A Fundação Nacional do Índio (Funai) substituiu o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), criado em 1910. A mudança ocorreu em meio a graves conflitos. Grupos indígenas declaravam guerra entre si, e muitos morriam em combate. Tropas do governo se deslocavam para o interior de Rondônia para reprimir índios que supostamente teriam atacado um povoado no interior daquele Estado.
O SPI apurava denúncias de que o dono do seringal de Itabira teria aprisionado uma índia de 12 anos, para a menina servir de divertimento para os seringueiros. A crueldade irritou os índios, que teriam invadido o seringal.
A Funai absorveu as funções e o patrimônio do SPI, do Parque Nacional do Xingu e do Conselho de Proteção ao Índio. A Fundação é responsável pela educação básica dos índios, pela demarcação e proteção das terras por eles tradicionalmente ocupadas e de fazer o levantamento dos povos existentes no Brasil. Dos cerca de 4 milhões de índios que habitavam o país na época da chegada de Cabral restaram apenas 200 mil. Entre estes estão os Aimoré, também chamados de Botocudo, Avá-Canoeiro, Bororó, Caeté, Caiapó, Carijó, Goitacá e Ianomâmi.
O primeiro chefe do SPI foi um descendente de índios, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. É dele a frase "Morrer, se preciso for; matar nunca". Rondon teve seu primeiro contato com os povos indígenas quando foi designado para a comissão de construção da linha telegráfica que ligaria Mato Grosso a Goiás. Como chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso, o militar formado pela Escola Superior de Guerra, abriu caminhos, mapeou terrenos e, principalmente, estabeleceu relações cordiais com os índios. Rondon reconheceu o direito deles à posse da terra e de viver de acordo com os próprios costumes.
Rondon realiza expedições à Amazônia
O marechal Cândido Mariano da Silva Rondon foi o primeiro a realizar expedições para explorar a Amazônia. O trabalho do sertanista é reconhecido internacionalmente. Em 1913, o ex-presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt manifestou o interesse de fazer com Rondon uma expedição científica à Amazônia. Rondon propôs a Roosevelt descerem o Rio da Dúvida, que nasce no Estado de Rondônia, para mapear seu curso. Durante a viagem descobriu-se uma área correspondente ao Estado do Rio Grande do Sul, que ainda não havia sido mapeada. O Rio da Dúvida passou a chamar-se Rio Roosevelt. O ex-presidente dos EUA escreveu o livro Pelas selvas brasileiras, em que relata a aventura.
Depois de ocupar os cargos criados por ele próprio de presidente vitalício da República-Centro Africana e de marechal do exército, o ditador Jean Bedel Bokassa proclamou-se imperador da monarquia hereditária daquela país, sob o nome de Bokassa I. A festa de coroação do ex-soldado do exército colonial francês consumiu 10 milhões de dólares e foi inspirada na cerimônia que concedeu a Napoleão Bonaparte, ídolo de Bokassa, o título de dignidade imperial em 1804.
Bokassa deixou o palácio onde morava em uma carruagem de 8 toneladas enfeitada de ouro e dirigiu-se ao local da cerimônia onde recebeu a coroa de ouro cravejada de brilhantes, o longo manto e sentou-se no trono em forma de águia com 3 metros de altura por 4 metros de largura.
Todo o trajeto do imperador foi enfeitado com um total de 15 toneladas de flores importadas da Europa. A comida servida no banquete de veio da África do Sul. Bokassa pagou as despesas de viagem dos 3 mil convidados de outros países, além de construir especialmente um bairro com modernas casas pré-fabricadas para alojar os hóspedes.
O luxo da comemoração contrastava com a situação do país, uma das economias mais pobres da África. Os 2,5 milhões de habitantes tinham renda per capita anual de 176 dólares e 82% da população era analfabeta.
Bokassa governou com mão de ferro
A República Centro-Africana tornou-se independente da França em 1960. Jean Bedel Bokassa assumiu o poder em 1966, depois de derrubar outro ditador, David Dacko. Governou com mão de ferro, assassinou opositores e decretou que os ladrões tivessem a orelha cortada. Mas a truculência do tirano opunha-se ao seu sentimentalismo. Bokassa caiu em prantos ao visitar o túmulo do ex-presidente da França Charles de Gaulle, a quem admirava, dizendo: "Papai foi embora. Papai não está mais conosco". Bokassa foi deposto em 1979, após resistir a várias tentativas de golpe.
A Revolta de Aragarças reuniu oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Exército, além de alguns civis, chefiados pelo major aviador Haroldo Veloso e pelo tenente-coronel João Paulo Moreira Burnier, contra o então presidente da República, Juscelino Kubischek. O estopim, que culminou com o primeiro seqüestro de avião do país, foi o fato de Jânio Quadros haver renunciado à candidatura presidencial. Os rebeldes acusavam também o então governador gaúcho Leonel Brizola de liderar uma conspiração comunista no Sul e ameaçavam levar para o "paredão os que tripudiavam sobre a miséria do povo". A intenção era bombardear os palácios das Laranjeiras e do Catete, no Rio, e ocupar as bases de Santarém e Jacareacanga, no Pará.
Os rebeldes seqüestraram quatro aviões e os desviaram para Aragarças. O local fora escolhido porque era um centro de oficiais geograficamente importante e caminho de rotas aéreas. Na visão dos organizadores do protesto, aquele seria um ponto de difusão da luta porque serviria de encontro e ligação de aeronaves vindas do Rio de Janeiro e de outras capitais.
Dois C-47 e um Beechcraft, que decolaram sem permissão da Base Aérea do Galeão, foram desviados para Aragarças (GO). O primeiro tinha Haroldo Veloso como passageiro, que em vôo assumiu a direção da aeronave, e o segundo era comandado por João Paulo Moreira Burnier. O Beechcraft fora seqüestrado em Belo Horizonte pelo major Washington Mascarenhas e era de propriedade particular.
Os três aviões aterrissaram e aguardaram na pista a chegada de um Constelation que fora também seqüestrado em vôo para Belém, pelo major Eber Teixeira Pinto.
O levante não conseguiu adesões. O político Carlos Lacerda, considerado um aliado do movimento, não apoiou os rebeldes e ainda os denunciou ao Ministro da Guerra. Os insurgentes ficaram isolados e a rebelião foi sufocada em apenas 36 horas. Os líderes fugiram de avião para o Paraguai, Bolívia e Argentina, e só retornaram ao Brasil no governo Jânio Quadros.
O Dia do Samba foi criado nos anos 50, por iniciativa de Luis Monteiro da Costa, vereador da Câmara Municipal de Salvador e professor de história, para homenagear Ary Barroso. O músico já havia composto o sucesso Na Baixa do Sapateiro, que exalta as tradições da capital da Bahia, mas nunca havia posto os pés naquela cidade.
A data escolhida para festejar o ritmo musical nascido na Praça 11 do Rio foi aquela na qual o grande compositor visitou pela primeira vez Salvador. Anos mais tarde em 1962, durante a realização no I Congresso Nacional do Samba, no então Estado da Guanabara, o deputado estadual Frota Aguiar conseguiu aprovar um projeto de lei que tornou a comemoração um evento nacional. Desde 1972, a data é celebrada nas ruas das duas cidades.
No Dia Nacional do Samba no Rio, os trens da Central do Brasil que partem às 18h com destino a Oswaldo Cruz ficam repletos de pagodeiros. Cada vagão transporta um grupo de sambistas famoso ou não, que vai tocando e cantando até chegar ao bairro onde nasceu Paulo da Portela. O trem só pára na estação de Mangueira para a Velha Guarda da Verde-e-Rosa entrar, e segue em frente. Em Oswaldo Cruz, todos desembarcam, e se formam várias rodas de samba que vão se espalhando até tomar conta de todo o bairro. A festa só termina ao amanhecer. O Pagode do trem é uma iniciativa do movimento Acorda Oswaldo Cruz.
Vagão de trem foi sede da Portela
O Pagode do Trem foi criado na década de 20 por Paulo Benjamin de Oliveira, um dos fundadores da Portela, que mais tarde adotou o nome da escola de samba como seu sobrenome. Naquela época, o objetivo não era comemorar o Dia Nacional do Samba. Os sambistas eram perseguidos pela polícia e a Portela ainda não tinha uma sede. Assim, os sambistas da escola iam ao encontro de Paulo na Estação da Central, e partiam rumo ao subúrbio. Da Central até Oswaldo Cruz, o vagão onde eles se reuniam transformava-se na sede provisória da Portela. Os sambas eram cantados, escolhidos. Tudo o que se referia à escola de samba era acertado ali.
A Pioneer 11 chegou a 880 mil quilômetros de Júpiter, o ponto crítico de sua viagem pelo espaço, que foi iniciada há um ano. A sonda passou pelo cinturão de asteróides de Júpiter em abril e aproximou-se do planeta em dezembro. O cinturão é composto por milhões de corpos sólidos, que vão desde partículas de pó estelar até massas de rochas de quilômetros de diâmetro.
A nave passou a 43 mil quilômetros do topo das nuvens do maior planeta do sistema solar, o que permitiu tirar fotos nítidas da Grande Mancha Vermelha, fazer as primeiras observações das regiões polares, e determinar a massa de Calisto, uma das luas de Júpiter.
Depois de Júpiter, a Pioneer 11 alcançou Saturno em setembro de 1979, tirou as primeiras fotos do planeta, além de ter descoberto dois novos satélites pequenos, um anel adicional, mediu o campo magnético e ainda descobriu que Titan, uma lua gigantesca de Saturno, é muito fria para abrigar vida. Em seguida, partiu para Urano.
A Pioneer 11 foi projetada para acompanhar a Pioneer 10, lançada em 1972. Ambas foram programadas para ultrapassar os limites do sistema solar em busca de habitantes de outras constelações para entregar-lhes uma mensagem da humanidade, que foi gravada em uma placa de ouro. Lá está um esquema simplificado da nave, um mapa do sistema solar, a trajetória percorrida desde a saída da Terra e ainda as figuras de um homem e uma mulher.
A Pioneer 10 foi a primeira a chegar a Júpiter. Também enviou informação sobre os cinturões de radiação, localizou campos magnéticos e constatou que o maior planeta do sistema solar é gasoso. A sonda passou pela órbita de Plutão, estudou o vento do Sol e os raios cósmicos, que invadem a parte da Via Láctea onde está a Terra.
Exploração de outras galáxias
A missão da Pioneer 11 encerrou-se em 1995, quando as fontes de energia elétrica se esgotaram e a sonda deixou de enviar informações para a Terra. Em sua viagem até as profundezas do espaço, a nave dirige-se atualmente para a constelação da Águia, e deverá chegar a uma das suas estrelas dentro de uns quatro milhões de anos.
Já a Pioneer 10, que foi criada para funcionar por dois anos, durou mais de 30. A última comunicação com a Terra ocorreu em 2003, com a transmissão de um sinal eletromagnético fraco, que levou 10 horas chegar à Terra . Agora, a nave desloca-se em direção à estrela vermelha Aldebarã, no centro da constelação de Touro e deve demorar dois milhões de anos para chegar a seu destino final.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Convido você, caro leitor, a se manifestar sobre os assuntos postados na Oficina de Gerência. Sua participação me incentiva e provoca. Obrigado.