O ministro da Agricultura, Fernando Costa anunciou a descoberta de uma jazida de petróleo em Lobato, no Recôncavo baiano. Segundo o telegrama enviado pelo engenheiro Custódio Braga Filho, encarregado da sondagem, quando a perfuração do poço atingiu 208 metros, gotas de óleo começaram a aparecer pouco a pouco, até formar uma poça considerável na superfície do poço. Foram recolhidos 70 litros de petróleo bruto.
A descoberta foi um marco histórico. Até então manchas de óleo só chegavam até a boca dos poços perfurados na cidade de Bofete, São Paulo. Naquela época, em que o Brasil dava os primeiros passos para extração petrolífera, engenheiros e geólogos concordavam que em Lobato estava o início de um vasto lençol, o qual se prolongaria até Itaparica.
A sondagem na Bahia fora iniciada um ano antes, com a sonda Calix IR BRF - 1. Em 1941, um dos poços perfurados deu origem ao campo de Candeias, o primeiro a produzir petróleo no Brasil.
O general Horta Barbosa, presidente do Conselho Nacional do Petróleo, explicou que a região faz parte da Província Petrolífera do Nordeste, que abrange, além da Bahia, os Estados de Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Horta anunciou que seriam realizadas sondagens em Pernambuco, onde havia fortes indícios da presença de petróleo.
Monteiro Lobato e o petróleo
Monteiro Lobato foi um dos líderes da campanha para a nacionalização das reservas petrolíferas, iniciada em 1933. No mesmo ano foi criado o Serviço Geológico e Mineralógico Brasileiro (SGMB), ligado ao Departamento Nacional da Produção Mineral, com o objetivo de perfurar poços de pesquisas no território nacional. Mas a medida não satisfez o escritor. Monteiro Lobato havia passado uma temporada nos Estados Unidos e estava convencido da existência de petróleo no Brasil e não queria que as reservas petrolíferas caíssem nas mãos de multinacionais. Ele escreveu várias cartas a Getúlio Vargas sobre o tema, publicou livros e fez palestras, chegando a ser preso por causa de suas convicções.
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