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Vi esta foto na Folha de São Paulo (sempre ela) e me deu um estalo. Trata-se de um manifestante na África do Sul protestando contra as eleições de amanhã, 2º turno, no Zimbábue.
Vi esta foto na Folha de São Paulo (sempre ela) e me deu um estalo. Trata-se de um manifestante na África do Sul protestando contra as eleições de amanhã, 2º turno, no Zimbábue.
Quem está acompanhando o noticiário internacional (clique neste ponto, aqui e também aqui) sabe que o atual presidente, Robert Mugabe, ditador no poder desde 1980 (foi primeiro ministro e depois presidente), perdeu o primeiro turno nas eleições realizadas recentemente. Logo após essa derrota, centenas de partidários do candidato da oposição, Morgan Tsvangirai, foram assassinados durante a onda de violência que (ainda) está assolando o país. O vencedor do primeiro turno disse que não disputaria as eleições por falta de segurança e se refugiou na embaixada da Holanda em Harare (capital do Zimbábue) denunciando ao mundo as atrocidades dos partidários de Mugabe. É a África.
E dai? Devem estar perguntando os leitores do blog. O que a Oficina de Gerência tem a ver com esta notícia? Para responder a essa justa indagação vou dividir a resposta em dois itens:
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4Primeiramente me valho do universalismo que permeia quaisquer conceituações de administração e liderança. Este epísódio pode, perfeitamente, ser caracterizado como um... case. Vejamos: Mugabe, há quase 30 anos no poder, está em declínio e não suporta ser substituído. Isto lembra alguma coisa do mundo corporativo? Gente aferrada, ano após ano, à cadeira de presidente? De diretor ou de gerente? Já perderam a validade, mas não largam o osso?
4 Em segundo lugar, o case serve mostrar que Robert Mugabe esqueceu que estamos no século 21 e não mais nos anos 80. Quando um manifestante na África do Sul e a pressão internacional, principalmente dos demais paises africanos, se movem contra as eleições de amanhã no Zimbábue, são novidades que merecem registro no conturbado cenário político daquele continente.
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Antigamente, quem se importaria com isso? Milhões de pessoas já foram assassinadas ali, simplesmente, por ódios tribais e os paises "civilizados" mal protestaram.
Vamos acompanhar este panorama. O que ocorrer, de um jeito ou de outro, marcará uma divisória nas relações entre o primeiro mundo - União Européia e EUA, principalmente - e o continente africano. Se não, vejamos:
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8 No caso de Mugabe insistir em se reeleger sob os protestos internacionais e de seus próprios co-irmãos, mostrará ao mundo que as nações mais desenvolvidas não tiveram poder ou não se interessaram de verdade (essa é a hipótese mais plausível), de degolar adversários para se manter no poder. Enfraquecerá todos os dicursos europeus e americanos contra as desumanas brutalidades que são recorrentes nas terras da África.
8 Se o ditador recuar, o que será uma vitória contra o barbarismo, o mundo ocidental mostrará que o discurso que faz contra as ditaduras e os direitos humanos, na África, são para valer. Será uma clara demonstração de que a realidade, nas nações africanas não serão como antes.
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ATENÇÂO: Alguém duvida que a onda migratória de africanos para paises europeus, principalmente, não traz em seu bojo os resultados de governos como o de Roberto Mugabe, no Zimbábue? A eleição de Mugabe, amanhã, apenas mostrará que a União Européia longe de querer resolver o problema que lhe afeta, escolherá a repressão simples aos imigrantes (leia o post Retrocesso na União Européia. Imigração ilegal será crime.). Uma espécie de "solução final nazista" para resolver esta... perturbação..
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