"Há exatos 30 anos, para celebrar o Dia da Abolição, o deputado Ulysses Guimarães, presidente nacional do então MDB, acompanhado por Tancredo Neves, Freitas Nobre e Saturnino Braga, se pôs à frente de uma pequena multidão que marchou sobre a praça do Campo Grande, no centro de Salvador. O destino era a sede baiana do partido instalada num velho casarão próximo dali.
O país vivia sob a ditadura militar inaugurada em março de 1964 e que só se esgotaria em janeiro de 1985. Uma portaria do Ministério da Justiça proibia concentrações em praças públicas. Naquele dia 13 de maio, a polícia cercara desde cedo a praça e prendera estudantes e líderes políticos locais - como o economista Rômulo Almeida e Domingos Leonelli, atual secretário de Turismo da Bahia.
Diante de um grupo de policiais armados com fuzis e munidos de cachorros ferozes usados para ameaçar os manifestantes, Ulysses soltou o brado que se tornaria famoso: "Respeitem o líder da oposição". Em seguida, com o braço levantado, rompeu a barreira policial e entrou na sede do MDB. Pouco mais tarde, de uma das janelas do velho casarão, discursou para quem não pode entrar junto com ele:
- Soldados da minha pátria! Baioneta não é voto e cachorro não é urna.
É uma pena, mas já não se fazem líderes políticos com a coragem, a bravura cívica e a capacidade de se indignar de um Ulysses.
As fotos que acompanham esta nota são de Luciano Andrade. Na época, ele trabalhava no jornal Tribuna da Bahia. Depois trabalhou na VEJA, IstoÉ e Jornal do Brasil." [...]
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