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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

A busca incessante pelas novas lideranças

O

s leitores mais recentes que pesquisarem sobre textos que abordem os temas da liderança já devem ter observado a profusão de avaliações, conceitos, concepções, juízos, conhecimentos, discernimentos e quantos adjetivos se queira colocar no mesmo agrupamento para se buscar definições sobre a arte de conduzir, de comandar e liderar. Ou seja, sobre a habilidade de ser o "Manda-Chuva", o "Number One", o Maioral.

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Se você, meu caro leitor, clicar no Google buscando "tipos de liderança" vai encontrar nada menos que 28.000.000 de links. Se buscar "liderar" vai encontrar 23.300.000 de links. Pode-se concluir dai que não deve existir nada de novo para ser dito sobre liderança. Todavia o assunto não se esgota. A todo o momento estão sendo publicados livros e mais livros, artigos, ensaios e pesquisas sobre o tópico. Palestrantes surgem aos enxames para falar sobre a "ciência da liderança", "a arte da liderança" e seja o que for "da liderança". E tudo isso tem um mercado consumidor fiel e crescente. E é bom que assim seja.

Pessoalmente considero-me um veterano estudioso, ops! Melhor dizer curioso, sobre o que se publica e se pratica no campo da liderança há muitos anos.

Devo ter começado a me interessar pelo assunto lá pelos idos de 1972 quando - recém-formado e no primeiro emprego - tive que assumir a chefia de uma obra (com cerca de 300 trabalhadores) porque o lugar era tão longe e inóspito (Espinosa-MG e Guanambi-Bahia) que a empresa não encontrou nenhum outro engenheiro experiente para assumir o posto. Entrei naquela do "só tem tu, vai tu mesmo". E fiquei lá esperando.  A obra terminou e o "engenheiro-chefe" nunca chegou... e ganhei 3 anos de experiência em chefia. Essa historia eu ainda vou contar. Ou seja, tive que me virar e como não tinha ninguém para me ensinar busquei na literatura os ensinamentos e a experiência que eu não tinha. De lá para cá só exerci funções de liderança durante treze anos na empresa e mais muitos anos no serviço público.

Com isso quero dizer que tenho uma razoável bagagem de leitura e prática  e há muito tempo não conheço nada de efetivamente novo sobre o assunto. Vejo sim e há muito tempo, uma onda novidadeira de propostas camufladas por muitos títulos e subtítulos para apresentar conceitos antigos sob novos nomes. Salvo uma melhor memória tudo começou com William Edwards Deming e seus 14 passos para a melhoria da qualidade na gestão. Foi uma febre e realmente deu uma sacudida na ciência da administração, mas isso foi na década de 70! Sem desmerecer nenhum trabalho ou pesquisa a grande maioria dessas "novidades" são nomes novos para antigos conceitos de como se comandar bem, com ordem e organização e principalmente com eficácia. Sei que estou exagerando um pouco, mas assumo que seja uma provocação. Um Viva! Para os consultores criativos.



Desviei-me um pouco do tópico que quero abordar no post que é sobre liderança e seus muitos "estilos" ou "tipos". Voltemos a ele. 

Claro que vocês já ouviram falar das diversas faixas de lideranças. Cito as mais conhecidas: participativa, autoritária, democrática, situacional, carismática, paternalista, laissez-faire, autocrática e muitas outras que os “criadores de conceitos” não cansam de propor. Cada autor ou palestrante faz sua classificação pessoal com todo o aparato de explicações e justificativas. Não faço criticas a essa "salada". Pelo contrário! Acho que quanto mais se falar e escrever sobre liderança mais pessoas irão entendê-la e praticá-la nos melhores moldes. É um processo de aperfeiçoamento permanente.

Particularmente tenho, nos últimos tempos, procurado pesquisar sobre o conceito da "Liderança Servidora". Passei a prestar atenção nesse tópico há alguns anos, a partir de uma palestra de James Hunter que assisti em Brasília onde ele abordou os princípios que apresentou no seu famoso livro "O Monge e o Executivo" (que eu sequer havia lido na época). È o que de mais novo percebi, nesses últimos anos, nessa pesquisa eterna e fascinante sobre liderança que todo executivo teima em perseverar. Atualmente, os consultores, óbvio, consideram o conceito de Hunter como ultrapassado. Mas continuo com ele.

De minha parte e acho que todos os lideres, notadamente os mais experientes e com maior quilometragem no exercício da "função" têm seus estilos personalizados e os adotam ao longo das carreiras. De mais a mais aprendi que o estilo da liderança não está e nem poderia estar apartado do estilo do líder. Ninguém que seja pessoalmente autoritário ou autocrata conseguirá adotar um estilo liberal ou democrático. Pode até tentar - como já vi acontecer muitas vezes - mas logo a máscara cairá e ele revelará seu verdadeiro tipo. Olhem à sua volta e vão se surpreender...
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Como podem notar o tema é infinito. Poderia ficar aqui escrevendo parágrafos e mais parágrafos e não chegaria a esgotá-lo, ainda mais considerando a minha pouca experiência, digamos... Acadêmica.

Nossa! A apresentação do artigo abaixo ficou maior que o próprio. Falar sobre liderança é assim mesmo. A gente começa e não quer parar. O texto é da HSM e tece considerações sobre o que pensa o consultor Cesar Souza a respeito dos novos desafios que os lideres têm que enfrentar nos tempos atuais. Gostei do texto. Não traz nada de muito novo, mas as argumentações e a forma didática como o autor (equipe da HSM) coloca seus pontos traduz-se numa leitura positiva para quem queira aprender um pouco mais. (Texto Herbert Drummond-autor do blog)



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Os atributos do novo líder
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 Entre todas as características, ser inspirador é um dos aspectos mais importantes para liderar pessoas. 
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O que se espera dos líderes atuais, para que sejam líderes inspiradores, é que se libertem de mitos enraizados e se fortaleçam com novas competências. Segundo o consultor César Souza, para o líder mudar de patamar e passar a ser um líder inspirador, é necessário, antes de qualquer coisa, se libertar de alguns conceitos que são verdadeiros dogmas. São eles:
  • - A liderança está no cargo:
    • Nem sempre. Muitas vezes, não é preciso ter um cargo para ser um líder.
  • - Todo líder tem carisma:
    • Outro mito. Não adianta ter só simpatia, bom-humor, boa argumentação. Isso é parte, mas não é tudo. Se não houver um propósito, o “brilho no olho” não encanta.
  • - O líder já nasce pronto
    • Não é verdade. Há casos de líderes que foram se formando ao longo do tempo.
  • - Há um perfil ou estilo ideal de liderança: Não existe. Não há um “modelo pronto” de liderança. A maioria dos líderes que são exemplos hoje não se espelhou em ninguém; eles seguiram o que havia dentro de si.
  • - Um líder tem seguidores
    • Para uma causa se espalhar e ganhar representatividade, um líder tem que formar novos líderes, não seguidores. O líder inspirador tem pessoas em torno de si, não atrás de si.
Para César Souza, além de estar atento ao contexto do mundo reconfigurado, conciliar tangíveis e intangíveis, integrar (“construir pontes”), equilibrar curto prazo e longo prazo e ter liderança em todos os níveis, o líder inspirador tem que ter cinco valiosas competências:

1) Construir causas com sua equipe

É fundamental, para ser um líder inspirador, trabalhar em favor de uma causa, ter um propósito, empunhar uma bandeira. Isso dá orgulho e significado à vida das pessoas. “As pessoas não querem apenas ser cobradas para atingir metas. Quando sabemos o porquê de uma ação ou de um projeto, suportamos mais facilmente o ‘como’, porque entendemos”, explica César Souza. E, quando a causa está alinhada com a causa da empresa, tudo se torna mais fácil ainda.

2) Formar outros líderes

Ponto de crucial importância. As pessoas têm que trabalhar em um ambiente que propicie oportunidades de crescimento. Nesse sentido, o líder inspirador deve formar outros líderes, não ter seguidores. Para tanto, deve ter o foco no engajamento.


3) Liderar 360º


Não basta somente liderar a equipe. O líder inspirador tem que ter uma gestão engajada também com parceiros, terceirizados, clientes, fornecedores, comunidades e outros públicos. A gestão deve ser integradora, não se prendendo aos limites das “paredes” da organização.

4) Fazer mais que o combinado

Surpreender pelo resultado contribui para inspirar. Por exemplo: conquistar um cliente difícil; resolver uma pendência espinhosa da comunidade; receber um pagamento com o qual não se contava mais; se relacionar de forma diferente e alcançar resultados diferentes etc.

5) Inspirar pelos valores

Valores como integridade, seriedade e ética, quando aplicados no dia a dia, nos comportamentos e nas atitudes, inspiram mais do qualquer hierarquia. Da mesma forma, não vale seguir os valores dentro da empresa e, em casa ou em outros ambientes, adotar uma postura completamente diferente. O líder tem de ser inspirador “24 horas”.
Para formamos líderes nessas competências, César Souza diz que é necessário que as empresas estruturem uma “Fábrica de Líderes”. Para tanto, tem que dar ênfase nas competências mencionadas, desenvolver líderes em todos os níveis, identificar e engajar os líderes da Geração Y e ter um plano de sucessão – esse, segundo ele, um grande problema nas empresas atualmente.
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