Tomei consciência do assunto quando fiz o curso "Sintonia" do Lair Ribeiro lá pelos idos de 1991/92. A partir dai procurei nutrir a minha curiosidade lendo tudo que estivesse ao alcance e participando de palestras.
ATENÇÃO: Como o texto é longo (três páginas da revista) eu o fracionei em quatro posts consecutivos para facilitar a compreensão e publicá-los em seqüência natural de leitura.
="Não faz muito tempo ele resumiu em uma pergunta sua opinião sobre o trabalho no século 21: “Como nós, humanos, conseguiremos competir com os computadores em trabalhos passíveis de automação?”. A resposta parece óbvia e poderia ser formulada com outra pergunta retórica: “Vale a pena competir em cálculos matemáticos com uma calculadora eletrônica?”. Se acha que a resposta é um rotundo “não”, você concorda com Daniel Pink.
A realidade da qual ele parte é irrefutável. As grandes economias mundiais tendem a automatizar-se mais e mais e a exportar trabalhos de escritório como contabilidade básica, análises financeiras básicas e serviços jurídicos simples para outros países nos quais isso saia mais barato. Preferirão concentrar seus esforços na busca e no estímulo dos talentos criativos. Exatamente como ocorreu historicamente com as operações de manufatura.
Ágil observador do trabalho, Pink identifica e relaciona esses aspectos da economia globalizada e os associa a funções cerebrais que podemos (e precisaremos) pôr em ação para não perder o trem para o futuro. Segundo sua análise, as pessoas, os empreendedores e o mundo dos negócios como um todo deverão reformular seu enfoque de criatividade para não ficarem de fora do que ele chama de “era conceitual”. A sobrevivência no século 21, garante Pink na entrevista a seguir, depende do uso que os seres humanos farão do hemisfério direito do cérebro. "
.(Início da entrevista)
Ao longo da evolução, nosso cérebro fez um trabalho muito bem-feito, dividindo tarefas. O hemisfério esquerdo do cérebro se especializou em tarefas lógicas, lineares, seqüenciais e analíticas; já o direito se especializou em compreender as coisas em seu conjunto, em vez de em seqüência, em processar mais o contexto do que o texto e em sintetizar mais do que analisar.
As capacidades características do hemisfério esquerdo, ou seja, as habilidades lógicas, lineares, do tipo planilha, costumavam ser as que mais contavam. Nas últimas décadas, vivemos a era da informação, a era do lado esquerdo do cérebro e do que Peter Drucker batizou de “trabalhador do conhecimento”. As habilidades tradicionalmente associadas a advogados, engenheiros e contadores eram tudo o que necessitávamos para seguir em frente.
Hoje essas capacidades ainda são essenciais, mas não bastam. Estamos nos primeiros dias da era conceitual, na qual as figuras econômicas centrais são artistas, designers, inventores, professores, empreendedores e pensadores, que conseguem ver o quadro mais amplo. Esses são os tipos de habilidade que agora são determinantes para separar os que vão para frente daqueles que ficam para trás.
A razão disso está relacionada com três poderosas forças econômicas: abundância, Ásia e automação. Esse trio vem nos conduzindo de uma era para outra. Hoje, para “acontecer”, você tem de fazer algo que seja difícil de terceirizar, difícil de automatizar e que atenda à demanda crescente por coisas não-materiais, com características estéticas, espirituais ou emocionais. Programação de computador, contabilidade ou análise financeira não se encaixam nessa descrição pois são atividades passíveis de contratar do outro lado do mundo. É muito mais difícil fazer isso com capacidades artísticas ou de contextualização." [...] (continua no post abaixo)
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