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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Yeda Crusius mostra que sabe administrar.

Antes de qualquer ilação, por parte dos leitores, quero dizer que não tenho ligações com o PSDB (partido político da governadora do Rio Grande do Sul) ou com quem quer que esteja ligado a ela. Faço este post por um dever de justiça.

Dentro da temática central do blog faz-se mister destacar os bons administradores e gerentes que apareçam na mídia como tal; principalmente se são executivos da Administração Pública. É o caso da atual governadora do Rio Grande do Sul, objeto da reportagem (imagem da página ao lado) que a revista Veja publica esta semana.

Não irei detalhar o trabalho da governadora, pois o texto da reportagem já o faz e com mais competência. Registro, tão somente, que é possível se colocar contas públicas em ordem quando os governantes se determinam a fazê-lo e - principalmente - quando têm o talento da liderança e da gestão. Certamente é o caso de Yeda Crusius.

Para quem conhece os meandros dos serviços públicos sabe bem o tamanho do esforço - técnico, político, econômico e pessoal - que a governadora deve ter despendido para alcançar este resultado em tão pouco tempo. Méritos para ela e sua equipe.

Esforços semelhantes que também estão nos anais das histórias de sucesso na administração pública foiram encetados por Mário Covas no seu primeiro mandato como governador de São Paulo e pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Todos eles e ela, excelentes gestores públicos que merecem o reconhecimento dos brasileiros.

Outros governadores e prefeitos no mesmo nível certamente os há, mas não tenho informações. Acho que a mídia deveria dar o mesmo destaque a eles que concede, por exemplo, aos maus governantes, aos corruptos e ladrões do dinheiro público. Certamente se a governadora Crusius, ao contrário do que está na reportagem, tivesse sido flagrada em alguma "operação" dessas famosas da Polícia Federal, certamente estaria na primeira página da Veja e de todos os órgãos de comunicação do Brasil. Como a notícia é sobre seu sucesso como administradora mereceu , apenas, uma página, sem nenhum destaque na capa da revista.




CASA ESTÁ EM ORDEM
(clique no logo)
Depois de ser sacudida por uma crise política que revelou desvios de dinheiro e derrubou assessores, Yeda Crusius recupera as finanças gaúchas e se livra de algumas acusações incômodas - por Otávio Cabral
Jefferson Botega/Ag. RBS
ELA VOLTOU A SORRIR
A governadora comemora uma safra de boas notícias: finanças em ordem e suspeita afastada

"Quando assumiu, há dois anos, a governadora Yeda Crusius encontrou o Rio Grande do Sul em estado de penúria. O déficit era de 2,4 bilhões de reais, os salários estavam atrasados, o 13º do ano não havia sido pago e uma onda de greves paralisava o serviço público. No início deste ano, quando a economia gaúcha ensaiava uma recuperação, veio a crise política. Uma CPI apontou um desvio de 44 milhões de reais em apenas uma autarquia. Aumentando a temperatura, o vice-governador, Paulo Feijó, gravou e divulgou conversas sobre supostos desvios de dinheiro para financiar a campanha de aliados. Ilhada por denúncias, a governadora viu sua popularidade despencar para menos de 10%. Seu impeachment chegou a ser pedido pela oposição. Apesar disso, Yeda manteve o ajuste fiscal, renegociou dívidas, demitiu servidores terceirizados e paralisou obras. O resultado apareceu agora, com o governo comemorando uma safra de boas notícias.

No campo econômico, a gestão da tucana zerou o déficit orçamentário, que perdurava desde 1971. Agora, pela primeira vez em catorze anos, o 13º do funcionalismo foi pago no mesmo ano e com dinheiro próprio. Os salários estão em dia e os fornecedores voltaram a ser pagos após dezessete meses de moratória. Isso só foi possível porque os gastos de custeio, responsáveis pela manutenção da máquina estatal, foram reduzidos em 37%. Os cortes, aliados a um aumento de 23% na arrecadação, transformaram-se em novos investimentos. Para os próximos dois anos, o governo gaúcho anuncia gastos de 1,5 bilhão de reais em obras. Serão construídas 300 escolas e 570 quilômetros de estradas devem ser duplicados.

No terreno político, os tucanos também comemoraram o desfecho de uma suspeita que atingira diretamente Yeda Crusius. No início do mês, o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Mauro Renner, arquivou a investigação sobre a compra de uma casa pela governadora logo após a eleição no valor de 750 000 reais. Ele afastou a suspeita levantada pela oposição de que Yeda não tivesse patrimônio para fazer o negócio. Isso, naturalmente, não é um atestado de lisura de seu governo. Há denúncias graves de irregularidades administrativas que ainda precisam ser devidamente esclarecidas. Mas, do ponto de vista pessoal, é sem dúvida uma vitória. "Peguei um estado inadimplente e sem auto-estima. A única saída era um governo de gestão, austero, fechando os ralos de corrupção e melhorando a qualidade dos gastos", afirma Yeda. Ao menos em relação aos resultados de sua gestão financeira, a governadora realmente tem motivos para sorrir."


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