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Vou redirecioná-los ao blog do meu amigo da blogosfera, em Lisboa-Portugal, Manoel Carlos Fonseca Lima. É o autor do Limiano41 pelo qual tenho o maior carinho.
O Manoel Carlos é um amante "escandaloso" do Brasil. Declara isto nas mínimas oportunidades. O seu blog - conforme verão ao visitá-lo - está repleto de bandeiras e imagens do Brasil. É um brasileiro auto-declarado.
Há algumas semanas ele denunciou - muito constrangido - a situação do mau atendimento de brasileiros pelo consulado em Lisboa.
No dia 24 pp, no post intitulado "Uma jangada na pororoca" voltou a fazer a denúncia. Desta vez com ênfase e forte indignação. Justa! Sente, como amante do Brasil que é, um enorme constrangimento por ver o nome do nosso país sendo objeto de pouca consideração e gracejos desairosos por parte dos seus conterrâneos portugueses pelas cenas e atitudes que presenciou no local. E está cheio de razões.
Enviei um resumo do post dele para diversos jornalistas, aqui em Brasilia, procurando uma forma de provocar o interesse de alguém que tenha tribuna para reverberar a denúncia. Peço aos amigos e visitantes que façam valer a força da blogosfera e denunciem em seus blogs esta situação (mais uma) vergonhosa para nós brasileiros. Uma lástima.
Aqui no Brasil, nunca ouvi ou li nada a respeito; mas "coincidentemente" está na mídia de hoje denúncia contra o nosso consulado em Cancun-México, que não prestou atendimento condizente a uma família brasileira, que em férias, foi atingida pela tragédia. A família inteira foi vítima de atropelamento. A mãe morreu na hora e uma das filhas está na UTI em estado crítico. A família e os amigos "botaram a boca no trombone" e denunciaram o mais absoluto descaso do consulado em Cancún. A notícia certamente estará nos jornais de amanhã. Será coincidência? Duvido.
Transcrevo abaixo alguns trechos do post de Manoel Carlos:
[...] "Mas, hoje, encorajado pela decepção, pela agonia das imagens e pela injustiça que por ali paira, peço licença e com a devida vénia, no ensejo, permitam-me gritar bem alto! ... Falo da situação excepcionalmente precária, para não dizer escandalosa, pela qual os brasileiros em Lisboa estão sendo submetidos, quando necessitam de atendimento consular ... As coisas vão de mal a pior e não se nota um gesto por parte de ninguém para evitar o vexame causado pelas filas enormes de cidadãos brasileiros que todos os dias a partir das 3 da madrugada, comparecem nas imediações do Consulado Geral do Brasil em Lisboa, a fim de poderem tratar de seus assuntos relacionados com a sua permanência em Portugal."[...]
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[...] "Ontem, dia 17, teria sido a gota de água, já que até houve quem se masturbasse em exibição arrojada, no meio daquela confusão. Tem pessoas que levam cobertores, cadeiras, cartão canelado que serve de cama; jornais velhos, causando uma imagem que nada dignifica esse povo fabuloso que é o povo brasileiro.
No interior do Consulado reina aquilo que em linguagem popular se diz com mais sonoridade: a bagunça. Logo que se abrem as portas, às nove da manhã, começa a luta pelo primeiro lugar, a primeira senha de atendimento. São as mulheres grávidas, (bastantes) as que trazem as crianças, as pessoas "deficientes" que utilizam as "tais" muletas que entram na frente para serem atendidas.
O barulho é ensurdecedor, vozes de timbres fortes quase gritando, choro das crianças, as advertências em voz mais forte do segurança, o calor insuportável, pois que o ar condicionado, desde que foi instalado pela firma contratada para a remodelação do Consulado, ainda não conseguiu detectar o defeito. Sobre a remodelação mais recente do Consulado, quem sabe uma sondagem servisse para apurar as mais cruéis e menos eficientes mudanças ali operadas...e quanto dinheiro, o dinheiro do contribuinte, se aplicou indevidamente!" [...]
[...] "A distribuição dos documentos que vão sendo prontos é feita por um funcionário que mal sabe ler, o que tem contribuído para o desaparecimento de alguns documentos e outras anomalias não muito difíceis de contornar, fosse feito melhor controle ou mais cuidado com as aptidões de cada funcionário. Não se pode exigir, como diria a minha mãe, que um sapateiro toque rabecão! As pessoas reclamam da longa espera na entrega dos documentos e que incrivelmente essa lacuna advém da demora no despacho e assinatura dos responsáveis." [...]
[...] "Por amor de Deus que se faça alguma coisa, está na hora! Não vou sintetizar mais o espetáculo deprimente e prometo nunca mais me referir a ele já que estou convicto que sua solução será, de pronto, evidente. Como sugestão, humilde sugestão para que seja sanado de imediato ou a curto prazo aquele problema, dou a ideia de se contatar uma empresa de comunicações e ajustar sobre uma plataforma ou rede telefónica com vistas a que os assuntos que o Consulado pode prestar, sejam obtidos através de marcação prévia e em proporções condizentes com que o "staff" pode prestar dentro dos limites possíveis. Aí sim, poder-se-á, de pronto, eliminar as tão deprimentes filas ou aglomeração de pessoas que só tem contribuído, até aqui, para uma péssima imagem. Pois chegou-se ao desplante de alguém alugar muletas ou "canadianas" que são utilizadas para servir como "prioridade"no atendimento, por distribuição de senhas, algumas vendidas. O mesmo acontecendo com crianças que são utilizadas, por cedência paga, para o mesmo fim." [...]
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Prezado Herbert,
ResponderExcluirÉ assim mesmo com essa força e clareza!
Muito obrigado.
Apenas a palavra DENÚNCIA me causa
um estranho desequilíbrio no meu carácter.
Mas seja: palavra certa para ocasiões certas.
Para me conhecer melhor veja o meu "novo" perfil resumido,
Grande abraço do
Manoel Carlos
Caro amigo Manoel Carlos,
ResponderExcluirNão se preocupe. Denúncia é como, aqui no Brasil, denominamos este tipo de revelação que informa desmandos - principalmente da administração pública - contra a população.
Talvez a sensibilidade e educação de europeu realmente seja perturbada pela expressão. Mas é assim que funciona a democracia. O que está errado deve ser denunciado para que, ao tomar conhecimento, a opinião pública possa cobrar as providências às autoridades, pagas com o dinheiro dos impostos.
Denúnciar, como cidadãos livres, é a proteção que a sociedade dispõe contra os flagelos da incompetência e da corrupção.
Um abraço e até breve.