Relativismo moral é uma expressão forte, mas verdadeira. Não consigo achar uma melhor para descrever o comportamento das sociedades ocidentais, Brasil incluído, frente às atrocidades e ao atraso que continuam marcando as nações do continente africano. E não só em relação ao tema da cruzada de Ayann Hirsi, mas em todos os quadrantes do comportamento social, político e ambiental que são denunciados todos os dias. Veja-se agora o caso de Robert Mugabe, no Zimbábue.
E o que fazem as nações do mundo ocidental? EUA e UE, principalmente, sem falar nos demais paises do chamado G-8? Não fazem nada. Ou melhor fazem, sim. Se utilizam da retórica e se escondem nas dobras da diplomacia, dita pragmática e tratam as barbáries, conhecidas, na África, com o que? isso mesmo, relativismo moral.
Enquanto um número cada vez maior de famílias de africanos foge do terror, dos assassinatos, das guerras tribais e da miséria mais absoluta na África, a União Européia aprova uma lei criminalizando a imigração ilegal (leia Retrocesso na União Européia. Imigração ilegal será crime.). Insensatez total.
Situação muito semelhante, guardadas as proporções, viveu o Rio de Janeiro com suas favelas. Apatia, mais relativismo moral e veja ai o resultado. São muitos os exemplos, mas os líderes das nações preferem o tratamento tópico com uma lei, a exemplo dessa da UE, que mais parece um inseticida a ser usado contra seres humanos.
Ou as nações desenvolvidas investem pesadamente na África – em todos os segmentos – ou teremos uma onda crescente de violências assomando suas próprias sociedades. É a lei da natureza humana e foi assim desde sempre.
Escritora somali acusa Ocidente de apatia
Relativismo moral permite opressão em países islâmicos, afirma Ayaan
"A escritora somali Ayaan Hirsi Ali pediu ontem que o Ocidente apoie grupos a favor da democracia, dos direitos da mulher e da liberdade em países muçulmanos. Em visita a Porto Alegre, ela deu entrevista coletiva pouco antes de uma conferência no Curso de Altos Estudos Fronteiras do Pensamento e do lançamento do livro A Virgem na Jaula: Um Apelo à Razão, que resume sua indignação com o fundamentalismo islâmico e o relativismo ocidental que, a pretexto de respeitar outras culturas, aceita agressões aos direitos humanos.
"Vejo alguma forma de reação (ao fundamentalismo) em grupos muçulmanos que vivem no Ocidente e pequenas ilhas nas metrópoles muçulmanas", afirmou. Ela acusou o Ocidente de manter-se apático diante da opressão de crianças e mulheres em famílias, tribos e países islâmicos. Para Ayaan, o problema do relativismo moral é que ele faz distinção entre pessoas que devem obedecer às leis e minorias, que estariam dispensadas. "(Os intelectuais que aprovam isso) estão errados ao romantizar as tradições tribais e práticas que eles não imporiam a seus filhos", afirmou.
Nascida em 1969, Ayaan sofreu mutilação sexual, aproximou-se dos fundamentalistas, mas fugiu de um casamento forçado e foi para a Holanda em 1992. Depois de cursar Ciência Política e Filosofia em Leiden, ela começou a falar publicamente sobre a repressão às mulheres no Islã e acabou eleita para o Parlamento. Em 2004, escreveu o roteiro do filme Submissão Parte Um, que falava sobre a questão. O diretor, Theo van Gogh, foi morto em Amsterdã por um marroquino que deixou um bilhete ameaçando Ayaan. Hoje a escritora vive nos EUA sob um rígido esquema de proteção." (Matéria de Elder Ogliari -FSP Porto Alegre)
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