Este post está também publicado no blog "Os Deuses do Futebol" (clique no link abaixo).
E agora? Vamos esquecer os esportes olímpicos até 2016?
Já estamos com o cronômetro ligado para as Olimpíadas de 2016. Será a Rio-2016. Se há temores de que o Brasil não consiga manter o mesmo padrão dos Jogos Olímpicos em Londres - coisa na qual não acredito, pois o país vai estar ao lado do Rio de Janeiro para produzir um "olympic games" de sucesso histórico - existe um verdadeiro pavor de que o desempenho atlético dos brasileiros fique próximo aos resultados que vem mantendo nas últimas olimpíadas.
No
quadro acima estão as 17 medalhas que a nossa enorme
delegação de 257 atletas trouxe de Londres. Isso mesmo! Eu escrevi 257
atletas - 135 homens e 122 mulheres - que levaram muitos sonhos e
esperanças de aumentar o nível de participação no quadro de medalhas em relação
aos Jogos
de Pequim (2008). "Matematicamente" conseguimos. Se em Pequim
foram 15 medalhas agora em Londres foram 17. Ufa! De ouro mesmo mantivemos as
mesmas três de Pequim, só ganhamos mais uma de prata e outra de bronze.
No
quadro geral de medalhas passamos da posição 23 para a colocação 22 (veja o
quadro abaixo):
A
Folha de São Paulo, assim como os outros jornais de grande circulação no
Brasil, montaram seus gráficos, infográficos e reportagens sobre o Brasil e as
olimpíadas. Desde os primeiros jogos em 1920 foram 22 as edições dos Jogos
(incluindo Londres) e o Brasil só não participou em 1928. Pois bem, em todas
essas 21 presenças nas disputas o Brasil só alcançou conquistar 23 medalhas de
ouro, 30 de prata e 55 de bronze (108 no total). Só a Inglaterra, nesta ultima
olimpíada ganhou mais ouro (29) do que o Brasil nas suas 21 participações.
Um
detalhe importante para ficarmos só no exemplo da Inglaterra é que nos jogos de 1996
a Inglaterra só conquistou uma medalha de ouro, oito de prata e seis
de bronze (15 medalhas) e ficou na posição 36 abaixo do Brasil que estava lá,
firme na posição 25. O que aconteceu de lá para cá que impulsionou os esportes olímpicos no Reino
Unido a ponto de conquistar agora a terceira posição entre as
potências olímpicas desbancando a Rússia que ficou em quarto?
É
isso que o Brasil (leia-se instituições e organismos esportivos) deve buscar
com as olimpíadas em seu quintal se não quiser passar pelo mesmo constrangimento
de agora.
Uma
análise das mais superficiais sobre o tema chegará à conclusão que os esportes
olímpicos no Brasil são um grande fracasso internacional e não custam barato.
Pelo que li foram em torno de dois bilhões de reais o investimento feito pelo COB
para que o Brasil conquistasse as 17 medalhas em Londres. Leia excelente
matéria da BBC-Brasil sobre o tema clicando no link "Após
investimento, Brasil avançou em medalhas, mas 'perdeu bonde para 2016".
Por
modalidade (veja quadro ao lado), com exceção do voleibol que devido ao sucesso
das suas seleções com sucessivas conquistas pelo mundo incluindo as quatro
medalhas de ouro, a Vela é o esporte com maior numero de conquistas no Brasil
olímpico (seis) Mas... Vela? Perguntarão os mais céticos. Sim, vela e as
medalhas ficam mais por conta dos talentos individuais de heróis como Robert
Scheidt, Torben Grael e Marcelo Ferreira.
Depois
vem o atletismo com quatro medalhas de ouro sendo duas com o magnífico
Adhemar Ferreira da Silva o primeiro legítimo bicampeão olímpico brasileiro de
salto triplo (1952/1956). Joaquim Cruz ganhou a terceira medalha nos 800 metros
(1984) e Maurren Maggi a quarta em Pequim com o seu fantástico salto em
distância. E mais nada.
Vamos
e convenhamos... É muito pouco, muito pouco, muito pouco mesmo!
Abaixo
uma sumária análise da Folha sobre todos os esportes olímpicos que levou
atletas para Londres e as perspectivas para a Rio-2016. O panorama é cinzento.
O que estamos presenciando e o Dèjá Vu de sempre. Daqui a um mês ninguém fala
mais de olimpíadas, exceto pelas obras e investimentos e as modalidades
esportivas voltarão ao ostracismo de sempre. O que fazer? Todos que vivem no
mundo esportivo sabem muito bem o que deve ser feito. A questão é de
prioridade, de planejamento e organização de governos, clubes, confederações,
federações, universidades e escolas, mas nesse particular o nosso Brasil não
costuma ganhar nem medalha de bronze.
Clique no logotipo e visite o site |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Convido você, caro leitor, a se manifestar sobre os assuntos postados na Oficina de Gerência. Sua participação me incentiva e provoca. Obrigado.