Vejam, vocês, que fui encontrar em um site do Rio Grande do Norte (Qualitymark) dedicado à Qualidade (alô, alô Ronaldo?) este excelente artigo de um renomado consultor - Harry Chambers - que eu também não conhecia.
Ele aborda uma questão sempre presente - eu diria que cotidianamente - na vida dos executivos. Sejam um "júnior" ou um "senior", todos aqueles que exercem funções de gerência, em suas corporações, estão sujeitos às miríades de armadilhas que surgem a cada momento; e podem destruir ou desgastar de forma irremediável uma carreira construída ao longo da vida.
Sugiro que o leiam com atenção. Releiam e imprimam para consultas regulares. Quem for chefe de setor, difunda-o com seus colaboradores e se possível, discuta as questões colocadas com sua equipe, amigos (e eventualmente, até com os "inimigos").
É uma "receita de bolo", mas muito prática, objetiva e - principalmente - atual.
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"Em sua busca por promoção, crescimento profissional e mais responsabilidades, alguns administradores se sentem barrados ou estagnados. É como se tivessem a mobilidade impedida diante de uma barreira profissional. Muitos não conseguem entender o que acontece, e vão atrás de causas externas, acusando os responsáveis pelas decisões, a política ou até o próprio local de trabalho.
Apesar da possível pertinência dessas observações, o profissional motivado avalia o impacto de seu desempenho e de suas atitudes sobre as futuras promoções e o avanço na carreira. A auto-avaliação exige maturidade para aceitar a responsabilidade pessoal. Muitos gerentes cortam seu potencial de crescimento ao se deixarem apanhar por uma ou mais “armadilhas” próprias do cargo, que criam problemas de desempenho e desvantagens para a atuação.
Quatro Armadilhas
São quatro as armadilhas que “amarram” o avanço da carreira:
Em um mundo perfeito, todos os gerentes estariam de acordo com todos os planos, decisões ou políticas. Na vida real, porém, essa concordância permanente não existe. Quando os planos, as decisões e as políticas são implementados, alguns continuam a expressar em alto e bom som suas dúvidas e sua discordância. Eles não conseguem deixar de lado as opiniões contrárias e se submeter. Não organizam seu pessoal para o apoio aos esforços postos em prática. Ao resistir, esperam provar que estavam “certos” se as coisas derem errado. Querem estar em posição de dizer “Eu não falei?” Assim, se satisfazem e deixam outros em má situação. Mas os benefícios não duram muito. Uma vez tomadas as decisões, estabelecidos os planos e determinadas as políticas, você passa a ser julgado pela capacidade de alcançar resultados. Não apoiando, você logo se torna um pária, um alvo perfeito para acusações. A não ser que lhe peçam para agir de modo ilegal, imoral ou antiético, guarde as suas opiniões para si e apóie os esforços da organização. Os seus comandados não devem perceber que você discorda das decisões tomadas por seus superiores.
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2. A culpa vem de cima.
Todo gerente, em algum momento, vai precisar implementar ações impopulares entre aqueles a quem lidera. Reduções no orçamento, demissões, distribuição de tarefas desagradáveis e medidas disciplinares são alguns exemplos. Alguns gerentes responsabilizam os que estão acima deles pelas ações impopulares. Essa atitude traz alguns benefícios a curto prazo, já que, pelo menos inicialmente, pode reduzir a animosidade e o ressentimento contra eles. Mas quem joga a culpa sobre os superiores se apresenta como um fraco, vítima de uma administração opressiva, dando assim a impressão de ter pouca ou nenhuma influência sobre as decisões. E logo passa a ser ignorado. Responsabilizar os superiores também gera uma boa desculpa para um mau desempenho ou a falta de apoio dos comandados, que, quando acusados de desobediência, podem argumentar: “Ora, você também não queria fazer!” E toda falta de apoio ou falha no desempenho se reflete negativamente sobre o gerente.
3. Não foi idéia minha.
Esta armadilha identifica a rejeição impulsiva, reativa e radical de qualquer idéia que não tenha sido gerada pessoal ou internamente. Isso inclui a recepção negativa a sugestões dos empregados, a avanços no setor ou a tendências da administração. Cair presa do “não foi idéia minha” demonstra a resistência a aprender com a experiência alheia e aceitar inovações que deram certo em outros lugares. Esta armadilha fica evidente em declarações como: “Aqui é diferente.” “Aqui não vai dar certo.” ou “Você não sabe como são as coisas aqui.” Os administradores que caem nesta armadilha dão a impressão de se sentirem ameaçados pela criatividade e inovação alheias. O administrador eficiente aprende com os outros, valoriza a contribuição do empregado e procura outras fontes de informação. A rejeição da experiência, do intelecto e das idéias alheias é uma espécie de auto-exílio que impede o desempenho e o crescimento. As pessoas que trabalham para gerentes que caíram na armadilha do “não foi idéia minha” logo aprendem a não oferecer sugestões, a não tomar iniciativas nem assumir riscos.
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Alguns administradores tentam fazer de “My Way”, imortalizada na voz do falecido Frank Sinatra, sua canção-tema. Eles criaram e mantêm uma ilha de influência e controle fechada, isolada. “My Way” é o hino do gerente controlador que não é visto com bons olhos pelos funcionários. As declarações indicativas desta armadilha incluem: “Não importa como foi que lhe ensinaram. Aqui, fazemos assim” ou “Agora, vamos fazer do meu jeito”.
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Os gerentes eficientes incluem os empregados nas decisões e identificam com clareza para eles os três “Q”:
- Que vamos fazer?;
- Qual o motivo de fazermos assim?; e
- Quando vamos fazer?
Incentivar cada um a encontrar o próprio jeito de atuar aumenta a dedicação, eleva o moral e melhora o desempenho. As pessoas trabalham com mais empenho, para provar que estão certas. Tendemos a apoiar o que ajudamos a criar. Os administradores “My Way” tentam exercer controle total sobre as metodologias e julgam com severidade ou repreendem os que não se conformam. Assim, logo se tornam ultrapassados e pouco eficientes, por criarem um ambiente de exclusão, gerando alta rotatividade de empregados, moral baixo e problemas de desempenho.
Essas quatro armadilhas estão entre as mais comuns. Todo administrador, por mais bem-sucedido que seja, só tem a ganhar com a auto-avaliação e a eliminação de comportamentos negativos nessas quatro áreas. Ao evitar essas armadilhas, você estará garantindo a produtividade, o sucesso e o crescimento. "
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.* Harry E. Chambers é especialista em desempenho e presidente da Trinity Solutions, empresa de consultoria com sede em Atlanta. Entre seus livros publicados, incluem-se Getting Promoted (Perseus) e Finding, Hiring and Keeping Peak Performers (Perseus).
.* Harry E. Chambers é especialista em desempenho e presidente da Trinity Solutions, empresa de consultoria com sede em Atlanta. Entre seus livros publicados, incluem-se Getting Promoted (Perseus) e Finding, Hiring and Keeping Peak Performers (Perseus).
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Nota: as imagens foram copiadas do site Gettyimages
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