfrentar-se moral, psicológica,
legal ou economicamente.
Já a competição representa uma
versão civilizada, racional e atenuada de resolver diferenças interpessoais,
organizacionais e sociais ou competir em torno de recursos, status ou posições
vistas como escassas entre as partes envolvidas.
São exemplos de competição os
esforços individuais de atletas, músicos e empregados ou gerentes
disputando uma vaga no time principal, de violinista titular na
orquestra ou candidato para uma promoção. Nestes casos, a competição
forja talentos, melhora o desempenho e pode ser vital para enfrentar a
concorrência. Censurar essa disposição é um convite para nos igualarmos por
baixo, pelo desempenho inferior no lugar de buscar níveis superiores de
excelência. Portanto, no lugar de temê-la devemos dar-lhe as boas-vindas.
A evasão é uma recusa de entrar
em conflito, competir ou cooperar. Ocorre quando, diante de uma situação
ameaçadora, uma das partes avalia que o custo de confrontar (conflito ou
competição) ou cooperar é superior ao benefício que obteria caso entrasse na
briga.
Um caso comum é pedir demissão
para evitar uma luta insidiosa e incerta contra um superior hierárquico
truculento e bem visto pela organização.
No mundo do trabalho há
momentos em que podemos adotar um ou outro processo, dependendo do ponto em que
nos encontramos no ciclo de trabalho: planejamento, execução, avaliação,
aprendizagem.
Exemplos:
As Organizações não precisam
simplesmente de um Plano A e de um Plano B. Elas precisam da certeza que têm em
mãos o melhor plano A do mundo. Nessa tarefa, além da qualidade das
informações, das análises e especialidades dos planejadores, não só a
cooperação, mas também a competição em torno de ideias e
alternativas é produtiva para combater a unanimidade burra ou a paz dos
cemitérios.
O reino da cooperação, por seu
turno, tem início no momento de bater o martelo em torno de objetivos,
estratégias e responsabilidades e aumenta quando o grupo passa da
teoria para a ação. Nas três fases subsequentes – executar, controlar e
aprender ela é vital para vencer os obstáculos internos e as manobras da
concorrência.
Não se trata de ser bonzinho ou
caridoso. Cooperar é uma questão de bom senso, de sobrevivência e de
competência. Não tem nada a ver com amar o próximo, o colega, o subordinado ou
chefe. Precisamos compartilhar objetivos, planos e esforços; isso é suficiente.
Competir nestas fases pode ser fatal.
Portanto, caro leitor e
leitora, cuidado com ideias simples e ingênuas que veem o mundo
cartesianamente, onde uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra
coisa. Nem sempre é assim...
Eugen Pfister |
Na área de Treinamento e Desenvolvimento atuou como instrutor de programas de liderança, competências gerenciais, análise de problemas e tomada de decisões, team buildiing e team work, ética nos negócios, vendas, negociação, delegação e follow-up desde 1975; e como consultor atuo em DO, T&D Focado em Resultados e como management coach desde 1981.
É sócio diretor da Estação Performance uma consultoria especializada em transformar conhecimentos em resultados. eugen@eperforma.com.br
(texto retirado do site "Administradores.com" e editado pelo blog Oficina de Gerencia)
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