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quarta-feira, 23 de abril de 2008

Quem conta um conto, aumenta um ponto (2)


Este post (o segundo) é a continuação do anterior "Quem conta um conto..."

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Quem conta um conto, aumenta um ponto....

"Quando a conversa informal nos corredores das empresas se transforma em falatório, a fofoca dá as caras e os envolvidos são atingidos em suas vidas pessoal e profissional." (Texto de Rosani Andreani)


CONFIANÇA
"A tendência de exagerar nas histórias há muito tempo deixou de ser considerada uma atitude tipicamente feminina. Atualmente, homens e mulheres fazem seus comentários maldosos e os motivos que levam a isso variam muito. Eles podem ser estimulados pela inveja, revanchismo, ódio e até insegurança. Por isso, nada de trocar informações muito íntimas com colegas de escritório. Afinal, é difícil saber se a confidência será usada contra você
Nessas horas, é inevitável questionar o caráter do colega. Rodrigo Cardoso define estas pessoas com necessidade aguçada de se sentir importante como carentes afetivamente. Elas acreditam, erroneamente, que, ao falar mal de um colega, estarão se aproximando mais do ouvinte e se tornando seu amigo e confidente.
“Com esse gesto, atiram no próprio pé – pois, ao virar as costas, a primeira coisa que seu confidente irá pensar é se ele fala dos outros assim, falará de mim também...”, diz Cardoso, decretando o fim do estilo “estou falando porque sou seu amigo ou tenho a melhor das intenções”.

NA PRÓPRIA PELE
Se os prejuízos do disse-me-disse alcançam as pessoas em sua integridade, quando o assunto é produtividade o prejuízo não é menor. De acordo com Alexandre Freire, as áreas de vendas são um bom exemplo de atividade onde se perde muito com a fofoca, pois os negócios giram em torno da confiança. Com o bafafá, o clima pode se deteriorar – a ponto de, nos momentos de interação entre os membros da equipe, as palavras serem contidas, o contato visual evitado e as discussões carregadas de sentimentos negativos.
Para ilustrar, o consultor cita um caso recente de um profissional de vendas que fez chegar às mãos de um cliente algumas fotos (manipuladas) de um vendedor de uma empresa concorrente que estava no páreo para fechar um grande negócio. A foto insinuava que o colega de profissão fazia programas homossexuais à noite... “A situação gerou um mal-estar enorme entre todos os envolvidos. Para desfazer o constrangimento, até a esposa do vendedor que foi vítima da fofoca teve que falar em seu favor”, conta o consultor.
Outra experiência negativa foi vivida por Carmen S. F., ex-vice-presidente de uma importante organização no segmento de Recursos Humanos (a pedido da entrevistada, o nome é fictício). Ela conta que era a única mulher num grupo de dez vendedores e sua performance, superior a dos colegas. As vendas eram feitas no escritório das empresas, sempre que necessitavam de um profissional específico. “Lá, a segurança que eu transmitia e a certeza de encontrar essa pessoa no mercado é que fazia a diferença”, conta.
Resultado: seus colegas armaram uma tremenda fofoca, dizendo que ela havia se unido à telefonista da empresa para que todos os contatos fossem direcionados para ela. “Infelizmente, fui demitida sob a acusação de que roubava as vendas”, explica. Depois de quase seis meses de sua saída e com a queda no faturamento da organização que a dispensou, a executiva foi procurada para que retornasse. “Não aceitei porque já estava em outra empresa e todos os clientes me seguiram, pois confiavam no meu trabalho”, conta. Ou seja: quando o assunto é fofoca, um boato, por mais singelo que pareça, pode fazer um estrago daqueles na sua imagem e na reputação de uma empresa.
Quando analisada de forma isolada, muitas vezes é difícil perceber o poder destrutivo da fofoca. Comentários maldosos – sobre empresas e até nações – podem fazer as bolsas de valores despencarem mundo afora ou mesmo causar danos à imagem de organizações públicas e privadas. “Nove em cada dez pessoas são demitidas por conta de atitudes e comportamentos. Portanto, é papel da liderança identificar os potenciais causadores de problemas no grupo”, fala Rodrigo Cardoso. “E quem não pára de espalhar boatos, mesmo sabendo desses riscos, precisa ser desligado da companhia”, conclui o consultor."
(continua no post seguinte)
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