Preconceito à vista contra os idosos no Pós-Pandemia
(por Herbert Drummond)
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Como faço parte da turma dos “mais velhos”,
obviamente tive interesse em ler o texto,traduzido do Financial Times, publicado na Folha. Afinal de contas todos nós temos idosos nas famílias.
O subtítulo é mais provocativo ainda: “Ideia de que pessoas acima de 60 anos são
vulneráveis pode dificultar a permanência delas no mercado”.
Coitados de nós, velhinhos que ainda estamos com energia para trabalhar “pau a pau” com os menos velhos! O que vão fazer com a gente? Afinal de contas todos têm idosos nas famílias.
Coitados de nós, velhinhos que ainda estamos com energia para trabalhar “pau a pau” com os menos velhos! O que vão fazer com a gente?
Chamo a atenção para a cobertura da mídia onde não se vê destaque para quem, sendo idoso, sobrevive ao ataque do
vírus. Coisas da mídia. Eu mesmo tive um caso na minha família onde um parente foi infectado, foi para o hospital e recuperou-se em 10 dias. Tem 73 anos. Mas , voltando à mídia, seria importante que entre aqueles que ficaram
doentes, acima dos 65 anos fossem
informados os números dos que escaparam com vida.
Quero pelo menos contra-argumentar que pode estar havendo exagero nessa
informação de que o Corona é fatal para os velhinhos. Da forma como a coisa
está sendo apresentada os idosos têm que viver as suas quarentenas dentro de
redomas vedadas, pois se colocarem o nariz para fora o COVID pega e mata.
Por isso trouxe à discussão o tema do artigo na Folha de São Paulo, cujo
link destaquei no fac simile acima.
A pandemia está realmente criando um preconceito contra a capacidade
dos mais longevos continuarem trabalhando – aqueles que o estão – como estavam
antes da eclosão da pandemia. Os que vão procurar emprego então...
Destaco abaixo alguns trechos da matéria da Folha/Financial Times:
Destaco abaixo alguns trechos da matéria da Folha/Financial Times:
- A discriminação por idade já era um
problema no mercado de trabalho de todo o mundo antes da pandemia.
Agora, ativistas se preocupam com a possibilidade de que a situação se
agrave.
- No Brasil, até 19 de junho, pessoas com 60
anos ou mais representavam 71% das mortes pela doença, segundo o
Ministério da Saúde.
- “É algo que já está me incomodando”, diz Ros
Altmann, que foi ministra de pensões no governo britânico.
- A ênfase na vulnerabilidade dos mais velhos
representa uma mudança de foco: no mundo pré-pandemia, especialistas
afirmavam que, como muita gente estava vivendo mais e melhor, era preciso
encontrar jeitos de essas pessoas produzirem por mais tempo.
- “Se existe uma palavra que precisa ser
aposentada, é aposentadoria”, escreveu Don Ezra, especialista no
tema, em artigo para o Financial Time.
- A dificuldade agora, para os mais velhos, é
que eles estarão disputando empregos —ou tentando manter os que já têm— em
um período de desemprego em massa.
O artigo segue nessa linha preocupando-se em como essa questão
poderá ser resolvida nesse tempo futuro e cheio de incertezas após a devastação
da pandemia.
Recomendo a leitura e principalmente à reflexão sobre como serão os
cenários sociais – não só essa questão do emprego/trabalho – mas todas as
demais conjunturas que vão cercar as relações entre as pessoas e os sistemas.
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