Está no ar mais uma grande operação da Polícia Federal com um daqueles nomes "criptografados" que já são uma marca da PF: Pasárgada.
Desta vez a rede pegou alguns peixes maiores. Veja um trecho da reportagem (imagem abaixo) da Folha de São Paulo de hoje (10/abril).
Porque trago ao blog mais um post sobre corrupção na administração pública? Resposta: para que não nos esqueçamos que essa máfia é incansável e intimorata, no mal sentido.
Vejam que a todo momento estão sendo denunciados os desbaratamentos e prisões de quadrilhas de assaltantes dos cofres públicos, mas mesmo assim esses caras não param de roubar. Parece que se acham ou invisíveis ou blindados para se esconderem do braço da lei. Incrivel!
Quem acompanha meus comentários já conhece minha opinião. Estou convicto que, em se tratando do dinheiro público, à disposição dos órgãos das administrações públicas federal, estadual e municipal, a corrupção é a regra e a probidade, a exceção.
Defendo que não há efetiva vontade política de se acabar com a corrupção endêmica que assola as administrações públicas. Os exemplos (poucos, é verdade) de instituições que conseguiram erradicar as facilidades para a prática da corrupção mostram que é possível, sim, combater com eficiência e eficácia essa praga que rouba os recursos tão necessários para o bem estar coletivo.
As leis existem, os mecanismos institucionais idem, técnicos honestos no governo e fora dele existem também. O que não existe é a vontade real, direta, determinada, de combater a corrupção.
A "Operação Pasárgada"da PF só nos mostra, com toda a sua grotesca nudez, como são sofisticadas as grandes quadrilhas de corruptos. Leiam abaixo, parte da reportagem de Paulo Peixoto, da Folha de São Paulo.
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"A Polícia Federal prendeu ontem 51 pessoas em Minas Gerais, na Bahia e no Distrito Federal, suspeitas de desvio ilegal de recursos do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), que é repassado pela União. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em R$ 200 milhões, em três anos.
Entre os detidos há 16 prefeitos (14 de MG, um deles afastado do cargo, e dois da BA), quatro procuradores municipais, nove advogados, um gerente da Caixa Económica Federal e até um juiz federal de Belo Horizonte, além de mais quatro servidores do Judiciário.
Ao todo, o juiz-corregedor do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1a Região), Jirair Megueriam, expediu 53 mandados ie prisão, dos quais apenas dois não foram cumpridos.
Uma juíza federal também é suspeita de participação nas fraudes, mas não houve ordem de prisão para ela..
A PF manteve sob sigilo os nomes de todos os envolvidos, mas o cumprimento dos cem mandados de busca e apreensão da operação, batizada de Pasárgada, acabou revelando os nomes de alguns suspeitos. Foram os casos, por exemplo, dos prefeitos das cidades-pólo mineiras de Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani (PTB), e de Divinópolis, Demetrius Pereira (PSC).
Na casa de Bejani em Juiz de Fora, a PF ficou por quase seis horas. Encontrou R$ 1,12 milhão em espécie (uma máquina ie contar dinheiro foi solicitada para apurar o montante) e um revólver de uso exclusivo das Forças Armadas, duas pistolas e duas carabinas.
No sítio do petebista, ex-deputado estadual, a PF apreendeu dois caminhões, uma camionete, um jipe, três quadriciclos e uma moto . A polícia vai checar se os rendimentos de Bejani são compatíveis com os bens.
A maioria dos suspeitos foi presa em casa, já que às 6h os agentes da PF estavam nas ruas cumprindo os mandados judiciais. No total, houve apreensão de R$ 1,3 mihão, US$ 20 mil, 38 veículos e dois aviões, além do sequestro de 'Vários imóveis".
"As provas são bem substanciosas. Estamos bem tranquilos quanto às medidas cautelares que cumprimos”, disse o delegado Mário Alexandre Aguiar, coordenador da operação.
Entre os detidos há 16 prefeitos (14 de MG, um deles afastado do cargo, e dois da BA), quatro procuradores municipais, nove advogados, um gerente da Caixa Económica Federal e até um juiz federal de Belo Horizonte, além de mais quatro servidores do Judiciário.
Ao todo, o juiz-corregedor do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1a Região), Jirair Megueriam, expediu 53 mandados ie prisão, dos quais apenas dois não foram cumpridos.
Uma juíza federal também é suspeita de participação nas fraudes, mas não houve ordem de prisão para ela..
A PF manteve sob sigilo os nomes de todos os envolvidos, mas o cumprimento dos cem mandados de busca e apreensão da operação, batizada de Pasárgada, acabou revelando os nomes de alguns suspeitos. Foram os casos, por exemplo, dos prefeitos das cidades-pólo mineiras de Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani (PTB), e de Divinópolis, Demetrius Pereira (PSC).
Na casa de Bejani em Juiz de Fora, a PF ficou por quase seis horas. Encontrou R$ 1,12 milhão em espécie (uma máquina ie contar dinheiro foi solicitada para apurar o montante) e um revólver de uso exclusivo das Forças Armadas, duas pistolas e duas carabinas.
No sítio do petebista, ex-deputado estadual, a PF apreendeu dois caminhões, uma camionete, um jipe, três quadriciclos e uma moto . A polícia vai checar se os rendimentos de Bejani são compatíveis com os bens.
A maioria dos suspeitos foi presa em casa, já que às 6h os agentes da PF estavam nas ruas cumprindo os mandados judiciais. No total, houve apreensão de R$ 1,3 mihão, US$ 20 mil, 38 veículos e dois aviões, além do sequestro de 'Vários imóveis".
"As provas são bem substanciosas. Estamos bem tranquilos quanto às medidas cautelares que cumprimos”, disse o delegado Mário Alexandre Aguiar, coordenador da operação.
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Modus operandi
Modus operandi
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O esquema investigado há oito meses envolve prefeituras que têm dívidas com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Os municípios têm 6% do repasse mensal do FPM retidos para ser abatido no débito com o órgão da União.
Contatadas por lobistas, as prefeituras contratavam sem licitação um escritório de advocacia, que entrava com mandado de segurança ha Justiça Federal alegando que ò INSS estava retendo valores superiores aos 6% — o que não era verdade. Se o percentual alegado fosse 9%, o juiz determinava a liberação dos 3% excedentes.
O dinheiro era usado para pagar a todos os envolvidos no esquema. No caso dó juiz, segundo a PF, havia venda de sentenças e suspeita de distribuição irregular de processos. Ele recebia "em dinheiro vivo mesmo, isso está comprovado", segundo o delegado Aguiar.
Os lobistas também contatavam os .magistrados, e servidores da Justiça remetiam os processos sempre para as mesmas varas: "o lobista oferecia a esses juízes vantagens indevidas para que eles concedessem as sentenças. As ações eram distribuídas em duas varas de forma fraudulenta."... (continua) - (Colaboraram Andrea Michael e Pablo Solano)
O esquema investigado há oito meses envolve prefeituras que têm dívidas com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Os municípios têm 6% do repasse mensal do FPM retidos para ser abatido no débito com o órgão da União.
Contatadas por lobistas, as prefeituras contratavam sem licitação um escritório de advocacia, que entrava com mandado de segurança ha Justiça Federal alegando que ò INSS estava retendo valores superiores aos 6% — o que não era verdade. Se o percentual alegado fosse 9%, o juiz determinava a liberação dos 3% excedentes.
O dinheiro era usado para pagar a todos os envolvidos no esquema. No caso dó juiz, segundo a PF, havia venda de sentenças e suspeita de distribuição irregular de processos. Ele recebia "em dinheiro vivo mesmo, isso está comprovado", segundo o delegado Aguiar.
Os lobistas também contatavam os .magistrados, e servidores da Justiça remetiam os processos sempre para as mesmas varas: "o lobista oferecia a esses juízes vantagens indevidas para que eles concedessem as sentenças. As ações eram distribuídas em duas varas de forma fraudulenta."... (continua) - (Colaboraram Andrea Michael e Pablo Solano)
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Veja, abaixo, a reportagem do Jornal Hoje, da Rede Globo, sobre as prisões dos corruptos.
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