Conviver é uma das missões mais difíceis da vida. Então imagine passar
horas em um escritório com uma pessoa problemática, chata ou perniciosa:
bom humor, desempenho e até futuro profissional podem sair arranhados.
UOL Mulher conversou com alguns especialistas que definiram os cinco
tipos mais perigosos de colegas -o manipulador, o invejoso, o
fofoqueiro, o falso e o queixoso- e sugeriram algumas estratégias para
enfrenta-los sem prejudicar sua carreira.
Antes de mais nada, entretanto, é importante que você conheça o seu
estilo comportamental e saiba quais são os perfis opostos ao seu, os que
mais lhe causam dificuldades. “Tente trabalhar e controlar suas
emoções, evitando se desgastar com questões menores e que desviem a
atenção de seus objetivos", aconselha a psicóloga e coach Cristiane
Moraes Pertusi. Ela ressalta que lidar com essas pessoas é um desafio
que nos ajuda a evoluir.
Sabe (ou pensa que sabe) direitinho como lidar com cada pessoa. Presta
atenção à forma de se comunicar, aos interesses e, principalmente, aos
sentimentos do outro. A psicóloga organizacional Izabel Failde diz que
uma de suas táticas é adotar a "técnica de vítima", passando-se por uma
para conseguir o que quer. Os manipuladores também investem em um
“joguinho" de amizade: ficam por perto, sabem das suas atividades, do
seu jeito de trabalhar. “E ludibriam com elogios falsos ou promessas
para novos cargos para que os outros façam o que eles querem”, diz a
consultora Viviane Mourão, da Meta&Vida Desenvolvimento em Recursos
Humanos. Outro hábito comum é fazer de tudo para sair ileso dos
problemas em que teria responsabilidade.
Dicas:
- Ao iniciar uma conversa e/ou reunião com ele, nunca use argumentos
emocionais. Utilize seu lado racional e procure embasar ideias com
dados, fatos e números”, diz a psicóloga Cristiane Moraes Pertusi
- Observe bem a pessoa. O que ela faz com os outros, certamente fará com você em algum momento
- Não se deixe seduzir pelas demonstrações de extrema empatia – ele
concorda com tudo, coloca-se no seu lugar com extrema facilidade e
valoriza qualquer posicionamento mesmo que não concorde. Pratique sempre
a dúvida e se questione se o colega sente, vê ou concorda mesmo com
tudo o que você fala
- Os manipuladores costumam se desviar dos assertivos e seguros, visto
que suas “fontes de trabalho” são, basicamente, a insegurança e a
indecisão
- Não atenda a todas as solicitações: deixe bem claro os papéis de cada
um dentro da empresa ou do departamento. Mostre seu envolvimento nas
atividades que competem a você
- Denunciar as manipulações ao chefe ou bater de frente com a pessoa,
segundo Viviane Mourão, é o pior erro, pois pode despertar a vontade de
mostrar força.
É aquele que quer o que você tem: cargo, atividades, prestígio, atenção
do chefe ou da equipe. E, por isso, estará sempre por perto se fingindo
de amigo e vendo tudo o que você faz para fazer igual ou melhor. “São
pessoas muito inseguras que costumam até imitar vestimentas, gestos e
atitudes de seu foco”, explica a consultora de RH Viviane Mourão. Outras
táticas, segundo a psicóloga Izabel Failde, são desdenhar do “alvo” ou
calar-se. São comuns comentários do tipo: “você sempre tem tempo para
tudo, como consegue?” ou “minhas apresentação nuca são tão boa quanto as
suas”.
Dicas:
- Para neutralizar um invejoso, Renato Grinberg, diretor-geral do site
Trabalhando.com, diz que o ideal é mostrar que o que ele tem é melhor do
que aquilo que você tem. “Use frases de incentivo, como ‘com esse
projeto, logo você vai conseguir uma promoção’. Traga-o para perto de
você”, ensina. É um modo sutil de fazer com que ele passe a admirá-lo,
em vez de invejá-lo
- Aproxime-se, em vez de evitá-lo. “Ajude-o a desenvolver a habilidade
ou o talento que ele inveja em você”, diz a psicóloga e coach Cristiane
Moraes Pertusi
- Contudo, Viviane Mourão aconselha que o alvo seja discreto em relação
à sua vida pessoal e profissional, para não chamar a atenção, e
mantenha sigilo sobre objetivos, projetos e documentos importantes
- Assim, resista à tentação de enfatizar elogios e prêmios que recebe
da equipe ou de seus chefes. Não chame atenção além da conta.
De acordo com os especialistas, é o perfil mais comum de profissional
nocivo nas empresas. São pessoas que precisam falar com todos o que se
passa. Sempre estão atentas aos fatos da empresa e dos colegas para dar
notícias "fresquinhas” e dedicam pouca atenção ao trabalho, tornando-se
improdutivas. Quem é conivente com seu estilo acaba se tornando mal
visto também. “O fofoqueiro é perigoso porque é falso”, diz Cristiane
Moraes Pertusi. A fofoca é ótima para o fofoqueiro porque, em algum
momento, alguém vai acreditar nele e o fará sentir-se poderoso, o centro
das atenções. “E essa atenção, mesmo que negativa, pode ser melhor do
que ser ignorado por completo”, explica a psicóloga.
Dicas:
- Não incentive a fofoca. Quando a pessoa tentar iniciar conversas com
essa conotação, mude o assunto de maneira que ela perceba que você não
quer se envolver
- "Se você tem uma relação próxima com o fofoqueiro, ao revelar algo
pessoal para ele nunca diga a frase ‘não conte nada a ninguém’. É a
senha para a pessoa espalhar seu segredo aos quatro ventos”, afirma o
consultor Renato Grinberg
- Em algumas circunstâncias pode ser necessário ouvir a fofoca (de um
gestor, por exemplo). Porém, para evitar problemas futuros, não a passe
adiante
- A psicóloga Izabel Failde explica que o enfrentamento também ajuda a
neutralizá-lo. “Ao final, ou mesmo antes do término da fofoca, assinale
que se trata de uma suposição. Questione os fatos a respeito do
comentário ou alegue que a informação é um julgamento pessoal do
fofoqueiro”, diz
- A fofoca é um dos comportamentos mais fáceis de combater quando se
tem equilíbrio, assertividade e segurança. O fofoqueiro precisa de
plateia; quando não tem, perde o poder
- Evite ficar em rodinhas, mas também não se isole. Ficar muito quieto
chama a atenção e dá motivo para falarem o que não sabem de você. “Ter
amizades profissionais, e não pessoais, é a melhor solução”,diz Viviane
Mourão, expert em RH.
Adota a filosofia segundo a qual “os fins justificam os meios”. Quem
pratica a falsidade o faz quando percebe que pode tirar vantagem, quer
sejam imediatas ou não. “Há indivíduos com extrema paciência, capazes de
aguardar anos pelo seu objetivo. Nesse tempo ‘minam’ relações, praticam
a mentira, ignoram a ética e o respeito ao outro”, descreve a psicóloga
Izabel Failde.
Dicas:
- Transmita somente as informações básicas a ele, e de maneira sucinta.
“Qualquer dado extra pode ser deturpado e usado contra você. Evite”,
diz Renato Grinberg
- Procure aproximar-se e compreender seu raciocínio, seus objetivos,
sua lógica. Talvez você encontre uma dose de bom senso nele e fique
menos impactado com seus atos
- O falso é o indivíduo perfeito. Como perfeição não existe, então
desconfie que há algo de errado. Ninguém é 100% centrado, equilibrado,
feliz, competente, ouvinte, flexível e compreensivo, por exemplo. “É
comum o indivíduo falso ser extremamente equilibrado, pois precisa
manter a imagem criada”, explica Izabel Failde
- Em caso de dúvida sobre algo dito pelo falso, vale abster-se de
comentários e praticar a observação. Ir atrás dos fatos é fundamental.
Nada para esse tipo está bem; tudo tem um defeito. A pessoa queixosa
sempre leva os problemas pessoais e profissionais aos colegas, mas não
costuma aceitar ajuda ou solução. Seu prazer é se lamuriar, o que
contamina o ambiente. Existem vários tipos de queixas e, se todas forem
esmiuçadas, a essência mostrará apenas uma direção: baixa autoestima. Em
longo prazo, pode “passar recibo” de incompetência.
Dicas:
- Valorizá-lo pode ajudá-lo a se reerguer. “O queixoso precisa de um
ombro amigo e verdadeiro, que lhe diga como esse comportamento o afasta
das pessoas”, diz a psicóloga organizacional Izabel Failde
- "Jamais corte o relacionamento de amizade bruscamente ou diga que ele
é chato”, aconselha a consultora de RH Viviane Mourão. “Apenas fale
claramente que não tem tempo para ficar escutando lamúrias, pois tem
trabalho a fazer”
- Quando a pessoa mencionar desastres ou tragédias, neutralize suas histórias puxando assunto sobre acontecimentos positivos
- "Se seu ambiente de trabalho permitir, adote fones de ouvido pelo
menos quando a conversa estiver pesada demais”, diz o consultor Renato
Grinberg.
Parabéns pela publicação.
Em especial, para mim, este post tem uma relevância muito interessante. Hoje mesmo, pela manhã, tivemos (eu e os outros membros de nossa “equipe”) mais um embate com nossa chefia. Difícil descrever essa relação. No caso, prefeito focar nele, como gestor de pessoas.
Sem tirar o mérito dos perfis publicados acima, existe esse tipo de gente, que meio sem desconfiômetro, vai moldando o ambiente a seu gosto. E o seu gosto é sem perguntar, sem reunir, sem informar, sem considerar uma equipe, sem noção! É um tipo que fala sobre modernizar os processos, aperfeiçoar as rotinas, delegar, zelar pelos seus, etc., mas na verdade, formalmente falando, é um exímio chefe. Longe de ser um líder, ou um projeto de líder; não é que falta humildade nessa pessoa, mas é que ele acha que você, como servidor igualzinho a ele, não vale nada; e pior: pode ser que você tome seu lugar no futuro... portanto, acredito eu, mas sem julgar tanto, nada de amizades, nada de empatia, todo cuidado é pouco...
A pessoa tolhe os estímulos dos seus pares, vetando possibilidades de autonomia e de acreditação individuais e implica tanto com o horário que você chega e sai que sabe de cor os dias e minutos em que atrasou, mas desconsidera sabiamente os que ficou até tarde. Essa figura centraliza todas as atividades em si, de modo a, ilusoriamente, não perder o controle; sufoca seus colegas de modo a conseguir que os processos sejam feitos da maneira como quer; não é que ele faça tudo errado: ele faz os outros se sentirem errados...
A rede informal de relacionamentos nesse caso praticamente não existe, o que considero péssimo para uma boa gestão...
Existe esse perfil de chefia, que não sei como se conceitua, que agrega muito medo e insegurança à experiência gerencial com foco nas pessoas. As pessoas, ao redor, percebem, é claro. Uns ficam com medo também, outros peitam. Parece ser ruim de qualquer jeito. Os dias demoram pra passar assim...
Mas é isso aí. Sem perder a esperança e o jogo de cintura, a ideia é fazermos o nosso, com dedicação e amor. Um tijolinho por dia...
Esse tipo de chefe aí, o meu (eheh), esperamos todos que seja uma espécie em extinção.
Forte abç