Cursos universitários, treinamentos específicos e aprendizado de idiomas já eram importantes e vão se tornar ainda mais. “Se você não cuidou do cérebro, chegou a hora de tentar recuperar o tempo perdido”, diz Minarelli. “Talento pode até ser um dom natural, mas para ele ser aplicado com sucesso requer esforço. Os estudos devem ser encarados como hora extra, cujo pagamento virá no longo prazo, no emprego atual ou no próximo”.
Nos tempos de bonança, o foco é importante. Concentrar-se no que está dando certo e extrair o máximo de resultados dali. “Agora não é hora do foco, mas sim de abrir as antenas 360 graus. Olhar para fora, tentar entender a situação e transcender os limites de sua especialidade”, diz Motomura. Isso significa falar com gente de ramos totalmente diferentes, dentro e fora da empresa, consultar clientes e fornecedores, interessar-se por áreas novas, ler artigos, exercitar a curiosidade – e tentar fazer conexões com o mundo que você conhece.
Você deve encarar a crise como uma chance de valorizar seu trabalho. Pressionadas pela desaceleração econômica, as empresas estão abertas a sugestões criativas para o negócio. Para isso, é importante estar antenado. Por que não procurar novos clientes em segmentos ainda não explorados (leia a história de Marcelo Cuellar abaixo)? Ou uma redistribuição das funções em seu setor compatíveis com as novas prioridades da empresa? “Pessoas que trazem para a discussão fatores que realmente importam são sempre bem-vindas”, diz Vicky. “Os sujeitos negativo, pessimistas, ·deprimidos, é o pior perfil possível”, diz o empresário paulista, que demitiu 500 pessoas. “A gente precisa, nessas horas, de um cara prático, otimista, que, em vez de reclamar, tenta achar soluções”.
.No fim do ano passado, a Michael Page do Brasil, empresa de recrutamento de executivos, preparava-se para demitir 20 de seus 155 funcionários. Nesse momento, o administrador de empresas Marcelo Cuellar, de 32 anos, foi promovido. Após um ano e meio de trabalho como consultor sênior da Divisão de RH, Cuellar virou gerente da equipe. Nos meses anteriores, ele antecipara que a crise mudaria o perfil dos profissionais de RH requisitados pelos clientes. “Nos tempos de forte crescimento econômico, a demanda era por profissionais da área de seleção. Com a chegada da crise, o foco mudou para a área de remuneração”, diz Cuellar. Essa percepção rápida ajudou sua divisão a manter os resultados positivos da Michael Page no último trimestre, quando a crise em seu setor começou. “Ele usou a dificuldade para gerar oportunidade, além de demonstrar resiliência e alta capacidade para atrair novos relacionamentos”, afirma Marcelo de Lucca, diretor-executivo da empresa. Cuellar já prepara um novo plano para a sua divisão, a ser implementado em breve. “Temos de olhar para a frente, sempre”, diz. (continua)
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