Os leitores do blog já devem ter percebido que me atrai muito comentar sobre os conflitos no Oriente Médio. Desde a época da Guerra dos Seis Dias, em 1967, que passei a acompanhar o assunto.
Israel, naquela guerra, assombrou o mundo com seu poderio militar vencendo três exércitos (Egito, Jordânia e Síria) até então considerados poderosos em seis dias. Ganhou a guerra no primeiro dia quando abateu - sem aviso prévio - a força aérea egípcia (que era a maior força militar entre os árabes) bombardeando os seus aviões sem que estes pudessem sequer levantar vôo. Deve-se dizer que os exércitos egípcios e jordanianos estava já posicionados nas fronteiras israelenses anunciando uma invasão.
Em função da cobertura da imprensa, todo o mundo ocidental passou a "torcer" pelo "pequenino" Israel que se defendeu de três "agressores" e desmoralizou-os em apenas seis dias, de batalha. O exército israelense, com os mais novos armamentos dos EUA, mudou os paradigmas das guerras modernas tal a rapidez de movimento e a eficácia das táticas e estratégias.
Depois aconteceu a "Guerra do Yom Kippur" em 1973. Durou mais tempo. Israel foi atacado de surpresa - tal como fizera antes, na Guerra dos Seis Dias - no dia de um dos seus mais sagrados feriados, o Yom Kippur (estavam todos relaxados naquele dia, inclusive ao governo da primeira ministra Golda Meir que após a geurra perdeu as eleições.) Após perder posições e territórios nos primeiros dias das batalhas, recuperou-se e chegou a invadir o Egito (onde cercou um exército inteiro) e bombardear Damasco. EUAe Rússia interviram diplomaticamente (época da Guerra Fria) e conseguiram um acordo de cssar-fogo.
Desde então - apesar do acordo de paz entre Israel e Egito ("Paz de Camp David") logo seguida de um outro acordo com a Jordânia - Israel não teve paz devido aos conflitos de lado a lado com os palestinos da Al Fatah, Hezbollah (no Líbano) e o Hamas (ambos apoiados pela Síria e demais países árabes, com exceção de Egito e Jordânia).
Agora, depois muitas atrocidades praticadas de ambos os lados, chega -sea um novo ponto de inflexão naquela região eternamente conflitada. Há uma trégua nos bambardeios impiedosos que Israel fez contra os palestinos em Gaza (com mais de 250 crianças mortas). Frágil cessar-fogo, como todos as anteriores. Todavia pode estar ocorrendo uma mudança de paradigma com a eleição e a posse de Barack Obama (ele próprio um novo paradigma na política dos EUA).
Israel sempre contou com o beneplácito do seu aliado, os EUA, para operar na Palestina sem maiores preocupações com a ONU e a opinião pública internacional. E agora? Nada indica que o governo de Barack Obama será tão incondicionalmente aliado dos israelenses e muito menos condescendente com a aplicação da sua força esmagadora como foi o de Bush.
As peças estão se reajustando no tabuleiro daquele xadrez para um novo jogo. Teremos novos reis, rainhas, torres, bispos e cavalos (os peões continuam os mesmos...) em pelo menos um dos lados. Como irá se desenvolver este novo confronto?
O mundo está prestando atenção.
Com todo este "background" trago para os leitores interessados no tema um excelente infográfico publicado recentemente na Folha de São Paulo onde estão apresentadas, de forma muito objetiva, os posicionamentos dos "players" que irão disputar este novo jogo de xadrez. É um bom exercício de estratégia e tática especular sobre o que vai ocorrer.
As relações entre os países nos cenários da política internacional não são muito diferentes daquela que ocorrem entre as corporações em outras atividades. Por esta razão sempre recomendo seu estudo e análise. Para quem gosta de estratégia é um excelente campo de aprendizado.
Vejam a figura, os textos e tirem suas conclusões sobre o que deverá acontecer em futuro próximo. Boa sorte.
Eu não tenho tanta certeza de que o Obama será uma pedra no sapato de Israel não. Acho que não será tão liberal quanto Bush, mas duvido de que irá contra as ideias israelitas.
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