(imagem da capa da edição da revista Lance no dia de hoje)
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Difícil fugir do assunto de hoje. O jogo Brasil e Argentina, logo mais à noite, em Belo Horizonte está centralizando as atenções dos brasileiros. Sobre o jogo em si, nada a comentar. Será emocionante como sempre e o resultado, imprevisível. Então, para que estou produzindo um post sobre isto?
Me explico.
Provavelmente veremos, ao vivo e a cores, uma lição prática de comportamento corporativo. O grande personagem da noite não estará jogando, será o técnico Dunga. Já opinei sobre ele no post Seleção do Brasil é resultado de "truque gerencial".
Ocorre que a mídia - na sua quase totalidade - está dando como certa a saída dele, no caso de uma derrota do seu time. Não! Não foi à toa que grifei a expressão "seu time". É exatamente essa circunstância que poderá "salvar" o emprego de Dunga, como técnico e de muitos dos atletas convocados.
Explico um pouco mais.
Se o Dunga sair quem entrará? Ninguém pode prever, mas alguém assumirá o posto. Mal ou bem, ele formou um grupo de jogadores e auxiliares que estão com suas posições consolidadas na atual corporação da seleção brasileira. Todos são "cargos de confiança". Saindo o comandante muitos deles ficarão "desempregados" na convocação do novo técnico. E muitos dos que lá estão jamais teriam sido convocados por um técnico de verdade. Vou evitar nomes...
São estes jogadores que vão procurar se superar para "esconder" a crise que a falta de competência do chefe - reconhecida por eles mesmos - disparou na mídia especializada e entre os milhões de torcedores da seleção com as duas derrotas.
Uma vitória, hoje, sobre o maior rival, a Argentina, vai jogar uma névoa sobre as derrotas anteriores e preservará a continuidade de Dunga; ele vai ficar "devendo" e por consequência, a manutenção das convocações deste mesmo grupo estará garantida. Faz sentido?
É assim que funciona, também, nos ambientes da empresas. Quantas vezes você já viu, participou ou tomou conhecimento que um determinado grupo de empregados "fechou" com seu gerente que estava ameaçado de demissão e passou a trabalhar e produzir mais para "salvar o pescoço" do chefe? Eu mesmo já fiz isto. É muito mais comum do que imagina a vã filosofia corporativa.
É o que deve acontecer hoje. Haverão exceções? Talvez, se o grupo dos que querem que ele saia (que certamente existe) for maior do que a turma que quer o contrário. Existem maneiras e maneiras de se comportar numa disputa, principalmene se a atividade for coletiva. Não foi o que aconteceu nas duas últimas derrotas? Um comportamento "desinteressado" dos jogadores (alguns) dentro do campo. Prova? É só ouvir as entrevistas onde atletas falam em "jogar contra a Argentina com mais garra e mais vontade". Ora, ora! Isto não é para acontecer em todas as disputas com a camisa da seleção? Não foi essa a marca do Dunga quando assumiu a função?
Outro sinal? O Kaká deu uma entrevista, recentemente, onde ficou claro que Dunga não tem o respeito dele que é o melhor jogador do mundo e foi - acintosamente - diminuído no seu status pelo técnico. O que representa isto dentro de uma corporação? Se não for crise, mudo o meu nome...
Diante disto tudo, vamos acompanhar, além do jogo em si, o comportamento do grupo hoje à noite. Particularmente acho que vão correr muito e como diz a mídia dos esportes, "se superar". Independente das "táticas e estratégias" do Dunga (ninguém sabe mesmo as que ele utiliza) os jogadores vão, provavelmente ganhar da Argentina. Eles vem, também, com suas crises internas, mas estão muito motivados pela oportunidade de quebrar a série de derrotas recentes para os brasileiros. Vai ser um espetáculo.
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PS - Tomara que "los hermanos" não vejam a capa do jornal Lance de hoje (ampliada no início deste post). Se você fosse o técnico da Argentina o que faria com a imagem? Consegue imaginar um "doping emocional" melhor?
E os torcedores argentinos? Imagine essa capa circulando na concentração e nos vestiário dos jogadores antes do jogo.
Tomara que o Lance não tenha pisado na bola.
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